Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 08

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⚜️ Catara
🏛️ Cidade de Athena

Já havia elaborado um plano convincente para explicar aos meus pais o motivo da minha saída. As palavras estavam prontas e ensaiadas. Espero que tudo corra conforme o planejado.

Faltando dois dias para o meu aniversário, eu caminhava em direção à casa de Helena, ansiosa para compartilhar as novidades. A casa parecia estar tranquila, já que seu irmão e pai haviam saído para uma viagem, deixando apenas Helena e a senhora Angelina em casa.

A empregada da frente me deixou entrar, e lá estava a senhora Angelina, como de costume, ocupada com seu bordado. Helena também estava na sala, tentando bordar, embora seu trabalho estivesse bastante abaixo dos padrões esperados.

— Bom dia! — chamei, e ambas voltaram-se para mim, sorrindo. Helena parecia particularmente aliviada por ter uma pausa do bordado.

— Catara! Pensei que não viria hoje.

— Claro que não perderia a oportunidade de te ajudar a escapar desse bordado, minha melhor amiga.

Helena lançou-me um olhar irritado, mas sua mãe riu alto, quebrando a tensão.

— Sente-se, querida Catara — disse a senhora Angelina, com seu sorriso caloroso. Ela ainda era jovem, casada aos 16 anos, e hoje tinha apenas 32.

— Alguma novidade, Catara? — Helena perguntou, sentando-se ao meu lado.

— Só sobre o assunto de antes. Vou te contar mais depois.

— Você acha que não sei do que as meninas falam? — Angelina interrompeu, largando seu bordado e observando meu bracelete. — Este seria um bracelete dos deuses?

Eu me lembrei imediatamente de que estava usando o bracelete e de que Helena mencionara que sua mãe tinha um igual.

— Não fique nervosa. Já fui jovem e tenho um parecido, só que com o brasão de Poseidón, enquanto o seu é de...

— Apollo! — interrompi, e Angelina sorriu com um brilho genuíno nos olhos.

— O deus Apollo! Poseidón sempre dizia que ele era um mulherengo, mas pelo visto, parece ter mudado.

— Como assim? — perguntei.

— Um deus só dá um bracelete dos deuses para sua amada.

A revelação fez meu coração acelerar. Apollo me amava?

— O que foi, Helena?

Angelina voltou sua atenção para a filha.

— Então o coração do deus dos mares era seu? E a senhora o destruiu ao se casar com papai?

Angelina parecia abatida.

— Infelizmente, aceitei me casar com seu pai. Poseidón e eu planejávamos fugir para seu castelo em Atlantia, mas Zeus criou a lei que proíbe relacionamentos duradouros entre deuses e mortais na mesma semana.

— Então vocês se separaram? — perguntei, a tristeza evidente em minha voz.

— Poseidón nunca se despediu. Ele deixou apenas um bracelete e uma carta.

Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto de Angelina.

— Venham — disse ela, subindo as escadas. Helena e eu a seguimos até seu quarto, onde Angelina entrou no closet e voltou com uma caixa azul adornada com o emblema de um tritão.

— Vejam com seus próprios olhos — ela disse, passando-me a caixa. Ao abri-la, encontrei um bracelete idêntico ao meu, mas com um pingente de tritão em vez do sol.

A Jovem AbençoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora