Cap 2

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Acabo adormecendo enquanto espero na enfermaria. Acordo com alguém chamando meu nome.
- Senhorita Liesel?
- Sou eu.
- A Senhorita Amelia quer falar com você
- Ok
- Segunda porta a direita
- Certo, obrigado.
   Vou andando vagarosamente até o quarto de Amelia, estranhamente enquanto dormia sonhei com aquela silhueta que vi no caminho para cá, aquele local não me é estranho, sinto que já estive lá antes.
   Finalmente chego no quarto de Lia. Quando entro ela não me parece nada feliz.
- Sua imbecil.
   Me surpreendo com suas palavras, ela fora tão gentil comigo, o que aconteceu?
- Por que está dizendo isso? Eu fiz algo?
- Não se faça de idiota
- Eu realmente não sei do que você você falando Lia
- Ah claro, você tenta me matar e depois fica se fazendo de boba?
- Como assim? Eu não tentei te matar
- Eu fui envenenada Liesel e a única coisa que eu comi de diferente foi aquela sua bala estranha
- Mas eu comi a mesma bala que você
- Você acha que eu não percebi que a bala que você me deu era diferente? Mas eu confiei em você e comi mesmo assim
- Eu não fiz nada, acredite em mim
- Eu acreditei e olha onde eu vim parar
- Não foi minha culpa, alguém deve ter envenenado as balas e colocado no meu bolso
- Olha, quer saber, eu não quero ouvir mais nada vindo de você
- ...
- Vai dizer que vai ficar em silêncio? Pensei que assassinos não recebiam ordens. Você tentou matar sua única amiga, que patético, eu deveria ter ouvido as outras garotas, elas bem que me avisaram sobre você
   Não respondo. Apenas saio da sala. Já esperava que essa amizade não duraria muito, mas não imaginava que ela me acusaria assim, suas palavras me magoaram demais, não tenho coragem de ferir nem uma formiga quanto mais uma pessoa, que por sinal era a minha única amiga, mesmo que eu fosse uma assasina não seria burra a esse ponto. Enfio a mão no bolso como de costume e pego outra bala. Encaro aquele pequeno doce e o jogo no lixo. Caminho até o porão da escola, meu único lugar de paz.
   Não estou animada com as últimas aulas. Aconteceram muitas coisas em um curto período de tempo, preciso colocar minhas ideias no lugar.
   Entro vagarosamente no porão, e como sempre não havia ninguém, não sei por que ainda verifico, só tem coisas quebradas aqui, apenas eu sou louca o suficiente de vir para cá. O lugar é cheio de poeira e coisas antigas, apesar disso, é bem quieto, e eu posso expressar todos os meus sentimentos que não serei incomodada, afinal o porão possui grande isolamento acústico então quem quer que esteja passando lá fora, não ouvirá nada. Vou para um canto no porão e me sento encostando minha cabeça na parede.
- Argh que ódio! Eu não sou uma assasina. Quem ela pensa que é para me acusar assim? E isso tudo por causa dessas balas
   Coloco a mão no bolso para poder jogar as balas fora mas parece que aquela da enfermaria foi a última
- Argh eu odeio essa escola! Odeio essas balas! Odeio aquela garota.
   Respiro fundo e me acalmo, por que estou tão irritada? Eu não deveria estar assim. Fecho meus olhos e acabo dormindo um pouco, mas acordo assustada. Tive o mesmo sonho de antes. O que poderia significar?
    No sonho eu ainda era uma criança, devia ter por volta de meus 3 anos de idade. Estava com Mary naquela mesma praça que vi mais cedo, ela não era abandonada, não... muito pelo contrário, haviam várias pessoas passando por lá e essa estranha silhueta, estava atrás da mesma árvore.
- Deve ser apenas uma coincidência estranha, acho que vou indagar Mary depois.
   Sinto algo me observando então procuro ao redor, minha visão está embaçada, mas consigo ver, no canto da sala alguém de cabelos pretos, me levanto assustada e tento correr, porém minha saia se prende em uma cadeira velha. Rasgo-a onde estava presa e saio correndo sem ver onde estou indo, quando esbarro em alguém. Era Amélia, meu dia não podia ser melhor
- Ei o que aconteceu? Porquê esta correndo igual uma idiota?
   Eu estava ofegante, então não respondo, apenas tento me recompor.
- Por que sua roupa está rasgada Liesel?
- Pensei que não queria mais ouvir minha voz
- Apenas me diz o que aconteceu tá legal?
- Nada... não aconteceu nada, eu vou para a casa
- Eu vou com você
- Pensei que eu fosse assasina. Você não quer ir para a casa de uma assassina quer?
- Olha me desculpa por aquilo, eu parei para pensar e você realmente me parece inocente
- Tanto faz, não preciso do seu julgamento para viver
- Vou pegar nossas mochilas.
   Lia vai para a sala e pega nossas mochilas, vamos a secretaria para avisar nossa saída e vendo meu estado eles nos liberam, ligo para Dean que rapidamente chega, não era novidade eu sair mais cedo, eu quase nunca suportava os dias na escola, então ele já estava acostumado.
- Está tudo bem Senhorita?
- Eu pareço bem para vc Dean?
- Não... foi essa garota que lhe causou isso?
- A Lia? Não, ela é minha amiga
- Uau, você tem um motorista particular!
- Tenho, e não é nada demais
- Nada demais?! Você sabe quantas garotas querem o que você tem?
- Sei, mas nem me importo
- Senhorita, quer que eu peça para seu professor ir em casa?
- Não Dean... apenas diga a ele que me mande algumas atividades para que eu possa realizar ok?
- Claro Senhorita.
   Entro na limousine junto com Lia e fecho a cortina para separar a cabine do Dean da nossa, com isso ele não pode ver o que estamos fazendo. Sempre deixo uma roupa reserva na minha cabine então me troco rapidamente e Lia incia uma conversa.
- Então... o que aconteceu para você estar naquele estado?
- Ah depois da nossa conversa na enfermaria eu fui para um local... secreto e acabei cochilando, quando acordei vi alguém de cabelos escuros num canto distante me observando, tentei sair correndo mas minha saia se prendeu em algum lugar. Então tive que rasga-la para conseguir correr.
- Entendo, ainda bem que o pior não aconteceu
- Pois é, quando chegarmos em casa eu definitivamente precisarei descansar

A Filha do Jack Risonho (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora