❨·✈️·❩ CYKS : O4 Chᥲρtᥱr.

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Capítulo O4: Turbulências e carneirinhos.

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Certo. A verdade é a seguinte: Christopher não estava gostando nada daquela ideia toda, sim, era uma classe executiva e tudo ali é um luxo maravilhoso. Mas mesmo assim o seu estômago estava vazio de medo.

Bang contou muito devagar carneirinhos, com os olhos fechados e isso o ajudou por um tempo, mas como o mesmo se perdeu após o número 216, abriu os olhos e ficou a todo momento bem sentadinho, bebericando seu champanhe e começou a ler uma das revistas que a classe executiva havia lhe proporcionado ler.

Era uma matéria de Cosmopolitan sobre "30 coisas para fazer antes de você fazer 30 anos".

Mas não era como se o mesmo estivesse interessado em tal matéria, o australiano só estava se esforçando bastante para parecer ser um executivo de marketing que andava toda semana na classe executiva.

Ele se sentia melhor fingindo ser igual a todas aquelas pessoas importantes. Mas por deus, cada sonzinho, mais minucioso que seja, o assustava e a cada tremorzinho, seu coração acelerava. Naquela altura do campeonato, Bang já havia projetado um plano infalível de como sair vivo se o avião caísse e o mesmo agradeceu a si mesmo por conseguir ter lido o cartão de instruções e segurança do avião algumas vezes.

Mas ao ter seus pensamentos salvadores interrompidos por uma aeromoça de cabelos loiros, o mesmo a olhou meio perdido. ━ O senhor veio a negócios? 

Bem, Christopher não estaria mentindo se dissesse sim, mas também não ia estar mentindo se respondesse um não. ━ Sim, estou em uma viagem de negócios, muitos negócios. - Respondeu logo suspirando mostrando estar cansado. 

━ E o Senhor? - Olhou de forma educada para o homem de cabelos descoloridos e sardas que logo tirou seus fones de ouvido para a responder.

━ Não, pelo menos não hoje. - Respondeu meio sério.

━ Certo. - A aeromoça parecia meio perplexa e logo os informou. ━ Os nossos serviços proporcionam um patrocínio streaming de vários filmes, documentários e matérias pelos nossos tablets. - A mulher apontou para as telinhas embutidas nas poltronas que estavam na frente dos dois homens. ━ Se forem da vontade dos senhores, a companhia ficará alegre por tal escolha. 

━ Obrigado pela ajuda, vou tentar assistir sim. - Bang continuou, rapidamente. ━ E já que você veio aqui, eu estava imaginando. Esse som é normal?

━ Que som? - A aeromoça inclinou a cabeça.

━  Esse. Esse zumbido, vindo da asa...

━ Olhe....Eu não estou ouvindo nada... - Ela o olhou com simpatia. ━ A senhor fica nervoso em aviões?

━ Não! – exclamou imediatamente, logo rindo. ━ Não, não, eu não fico nervoso com aviões! Só... estava imaginando. Só por interesse.

━ Verei se consigo descobrir para o Senhor. - prometeu ela, gentil. ━ Aqui está, senhor. Algumas informações sobre nossas instalações executivas. - O loiro, que estava calado ao lado do falante australiano pegou seu folheto sem dizer nada e o deixou de lado sem nem ao menos olhar, e a aeromoça foi em frente, cambaleando um pouco quando o avião dá uma sacudida.

Por que o avião está sacudindo?

━ Ah, meu Deus. - Um súbito jorro de medo o atacou sem aviso. Aquilo tudo era uma loucura.

Sério, ficar sentado em uma caixa enorme e pesada, sem ter como sair, milhares e milhares de metros acima do chão... Bem, foi assim que a boa e velha crise de pânico atacou Christopher.

Ele não ia conseguir suportar sozinho e a sua necessidade avassaladora de falar com alguém logo o atacou, ele tinha que conversar com alguém que o tranquilizasse. Alguém seguro, como Andrew, seu namorado de longa data.

Instintivamente agarrou o seu celular, mas a aeromoça veio correndo o interrompendo. ━ Sinto muito, mas não é permitido usar o aparelho a bordo do avião - Ela informou com um sorriso luminoso. ━ Poderia deixá-lo desligado?

━Ah... desculpe. - Então, para se acalmar, começou a contar mais uma vez carneirinhos. ━ Quatrocentos e cinquenta, quatrocentos e ...- Estava sussurrando baixo para não atrapalhar o homem ao seu lado, que estava lendo um livro sobre finanças.

Mas, tudo pareceu se fragmentar. O cacheado ouviu gritos, sentiu ondas em sua cabeça como se estivesse flutuando e logo percebeu, o avião estava caindo.

Ofegante, se agarrou na pontrona fechando fortemente seus olhos, sentiu ser levado para cima, para baixo, para os lados, como se alguém estivesse o puxando e odiou a merda da gravidade por existir naquele momento, as malas voavam, caiam e se abriam em meio ao corredor enquanto as bebidas se derramavam, os tripulantes se agarravam nas cadeiras e os gritos ficavam mais altos. 

Assim que teve coragem para abrir seus olhos, focou no homem que estava sentado ao seu lado, o mesmo olhava fixo para frente e se segurava no assento com toda a força possível. 

" Senhoras e senhores. Aqui fala o capitão, estamos enfrentando um pouco de turbulência, e as coisas podem ficar agitadas durante algum tempo. O aviso para apertar os cintos está ligado e eu gostaria que todos voltassem aos seus lugares o mais rápido poss... " 

Outra turbulência afetou o avião, era como um pesadelo, um pesadelo parecido com uma montanha russa, que tinha seus altos e baixos pois sempre que Christopher tentava se acalmar, os tremores apareciam novamente, cada vez mais fortes.

Os passageiros estavam se sentando e prendendo os cintos. Uma das aeromoças estava enxugando sangue de seu rosto, já que a mesma havia se machucado por estar no meio do corredor. Há um minuto elas estavam todas felizes distribuindo amendoim doce e champanhe para todos, agora, todos estavam presos naquele pesadelo aéreo.

E em meio aquele caos, apenas uma frase foi falada pelo cacheado que estava desesperado com toda aquela situação. ━ A gente vai morrer, é a gente vai morrer.

Can You Keep a Secret? | CHANLIXOnde histórias criam vida. Descubra agora