"Descobertas surpreendentes"

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Harry passou a noite toda acordado, para ter certeza de que Draco estava bem, se ele não precisaria de algo. Sua preocupação pelo loiro crescia a cada dia mais.

Ainda mais depois das cartas que o moreno havia recebido no lugar de Draco, havia se passado dois dias desde a pequena e confusa “reunião”.

Brendo, junto a Draco, voltou para o mundo trouxa. Harry havia ficado sozinho na mansão Black, quando avistou uma coruja sacrificial preta entrar em sua casa.

Nela havia ameaças de morte, chantagens, calúnias e muita raiva. Todos juntos em uma única carta.

A pessoa aparentava estar irritada, como se Draco não ligasse para ela e a ignorasse. Coisas na carta como "filhote de comensal" "demônio" "você não deveria estar vivo, por que não morreu junto a seus pais?"

Com essa última, Harry sentiu algo dentro de si ferver, se aquela carta estava com diversos outros insultos, então, havia muitas outras que foram enviadas.

Draco, na realidade, havia aberto apenas uma delas, todas as outras ele as ignorava como se nunca tivesse visto elas. Ele não ligava, ou se preocupava em saber quem estava enviando aquilo.

Ele tinha coisas mais importantes para se preocupar, Harry no hospital, enterro de sua mãe, proteger a herança de sua família, tirar um dia para visitar Teddy, ir à universidade e vários outros.

Uma mera carta era insignificante para ele. Afinal, eram apenas ameaças vazias e insultos. Não havia necessidade de se preocupar, certo?

Mas Harry era totalmente diferente, ele se importou com aquelas cartas e odiou-as. 

Andou de um lado para o outro na sala de jantar, pensando no que fazer, por fim se acalmou pensando sobre Teddy. 

Apartou para o ministério, pois não estava com a mínima paciência de andar pelas ruas, sentindo pessoas lhe puxarem e o abraçarem dizendo coisas que não faziam ideia, se eram verdades ou não.

Enquanto andava, podia ver alguns Aurores lhe olhando e muitos outros tentando não olhar. Harry não conseguia parar de pensar se Draco estivesse ao seu lado. Qual seria a reação das pessoas?

Finalmente decidiu parar um auror e perguntar algumas coisas, o mesmo lhe respondia sorrindo e mostrando por onde ele podia ir. Harry agradeceu e foi em direção ao seu primeiro objetivo.

A guarda de Teddy.

Se deparou com a porta à qual o auror tinha lhe informado, respirou fundo antes de bater três vezes e ouvir um – Entre. – Vindo de dentro. 

Assim que entrou, avistou uma mulher atrás de uma mesa com alguns papéis para assinar. Ela parecia cansada com a necessidade de umas férias.

Mas ela era bela com uma calça preta com cinto encapado, sua camisa de viscose preta, suas botas de couro preto, seu cabelo meio loiro, em um coque com duas mechas finas soltas em cada lado do rosto, sua pele morena, maquiagem fraca, o que a deixava ainda mais linda. Seus olhos eram azuis. 

Ela tinha um semblante sério, mas não impedia de ser atraente, sem acrescentar que ela parecia ser apenas três anos mais velha que ele. No escritório havia estantes de livros tanto normais que se lê em cotidiano, quanto do trabalho com símbolo do ministério.

Havia uma janela para o horizonte, enquanto um sofá de couro ficava ao lado direito da mesma. Um lindo escritório e bem iluminado, o qual era agradável e não dava a mínima vontade de sair. 

– Posso lhe ajudar em alguma coisa, senhor Potter? – A voz dela se fez presente, era calma, mas um tanto rígida, o que fazia qualquer outro querer fugir dali rapidamente.

Mas Harry era noivo de Draco Malfoy, amigo de Pansy, Blaise, Hermione e Astoria, que estava começando a conhecer. Quem era ela perto deles? 

– Na verdade, pode, vim conversar sobre a guarda de Teddy Lupin. – Disse sorrindo minimamente para a mesma, ainda em pé perto da porta. 

