Capítulo 3

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Dá Estrela aí!!!

...

Haviam se passado duas semanas desde que o Diabo fora trancafiado, duas semanas que Seleny amaldiçoava o nome '' Nicholas Scratch'', por ter roubado seu lugar como Aqueronte do pai. E como se isso não bastasse, Lilith proibiu sua entrada ao inferno, roubou a coroa e se trancou no Reino Sombrio.

Ela tentava preencher seu tempo indo ao Colégio Baxter, pois não suportava ficar no mesmo ambiente que as irmãs estranhas, elas faziam jus ao nome, mesmo que sua líder estivesse em uma caçada com seu primo em busca de Faustus Blackwood, elas ainda conseguiam ser bem criativas com suas pirraças.

Em questão de sua irmã, Sabrina gastava todo seu tempo livre procurando maneiras de resgatar seu namorado das garras de seu pai, óbvio que todos estavam tentando ajudá-la, mas a cada dia parecia mais distante a ideia de tê-lo ali. Ela e Seleny não tocam mais na conversa que tiveram antes da coroação falsa de Sabrina, e Seleny evitava qualquer conversa relacionada a Ele.

Agora, elas estavam no colégio, no breve intervalo entre as aulas. Os amigos de Sabrina a tentavam convencer a parar um pouco com as busca pelo seu garoto, dizendo coisas como...

- Não estamos dizendo para desistir! – Disse Roz exasperada, procurando ajuda até seu olhar parar em Seleny. – é só que...Falar alguma coisa, Seleny.

- Acho que a mortal tem razão, ele não vai sair do lugar e muito menos morrer enquanto tiver o Diabo no corpo. – Sabrina a olhou feio.

Mesmo que anos tenham se passado, sua irmã ainda tinha um desprezo enorme por humanos, ela nunca entendeu o que fazia Ela os odiar tanto. Desde do exato momento em que lhe contou que havia feito amizades com os humanos do Colégio Baxter, Seleny já demonstrava sua abominação pelos seus novos amigos.

- Eu...Eu não... – Roz hesitou.

- Quanto mais tempo passar com Sely, mais vai perceber que é uma vaca insensível. – Disse encarando a irmã que a olhou e trincou os dentes.

- Me xingar não mudar o que Ela é.- Sabrina começou a abrir a boca, mas a outra já havia voltado a olhar a janela.

Poucos minutos depois Mary Wardwell entrou, ao que parece ela fora um dos presentes de agradecimento pela coroa. Ela começou falando sobre a ida de Dante ao inferno e até mesmo sobre um pintor que poderia desenhar passagens para o Submundo.

Sabrina se virou para seus amigos, mas acabou encontrando o olhar de advertimento da irmã, ela voltou a se virar rapidamente, teria tempo para falar com eles sem a irmã presente.


[...]

- O que foi? – Harvey pergunta assim que se senta no sofá da biblioteca.

- Acho que sei uma maneira de ir ao inferno.- Sussurrou Sabrina para o grupo. – O Dorian Gray pode ter um daqueles quadros!

- Que quadros? – Perguntou olhando para Rosalind

- Que Wardwell estava falando na sala!

- Acho que me distrai...- disse desviando o olhar para Roz.

- Tem certeza que ele vai nos ajudar?- Indagou Theo descrente.

- Só tem um jeito de saber.


[...]

- Você tem algum portal para o inferno?- Sabrina perguntou, assim que entrou no Salão de Dorian Gray.

- Sabia que viria aqui. – Disse Seleny sentada no sofá em frente a lareira- O inferno não é lugar para humanos.

- E você é o que?! – Perguntou debochadamente – Demônio? Vampiro?

- Você não vai entrar lá sozinha! – disse entredentes – E nem me fale dos mortais, aqueles ali morreriam antes que pudesse dizer ''diabo''.

- Acham que podem entrar no inferno rapidinho e trazer nosso querido Nick de volta?- Zombou Gray se intrometendo – Não é bem assim que funciona.- Riu sombrio – Depois, que se entra no inferno, ninguém está disposto a te deixar voltar.- Falou – E, sim, eu tenho um... as deixo usar por um preço.- Ele as encarou.

- Você está tentando barganhar comigo, Gray?- Questionou olhando para o loiro – A mim, uma princesa Infernal?- Seleny sibilou se levantando.

- Uma princesa exilada, se minhas fontes estiverem corretas.- Sorriu de escárnio para Seleny. – Se quiser entrar em seu reino sem ser notada, vai fazer o que eu mandar.

- Deixa eu adivinhar, sua alma – Sabrina tentou antes de dá tempo de Seleny responder. – Não é?

- Não, ela não é útil.- Fez um gesto com a mão – Quero que me traga A Flor do Mal.- Falou por fim e voltou a olhar para Seleny – Você cresceu lá, sabe onde encontrá-la. Pegue a flor e lhe garanto passagem segura para casa.

- Feito!


[...]

A passagem para o Fosso é solitária e sombria, o sentimento de queda nunca se esvai, é como se tivesse caído na Toca do Coelho, ela cai, cai e cai, seus cabelos chicoteiam no escuro sem fim. Ela não grita ou tem medo, mas sempre está alerta às sombras, é assim até que se bata com alguma coisa, dessa vez ela sente uma grande pressão no peito.

"Água" ela pensa '' cai no mar''

Ela nadar até a luz, fugindo às profundezas marítimas, respirar parece novamente um dádiva. Olhando ao redor percebe que não falta muito para chegar à margem da praia, ela continua a nadar até lá, onde sua irmã a espera.

- Seleny! – Sabrina gritou, enquanto a outra saia da água.

Ela estava praticamente sem ar, deveria fazer anos desde que nadou com tanto afinco. Caiu de joelhos logo depois que chegou na areia-fofa, Sabrina chegou até ela antes que desse de cara com a terra.

- Você está bem? – Perguntou a segurando pelos ombros. – Seus cabelos...

- Cabelos?- Repetiu levantando a mão para os mesmo. Longas ondas brancas estavam embasadas em suas roupas. – Não! Não! Não!

- Calma! É só cabelo! – Berrou parando as mãos da outra que pareciam prestes a arrancar o couro cabeludo. – Quando voltarmos, você pode tingi-lo de novo!

- É uma bandeira!- Disse empurrando-a, se desvencilhando dela.- Não entende? Qualquer demônio conhece os cabelos platinados da princesa!

Sabrina viu os amigos se aproximarem surpresos com a mudança de cor da irmã. Ela parecia estar tentando mudar com magia, mas deveria não está fazendo o efeito esperado, ao julgar pela explosão de xingamentos da outra.

- Isso não está muito exagerado não?- perguntou Harvey a Theo baixinho.

- Vamos ver se você acha exagerado a quantidade de demônios que vão aparecer se eu não conseguir dá um jeito nessa mer- Disse Seleny exaltada – Odeio essa água!

- o que essa água tem?- Perguntou Sabrina, ainda tentando segurar as mãos da outra.

- Ela tira todas as impurezas.

- É água benta – Disse Rosalind chocada – no inferno? Isso é mesmo possível?

- De onde acha que a " Água-benta" vem? – Perguntou Seleny com deboche, e continuou antes de da a chance a garota. – Acha que é só uma água que os seus padres benzem? Ela vem daqui, contrabandeada legalmente, obviamente.

- Dessa eu não sabia. – disse Theo olhando maravilhado para aquele mar.

- Tá, mas qual é o sentido de essa água está aqui? – Questionou Sabrina ainda sem entender.

- por eles – Seleny apontou para além do mar.

Havia pessoas em gaiolas lá, elas gritavam a plenos pulmões, lamúrias, choros, gritos de socorro, de ódio, eles nunca paravam. Como eles não tinham notado ainda? Elas tomavam boa parte da água.

- o que é aquilo? – Theo perguntou olhando horrorizado para eles.

- As almas dos condenados! – Alguém respondeu a suas costas e eles viraram para ver. – elas se afogam quando a maré sobe.

Ele deveria ter entre 17 e 20 anos, loiro e bronzeado pelo sol, usava uma camisa aberta que mostrava seus músculos, e uma calça até os joelhos para não sujar na areia. Ele olhou para cada um demoradamente, mas parou quando viu a dupla no chão.

- Praia das Lamentações. – Disse Seleny se levantando, olhando para o loiro. – Você é o carcereiro?

- Serei o que você quiser. – eles se encaram e ela arqueou a sombrancelha surpresa, ele sorriu satisfeito.

- Am...Oi – Sabrina cumprimento, o garoto desviou atenção de Seleny e a encarou. – Sabe o caminho para Pandemônio?

- Eu sei o caminho.- Disse Seleny interrompendo – Não precisamos dele. Nem o conhecemos, poderia nos mandar para uma armadilha.- Encarou-o e ele fez o mesmo, começando por seus pés e terminando nos cabelos.

- Inteligente usar os sapatos, mas qualquer demônio pode sentir seu cheiro humano a quilômetros.- Disse ainda a olhando, Por um instante ela achou que ele a reconheceu. Sabrina viu a outra fecha os punhos e reprimiu os lábios. – Todo o sangue flui para Pandemônio – Ele apontou para a trilha de sangue.

- Obrigada – Sabrina agradeceu, e ele as encarou com um sorriso fácil.- Quem é você? – Perguntou educadamente, Ele abriu a boca, mas parou.

- Nunca saiam da estrada.- Avisou e  se voltou para Seleny com um leve inclinar de cabeça, quase em reconhecimento, e então se virou para seu castelo de barro.


Depois:

Eles passaram por uma série de provações, mas a cada desafio superado, mais irritada Seleny ficava, parecia que Seleny tinha entrado em uma brincadeira da aristocracia. Joguinho com entes queridos com personalidades trocadas era uma coisa doentia e bem comum para os demônios, mas somente um demônio poderia saber de sua chegada ali tão rápido. Seus pensamentos se concretizaram quando um servo interrompeu a Aula Satânica para levá-los ao Pandemônio.

- Eu quero o Nick fora daqui,- Sabrina falou autoritária e Theo a olhou. – e a alma do Jesse Putman.

- Vocês esqueceram que Nicholas Scratch tem o Diabo dentro dele?- Lilith lembrou batucando os dedos na mesa.

- Acharei outra prisão para meu pai.- Respondeu e Lilith pareceu nervosa e pensativa.

- Tudo bem. Podem levá-lo – Falou de pronto – com uma condição.

Seleny permanecia calada desde que os trouxeram, mas dessa vez ela quase riu. Ela conhecia Lilith o suficiente para saber que ela queria algo, e vindo dela nunca era coisa boa.

- A hierarquia do inferno tem ficado em turbulência.- Falou cautelosa e Seleny a encarou presunçosa – Os reis Infernais se negam a reconhecer minha autoridade, pois eu não sou uma Morningstar.- Seleny conteve um sorriso – Quero que me coroe a Rainha na frente de todos.

- mas é muita cara-de-pau mesmo- Seleny começou e Sabrina pisou no seu pé.

- Podemos fazer isso – Falou Sabrina lhe dando um olhar mortal – Vamos fazer isso! – Disse convicta.


...

Lilith as levou à sala do trono, onde as Hordas as aguardavam. Todos da Alta aristocracia estavam ali, desde dos reis até consortes de líderes esquecidos. Seleny conhecia a maior parte, mas seus olhos pararam no trio de reis aos sussurros, Belzebu-mosca, Asmodeus-ratos e Purson-morcegos.

- Apresento às Hordas...- Lilith exclamou – Seleny e Sabrina Morningstar. – Elas ficaram uma de cada lado de Lilith – Filhas de Lúcifer Morningstar. Na ausência dele, elas me coroarão Rainha.

- Sim, isso mesmo.- Falou Sabrina e a outra cruzou os braços, recebendo um olhar da irmã. ''uma ova que eu vou fazer isso''

- Heresia! – Falou Asmodeus – Traição!

- Lilith é uma concubina, não Rainha.- Falou Belzebu.- Nós não a reconhecemos.- Ele apontou para ela – Todos a rejeitam!

- Quem vocês sugerem que governe?- Perguntou ela fazendo pouco caso.

- Todos saúdam Caliban, príncipe do Inferno.- Falaram os reis com orgulho. Sabrina olhou para irmã que tinha os mesmos olhos arregalados. – Moldado a partir do barro infernal, nascido para restaurar e governar nossas terras sombrias. – Eles apontaram para a figura que saia das portas.

- Olá, de novo – Cumprimentou encarando as princesas em vez de fazer reverência.

- O que é isso?- Lilith perguntou olhando para os reis e o príncipe.

