Eu e Lia conversamos o caminho todo para casa, Dean a ajudou a descer da limousine e em seguida foi falar com Mary. Ficamos paradas em frente a porta.
- Seja bem vinda
- Está é a sua casa?
- Sim, por que?
- Você mora em uma... Mansão?
- Chame como quiser, vamos para meu quarto
- Preciso tirar os sapatos?
- Que? Não, pra que?
Passamos pelo primeiro andar, Amélia estava encantada com tudo. Subimos as escadas e seguimos até o final do corredor onde se encontrava meu quarto
- Hm, onde está sua mãe Liesel?
- Minha mãe vive trabalhando, então quem cuida de mim é a Mary
- Você quer dizer que ela chega muito tarde do trabalho?
- Não e eu não quero falar sobre isso. Fique a vontade, eu já volto.
- Ok, olha, não precisa ficar acanhada ao me falar algo, eu sou sua amiga
- Tá legal.
Ligo a televisão e deixo o controle com Lia. Ando a casa toda a procura de Mary e a encontro na lavanderia colocando roupas para secar.
- Mary
- Sim pequena?
- Poderíamos conversar?
- Claro, sobre o que meu bem?
- É algo muito importante. Podemos ir para o escritório da mamãe?
- Claro
Mary termina de colocar as roupas na secadora e me acompanha até o escritório que fica no terceiro andar.
- Sobre o que quer falar?
- Nós já fomos a praça da Rua Sayrux?
- Sim, você amava ir la quando tinha por volta de seus 3 anos
- E por que paramos de ir?
- Por que essa curiosidade repentina, Mocinha?
- Mary, apenas me responda, é importante.
- Quando você fez quatro anos você queria muito que seu aniversário fosse comemorado lá. Porém aconteceu uma coisa...
- O que Mary?
- As pessoas sempre diziam ver uma pessoa atrás das árvores, muitos achavam que era um sem teto e ignoravam
- E então?
- No dia do seu aniversário, os moradores locais disseram que viram algo acontecer...
- E...?
- Nos decidimos que não queríamos colocar você em perigo, então apenas levamos você em um restaurante para comemorar, é isso
- E o que os moradores viram?
- Eu não quero falar sobre esse assunto
- Por favor Mary, é importante
- Eu já falei Liesel, eu não quero falar sobre esse assunto.
Mary sai do escritório, ela aparenta estar bem nervosa com algo. Fico um tempo pensando no que acabara de acontecer e me recordo de Lia, olho no relógio e haviam se passado uma hora desque que a deixei sozinha no quarto. Saio do escritório e tranco as portas, mamãe diz que tem documentos muito importantes aqui. Desço as escadas e sigo pelo corredor até meu quarto.
- Oi Lia, desculpe a demora
- Ah, não se preocupe
- o que ficou fazendo?
- Fiquei fazendo algumas pesquisas...
- Pesquisas? Sobre o que?
- Quando eu era menor meus pais me contaram sobre uma lenda que ronda a praça Sayrux
- Lenda?
- Vai me dizer que você não conhece?
- Não...
- Bom, vou te contar. Os mais velhos dizem que há exatamente 13 anos atrás uma garotinha de três anos iria comemorar o seu quarto aniversário. Sua família faria uma pequena festa com mágicos e palhaços para ela. A garotinha não era muito popular então sua familia chamou apenas seus quatro amigos mais próximos. Iria ser uma festa surpresa então as crianças chegaram por volta uma hora antes e ficaram esperando com a babá da aniversariante no local. Momentos depois uma fumaça estranha começou a cercar a praça, as crianças pensaram que era algum truque do mágico, ou alguma brincadeira do palhaço. Mas num piscar de olhos todas as crianças desapareceram. A babá foi procurar afinal era a responsável por todas as crianças do local, então ela procurou atrás de cada árvore e em cada canto escuro daquela praça, mas tudo em vão. Eles cancelaram a festa de última hora e inventaram alguma desculpa para a pequena garota, sua mãe se entristeceu por não comemorar o aniversário da filha, então levou-a em um restaurante.
- O que houve com as crianças?
- Bom, ninguém sabe dizer ao certo, porém no dia seguinte quando os policiais foram procurar, encontraram apenas um nome escrito com as entranhas das crianças.
- E de quem era o nome?
- O nome era da Aniversariante, parece que o que levou as crianças queria a aniversariante também, mas não conseguiu leva-la pois foi descuidado e não reparou que ela não estava no local.
- Isso não é verdade, é?
- Não sei, por isso eu estava pesquisando.
- E encontrou algo?
- Infelizmente não
- Que pena
- Ei Liesel
- Hm?
- Por que ficou interessada sobre a lenda?
- Ah, é que eu passo lá todos os dias a caminho da escola. Não imaginava que havia uma história dessas por trás.
Não quero falar para a Lia sobre os sonhos que estou tendo e nem sobre a silhueta que me persegue. Mas por que Mary não me contou nada sobre isso? Com certeza ela sabe sobre essa história, tem algo suspeito acontecendo. Vou indaga-la de novo mais tarde, talvez se eu insistir ela me conte algo.
- Lia?
- Sim?
- Quer assistir algo?
- Claro!
- Ok, tá vendo aquele armário? Pode procurar algo
- Você tem um armário de filmes?
- Sim, aliás tem mais filmes na sala de cinema, se quiser eu peço para o John te levar lá. Vou ver se a Mary pode fazer pipoca para nós
- Você tem uma sala de cinema? Agora eu entendi por que sua casa é tão grande
- Para ser sincera, eu já nem me impressiono mais
Saio do quarto, Mary deve estar na cozinha, já esta quase na hora do café da tarde. Desço as escadas até o andar de baixo e encontro Mary com seu habitual avental e seus longos cabelos loiros presos em um coque. Mary não é velha, ela tem por volta de seus 35 anos e é bem bonita. Chego perto e vejo o que ela está fazendo.
- Já sabe o que vai fazer na janta Mary?
- Sim, farei Lagosta hoje
- Na verdade, eu gostaria de comer comida japonesa
- Ah, ok vou no supermercado comprar os ingredientes depois
- Obrigado Mary só mais uma coisa
- Sim meu bem
- Você poderia fazer pipoca de café da tarde? Vou assistir na sala de cinema com a Lia
- Sua amiga? Claro, fico feliz que tenha feito amizade
- Bom, ainda não diria que somos amigas, talvez colegas, mas eu e ela precisamos fazer algumas pesquisas então ela poderia dormir aqui hoje?
- claro meu bem
- Aliás, por que não me contou nada sobre a lenda que ronda a praça da rua Sayrux?
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A Filha do Jack Risonho (REESCREVENDO)
FanfictionUma garota comum descobre algo que mudará sua vida para sempre