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— Podemos conversar, Kate?

Perguntei, duvido que ela aceitará ou Dexter concordará com isso, mas eu preciso reverter a situação. Isso não é justo, não consigo ver isso e ficar quieta.

Mas então, como nada esperado, ela aceitou. Olhei para Dexter e era como se ele tentasse decifrar o que estou pensando, mas até agora não pensei em nada além de Gael. Longe do pai ele não pode ficar, ele é tudo que Dexter tem.

Fomos à cozinha e eu me sentei no banco, a mesma continuou em pé e de braços cruzados. Vendo que ela não ficaria confortável, peguei uma fruta no balcão e comecei a comer.

— Se foi mesmo a barbaridade que eu escutei, o que posso fazer para você retirar as acusações?

— Nada fará eu mudar de ideia, quero minha família de volta e nada me impedirá disso. Muito menos você, não importa o que diga agora pra mim.

— Sei que não é bem isso, pense um pouco mais. Essas realmente são suas intenções? Cuidar de uma criança?

Faço meus jogos de manipulação e não tem quem não caia nesse jogo. Kate começa a mexer na unha e eu a bater os dedos na mesa, a perturbando com o barulho, trazendo a manipulação de um jeito mais fácil.

Kate ficará tonta com as batidas das minhas unhas no mármore gélido, seus pensamentos irão se confundir e a verdade sairá. Ainda mais Kate, que na última vez falou rapidinho suas intenções.

— Ok, Rita. Me ajude então.

Sorri ladino e arqueei uma sobrancelha, cruzei as pernas e fiz sinal com a mão para mesa prosseguir. Enquanto ainda saboreava as uvas.

— Saia da vida deles, se afaste do Dexter, você está sufocando ele e atrapalhando minha proximidade. Depois deixe que eu cuido do resto.

— Isso não trouxe benefícios para mim. E a acusação?

— Será retirada, a guarda permanecerá com Dexter.

Kate estendeu a mão. Seria eu a arriscar tudo o que eu tenho por eles? Seria eu a sofrer pelo resto da minha vida por eles? Seria eu a enfrentar meu antigo pesadelo de solidão por eles?

Sim, seria eu.

Apertei a mão de Kate, concretizando nosso acordo.

— Rita, sigilo total ou saberá o que farei. A justiça está do meu lado agora, uma pobre mãe que sofreu muito psicologicamente, devido a gravidez indesejada, pede pela guarda do filho que vive com o pai mafioso. Sei que é boa em tiros, mas eu não tentaria atirar no escuro.

Voltamos para sala, após eu assimilar o que fiz. Gael resmungava no colo do pai dele e assim que me viu, pediu por meus braços. Mas rejeitei e Dex franziu o cenho, eu nunca havia feito isso.

— A acusação será retirada, doutores. Farei um acordo com o Dexter, nunca o deixaria sofrendo de tal forma.

— Ótimo, assim que resolverem o acordo, nos contatem, para estarmos informados sobre a situação.

Após sua fala, advogado de Dexter se despediu e saiu da casa, assim como o advogado da louca da Kate.

— Qual seu acordo, Kate?

Deixei eles resolvendo e subi para o quarto que dormi, arrumei minhas roupas e cabelo. Respirei fundo e desci novamente, pronta para ir embora e deixar meu coração para trás, deixar meus sentimentos nessa casa.

Kate segurava Gael no colo e ele gritava. Dexter estava pronto para subir as escadas, mas quando me viu parou. Esperou com que eu descesse e segurou meu pulso.

𝒖𝒎𝒂 𝒆𝒔𝒕𝒓𝒂𝒏𝒉𝒂 𝒅𝒖𝒑𝒍𝒂 𝒎𝒂𝒇𝒊𝒐𝒔𝒂 Onde histórias criam vida. Descubra agora