- É a salvação – Respondeu Caliban – Desde da deserção do Senhor das Trevas, os noves círculos desmoronam. – Disse se virando para a plateia – Eu, Caliban, restaurarei a estabilidade e farei o que Lúcifer deixou de fazer.- Ele voltou a olhar para as Morningstar – Toma a terra como 10° círculo.

- O que isso quer dizer?- Perguntou Sabrina e Lilith saiu do trono e se aproximou .

- É um golpe de estado.- Respondeu Lilith temerosa – Vamos perder tudo!

''Seleny!''

Ela procurou ao redor, e encontrou um corpo ao seus pés. Nicholas Scratch a encarava com os olhos nublados em vermelho. Seu pai estava chamando, ela puxou a irmã e elas o encararam.


[...]

Ela foi parar em um lugar escuro e frio, as formas de aquerontes estavam nas paredes, ela só conseguia ver uma figura afastada, trajava o tipo de roupa que aristocratas trajam, Lúcifer.

- Minhas queridas filhas – Ele saudou zombeteiro e Seleny revirou os olhos.- Que decepção vocês são.

- E você é o pai do ano, né?- retorquiu no mesmo tom e ele a fuzilou.

- Onde está o Nick?- Sabrina perguntou olhando ao redor, e foi a vez dele revirar os olhos.

- Vocês me traíram! – ele a ignorou – Seus sofrimentos serão lendários, até mesmo para o inferno.

- Se serve de consolo, você também me traiu.- Ela deu de ombros e ele a encarou – Antes de mim, se não me engano.

- Vocês tem uma coroa para reivindicar!- Lembrou irritado

- Nós não a queremos!- Exclamou Sabrina, mas a outra ficou calada. – Eu só quero meu namorado de volta!

- Como assim Você – Se dirigiu a mais velha – não quer a coroa? Depois daquele ataque de raiva que deu no Dorian? – Ele se voltou para Sabrina – e você! Não tem orgulho?

- Deixe Sabrina falar com o garoto! – Pediu, ele a encarou.- Conversaremos sobre isso.- Ele semicerrou os olhos e Scratch apareceu, Sabrina os encarou por um instante e logo correu para ele.

- Os antigos estão chegando.- Ele sussurrou olhando para Sabrina e Scratch, enquanto a outra se aproximava – Você tem que assumir o trono, precisa manter o equilíbrio. – Ele a olhou – não pode deixar o garoto de barro ficar com a coroa!

- De barro? Achei que era modo de falar!- Riu e ele Lhe lançou um olhar de advertimento – Não posso simplesmente chegar e pegar a coroa.- Cruzou os braços, ele deu um sorriso de escárnio.

- é claro que pode.- Debochou rindo – é a Herdeira Infernal. Em minha ausência, você quem manda. – Ela ficou pensativa – Ou pode me libertar, e pode ficar livre para fazer o que quiser. – mostrou um sorriso malicioso.

- Tentador... – Sorriu, mas logo o desfez – mas, você ainda é o Diabo, e eu ainda uma Exilada.

- Se fosse uma exilada, como teria passado pelo Cerberus? – Questionou brincalhão – Ou como teria seus poderes intactos? – Debochou rindo – Só criei um boato na Corte e ele ganhou voz, mas era só isso, um boato.

- Não estão intactos! – Ela chiou – Não conseguir nem mudar meu cabelo!

- Você sabe que há sempre uma maneira de ir contra aquela água. – Revirou os olhos.

- Por quê não fez isso?- perguntou desconfiada, e ele sorriu inocente. – você sabia que eu viria.

- É claro que sim – Concordou. – Você, pequeno demônio, está ligada a mim, mais do que imagina.

- Não fale assim.- Repreendeu – Parece um esquisito.

Nesse momento escutaram os sons dos beijos de Nicholas e Sabrina, Lúcifer olhou para eles e revirou os olhos, e então se virou novamente para ela.

– Ela descobriu o que você fez? Sabe que você andou brincando com a vida dela? Ou com a vida do seu amado garoto?

- Não, acho que não. – Ela o viu olhar na mesma direção que ela, Nicholas e Sabrina se abraçaram e encostaram suas testas e começaram a se aproximar de novo. – Nem precisa.

