Pʀᴏ́ʟᴏɢᴏ

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Zeus
🗻 Monte Olimpo

O Olimpo estava em festa, celebrando a mudança de estação. Clóris, a deusa da primavera, estava deslumbrante em um vestido rosa e uma capa prateada que acentuava sua beleza. Ela não era a deusa da beleza como Afrodite, mas certamente merecia aplausos, pois havia se preparado para brilhar.

Eu sempre deixei claro para os deuses que a primavera era minha estação favorita. Hera também se sentia bem durante essa época do ano, e se ela se sente bem, eu também me sinto.

Caminhei ao lado de minha querida esposa, Hera, até os tronos dos deuses e me sentei no grande trono dourado, que tinha um raio em seu topo, minha marca registrada.

Hera fez o mesmo, sentando-se à minha direita em seu trono prateado, adornado com a cauda de um pavão, seu símbolo.

Os outros deuses começaram a se acomodar em seus assentos. Os doze grandes deuses ocupavam tronos semelhantes ao de Hera, dispostos ao redor da grande Mesa do Tempo, que possuía um relógio sincronizado com todos os outros.

Os três grandes tronos, pertencentes a mim, Hades e Poseidon, eram separados e maiores, cada um com seu próprio símbolo: o tridente de Poseidon e o garfo negro de Hades.

Os deuses menores, como as ninfas da primavera, se sentavam em cadeiras elevadas à nossa frente.

Clóris se aproximou com graça e fez um gesto pedindo permissão para iniciar seu discurso anual, o que foi concedido com um simples aceno. Ela se virou e começou a falar sobre o início da primavera, um discurso que ouvimos há mais de três séculos.

Poseidon deu um bocejo, claramente entediado, e logo foi cutucado por Atena, que desprezava a falta de atenção de um deus para algo que considerava importante. Atena voltou sua atenção para Clóris, mas se decepcionou ao ver que a deusa da primavera já havia terminado seu discurso. Poseidon sorriu satisfeito, pois Atena tinha perdido a apresentação por distração, e ele não se importava com algo que considerava desinteressante.

Eu me levantei e sinalizei para as ninfas da primavera, que logo desceram à Terra para espalhar a nova estação. Eu achava desnecessário repetir esse ritual toda primavera. Os deuses de outras estações não se importavam em passar despercebidos e muitas vezes evitavam vir ao Olimpo. Mas Clóris era diferente; como amiga de Hera e amante da primavera, ela fazia questão de organizar essa pequena reunião no início de cada estação para comemorar.

Voltei ao meu trono e iniciei uma conversa interessante com Ares. Segundo ele, a guerra em Mercúles, um reino divino além do Olimpo, estava muito animada, com seus soldados vencendo batalhas com facilidade.

Hera havia se retirado para um canto com Clóris, enquanto Atena conversava com Poseidon, que desta vez não estava entediado. Os outros deuses permaneciam em seus tronos, alguns ajeitando suas vestes ou conversando com seus servos sobre suas funções.

O tempo passou e as ninfas retornaram em menos de 15 minutos. Atena se levantou e saiu da sala dos tronos, aparentemente se dirigindo a sua própria sala. Poseidon fez o mesmo, mas seguiu para a sala dos portais, provavelmente retornando ao seu castelo no fundo do mar.

Procurei pela única figura ausente: Hades. Embora tivéssemos brigado muito no passado, nossa relação havia melhorado, pelo bem do mundo. Hades não comparecia a muitos eventos desde que foi novamente aceito no Olimpo, preferindo permanecer em seu palácio no mundo dos mortos, a menos que fosse extremamente necessário.

Não o esperava hoje, mas Atena havia tido uma visão há alguns dias que mostrava Hades presente neste evento, o que não ocorreu. Atena raramente errava, então só restava esperar.

A Jovem AbençoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora