Ela acordava toda dia,
Pronta para uma rotina de monotonia.
A rotina que aos poucos
Lhe tirou a alegria.Ligava a TV
E não importava o que via,
Nada mais lhe surpreendia.
Presa em sua vida vazia,
Ela apenas seguia
O cronograma do dia.Quando criança
Sentia prazer ao cantar,
Mas agora o seu canto era como um choro
Que os seus olhos não ousavam derramar.Ela andava pelo seu apartamento.
Tão grande, mas com o tempo,
Não tanto quanto aquele pensamento.Nos dias chuvosos,
Sentava a janela,
Como se a espera
De alguém que nunca chegaria.Música clássica era a única coisa que de lá se ouvia,
Quebrando o silêncio e afastando a agonia.Ela escrevia
Como se sentia,
Em formato de uma história
Que ninguém nunca leria.Sentia-se só,
Mas não admitia.
Ela sabia que
Ninguém nunca lhe acolheria.Então permanecia
Em sua monotonia,
Ligada ao automático
(Eu diria)Ela apenas existia,
Ela resistia,
Mas, não mais.
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Coisas que não sabemos dizer
PoésieTodos nós temos palavras a dizer, mas na falta de saber como as proferir, não existe aliado melhor que o caderno e a poesia. São essas, palavras que talvez nunca seja do conhecimento de quem as deveria ler, se é que deveria... Mas não são só pala...