- Como queira...- Ficou pensativo e deu para ouvir sons dos beijos de Sabrina e Scratch.- Já chega! – Exclamou e os dois tiveram um susto. – Faça o que eu disse, ou diga adeus à sua amada terra!


[...]

- É um golpe de estado.- Lilith repetiu – Vamos perder tudo!

- Vocês se lembram de mim! – Disse se elevando em mais degraus para que todos tivessem uma boa visão. – A amante de demônios...

- É a nossa princesa da perdição! – Clamaram extasiados – Estrela-Negra! Estrela-Negra!

- Eu sou Selenya Morningstar, Herdeira do Trono Infernal.- Exclamou, confiança enchendo seu peito. E então ela olhou para Lilith. – Vim tomar o que é meu!

- Seu para me dar, não é?- Lilith sussurrou receosa.

- Não...- Falou se sentando no trono – MEU, E SÓ MEU! – e mais exclamações foram ouvidas.

- Você vive na terra, não pode governar o inferno!- Falou Belzebu apontando para ela. Os reis demônios eram uns dos poucos que poderiam falar com ela nesse tom, eles a viram crescer, afinal.

- Eu fui criada para a coroa.- Lembrou e uma eletricidade correu pelo seu corpo, seu poder parecia querer transbordar. – Vocês querendo ou não, eu sou a legítima rainha.

- Você não pode cumprir os deveres de seu pai!- apontou Purson.

- Você é uma criança, não pode ser rainha.- protestou Asmodeus indignado.

- Ora, que não seja por isso! – Disse divertida, apontando para Lilith.- Madam Satan será minha conselheira.

- O que? – A mulher se virou para ela surpresa.

- É isso que monarcas fazem quando são jovens demais para governar. Eles nomeiam um...- Deixou que ela completasse.

- Regente.- Revirou os olhos enojados.

- Eu contesto isso. – Caliban ponderou com o peito estufado. Seleny notou que tudo o que o príncipe usava era um casaco, rapidamente desviou o olhar para a irmã, ela não parecia feliz com o rumo que as coisas tomaram.

- Com base em quê?- Perguntou Lilith mal-humorada.

- Monarcas governam por direito divino.- Ele falou encarando a garota.- A filha do Morningstar é meio-mortal, não é nada divina! – Exclamou para o povo – Se ela quiser a coroa vai ter que provar que é digna.

- Entre nós, se eu não sou nada divina, então você é? – perguntou com um sorriso maldoso e o garoto a fuzilou.

- A lei infernal diz que qualquer rei ou rainha pode ser desafiado por sua corte.- a encarou e ela fez o mesmo.- Eu, Caliban, Príncipe do Inferno...

- Sim, é verdade – Lilith o interrompeu – mas para isso um certo número de assinaturas deve ser apresentado.

- Eu aguardo seu desafio, Menino de Barro. – Ela piscou para ele e vendo sua surpresa ao a encarar soube que seus olhos mudaram. O portal para o Nada estava aberto.

- A coroa irá esmagá-la.- Caliban avisou com um sorriso de canto, ainda a olhando nos olhos, quase parecia hipnotizado.

- É um sonho seu, não?! .- Rebateu o sorriso, fechando os olhos. – Esse tribunal infernal está dispensado. – Os murmúrios continuaram e ela sabia que ninguém tinha se mexido. – VÃO! – Exclamou voltando a abri-los. Todos se foram, e ela saiu do trono.

- Você foi incrível! – Falou Theo e os outros assentiram, menos sua irmã, que estava mais distante no canto .- e os seus olhos! Estavam escuros como a noite! Você sempre os teve?

- Essa sua jogada nos deu um tempo, mas nós duas sabemos que você não quer o trono -  Lilith falou irritada – mas você sempre boa em fazer manipular os outros ao seu bel prazer. – uma pontada ressentimento na sua voz - e nem os reis e o menino de ouro deles querem que você fique com ele. Eles vão te desafiar de novo.- Alertou.

- Eu sei. – Disse em um suspiro – Vou pensar em algo...

- é melhor mesmo, estamos com as garras no pescoço!- Sibilou

Lilith a odiava e Seleny compartilhava do mesmo sentimento, o que ela fez jamais seria esquecido pela outra, mas isso não significava que ela ia receber tudo calada.


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