– Por favor, sente-se e comece – apontou para a cadeira que estava à sua frente.

– Obrigado. Bom, eu quero a guarda de Teddy, pois meu noivo também a tem, mas não é permitido pegar. O ministério quer entregar apenas para mim – disse enquanto sentava.

– Já entendi seu ponto, senhor, na verdade, se seu noivo tem a guarda do garoto também, então, o ministério é obrigado a lhe entregar. Não há necessidade de pedirem um julgamento – ela se ajustou melhor sobre a cadeira enquanto falava. 

Harry teve a impressão de já ter a visto em algum lugar, mas, ao mesmo tempo, não. Como se ela fosse muito parecida com alguém. 

– Então, ele e eu realmente podemos pegar Teddy? – Ele perguntou e a mesma assentiu – Mas. Tem um problema que o ministério sisma bate, e é por esse motivo que meu filho não está conosco. – 

– Qual seria, senhor Potter? 

– Draco foi um comensal, mesmo que ele esteja limpo e nunca tenha matado alguém. O ministério não permite que ele fique no mesmo cômodo que Teddy, sei que é por segurança. – Ela lhe interrompeu.

– Draco Malfoy? Meu ex-cunhado? – Ela perguntou um tanto surpresa. 

– Seu ex-cunhado? Você é irmã de Astoria? – Harry devolveu a pergunta surpreso, ele finalmente soube de onde viu ela.

Elas tinham semelhanças incríveis!

– Sim, me chamo Daphne Greengrass. – Ela se apresentou, com um meio sorriso, ainda mantendo o profissionalismo. 

– Prazer em conhecê-la, trabalha aqui há quanto tempo? 

– Fui transferida para cá há dois meses, antes eu trabalhava em Paris. – Ela respondeu calma, antes de voltar ao seu semblante sério – Bom, como Draco foi um comensal, era evidente que o ministério ficaria apreensivo de entregar a guarda para ele, mas como o senhor está com ele, não vejo o motivo de ainda não terem entregado o garotinho. – 

– Eles dizem que é por ele não ser confiável, fora que os Aurores que buscaram Teddy em minha casa o trataram como nada. – Disse com um semblante sério também.

– Explique-me, por favor. –

– Draco foi quem atendeu a porta, e logo todos o olharam com nojo. Pedi para ele arrumar Teddy em uma desculpa de poder conversar com eles, mas os mesmos nem ao menos me deixavam falar. Quando Draco voltou com meu afilhado, os Aurores apontaram suas varinhas para eles, só porque meu noivo se aproximou, se despedindo – 

Daphne escutava atentamente, ficando surpresa pelo quanto os Aurores abusaram de seus poderes – Harry, se me permite lhe chamar assim. –

– Claro. –

– Eles não podiam fazer nada disso, só podiam pegar o garoto e levá-lo aonde está abrigado. Não havia necessidade de apontarem suas varinhas para Draco, e muitos outros que também fiquei sabendo. Na verdade, nesse momento, eu estava vendo os arquivos. – 

– Continue, por favor. – Harry pediu. 

– As poucas horas que eles permitem Draco visitar Teddy estão erradas. Mesmo que o ministério não goste muito do sobrenome Malfoy, eles permitiram que ele visitasse o garoto a cada três vezes na semana, não uma vez no mês.

Também está errado o jeito como ele era testado, eram necessários apenas dois Aurores e era para garantir a segurança tanto de Teddy quanto de Draco. Eles não foram mandados para checar o garoto como se estivesse em perigo – ela explicou, enquanto lia o caso deles. 

– Esses desgraçados! – Harry exclamou, se levantando.

– E Teddy, poderia dormir pelo menos duas vezes na semana com Draco. – Ela terminou se encostando na cadeira surpresa. 

– Eles vão pagar por isso, certo?

– Claro que vão, e eu mesma vou fazê-los pagarem. – Daphne se levantou, indo em direção à porta – venha comigo, Harry. – pediu. 

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