Prólogo

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A família Centunni é conhecida não só pela grande quantidade de dinheiro em suas contas bancárias mas também pelos rumores de que há muito mais dinheiro fora delas, além de claro, os rumores da origem de tal quantia. Seja pela origem italiana, seja pela forma fria que eles tratam qualquer um fora da família ou de seu círculo intimo, ou até mesmo pela estranha relação entre eles e tribunais a família Centunni não é vista apenas assim por muitos, há quem os chamem de mafiosos, há quem os chamem de gangsters e ainda há aqueles que preferem não colocar seu nome na linha de frente ao dar nomes.

Mas uma coisa é certa, mafiosos ou não eles são um grupo de pessoas que colocam a família em primeiro lugar e com isso nós seguimos o curso de nossa história, começando com a paixão desenfreada de Manolo Centunni herdeiro dos negócios da família e Rafaela Vilanocce, esses dois deram trabalho. 

Vindo de uma família onde o foco eram os negócios e casamentos puras transações contratuais Manolo passa a entender completamente o significado de amor quando conhece Rafaela, eles lutam seja contra a família Centunni que não confiava em alguém fora do circulo para se casar com o grande herdeiro, ou contra o medo de Rafaela ao entender o que os negócios significavam. Mas eles ganharam, contra todas as possibilidades Manolo tomou seu lugar de chefe, Rafaela se apaixonou tanto pelo mundo dele quanto por ele e eles construíram algo, algo que se valoriza nesse meio: uma família. Afinal se você não pode confiar no seu próprio sangue então em quem confiar?

Depois de um belo e tradicional casamento italiano, ou mais tradicional possível para se ter fora da Itália, eles trabalharam para expandir a área que os Centunni possuíam, e ouso dizer caro leitor que Rafaela passou a agir como uma Centunni de nascença, como se a arma que é este sobrenome sempre fosse parte dela.

Mas o curso dessa história tem que seguir, após alguns anos de casamento e várias noites de esperança embaixo dos lençóis nasce de um parto difícil e cansativo a herdeira Centunni, uma menina linda e rechonchuda, com os olhos gélidos do pai e os cabelos da mãe, Manolo se apaixonou por ela a primeira vista, nada nunca foi tão especial e importante quanto a menina em seus braços, o homem durão que escapou diversas vezes da sentença de juízes extremamente duros desmanchou sob o olhar angelical de sua primeira filha:

- Olá minha Angelina, bem vinda ao mundo, você terá um império para governar.

Rafaela soube naquele momento que sua filha nunca se sentiria sozinha como ela, porquê ela não só tinha uma mãe que viveria por ela, mas um pai que mataria qualquer um que tentasse tocar sua princesa, a herdeira Centunni, a menininha do papai.

Manolo idolatrava a filha, não importava o que ele tinha para fazer era ela dar o menor sinal de choro e ele abandonava tudo para cuidar dela, Rafaela ria e dizia que desse jeito ela seria muito mimada mas a resposta era sempre a mesma " minha princesa sempre será ouvida enquanto seu império existir ".

Ele levava Angelina para todo lugar depois que ela fez 2 anos, era possível ver sempre um montinho de bochechas e lacinhos seguindo Manolo por onde ele ia, seja sentado numa mesa de restaurante na calçada conversando com seus amigos/sócios ou em eventos. Eles ouviam vinis antigos e desde dessa época ele já tentava explicar para ela sobre os grandes nomes da música e como a boa música só se ouvia por meio de uma vitrola, Rafaela ria e insistia que ela era muito nova para entender qualquer coisa sobre o assunto, mas ele não se importava.

Quando Angelina tinha 5 anos e 6 meses Rafaela deu à luz para sua irmã, Vicentina Centunni, Manolo amou sua segunda filha mas não se conectou tanto quanto quando sua primogênita nasceu, Rafaela ficou em êxtase porquê mesmo já tendo uma filha ela sempre se sentia meio sozinha por ela ser mais apegada a Manolo, ela nunca vai admitir mas se quando Angelina nasceu ela pensou que tinha dado à luz para a garotinha do papai, aqui ela pensou que finalmente tinha parido a garotinha da mamãe.

E ela não estava errada, com o passar dos anos a casa se dividiu, não por conta de alguma briga mas porquê enquanto Manolo e Angelina andavam de motocicleta, ouviam discos antigos, ele ensinava ela a dançar, como preparar whiskey com chá para ele, e contava a história da família; Rafaela ensinava tudo a Vicentina, como andar de bicicleta, como cozinhar, como pintar quadros e contava a história de amor entre ela e o pai; enquanto Manolo ensinava Angelina a atirar, a lutar, a negociar, a mentir, a chorar, como falar italiano, francês, alemão e japonês e criava a próxima e melhor chefe que os Centunni poderiam ter; Vicentina aprendia a ser uma menina normal.

Não é como se Rafaela não convivesse com Angelina e Manolo com Vicentina, a mãe ensinou as duas meninas como tocar piano, como se comportar, ajudou com atividades da escola e etc. Manolo ensinou a filha mais nova a andar de bicicleta, colocou para ela ouvir alguns de seus discos favoritos na sala, nunca no escritório lá somente a filha mais velha entrava, até mesmo conversava com ela sobre livros. Mas os pais mesmo sem intenção fizeram diferença entre as filhas, enquanto Manolo criava Angelina como a herdeira tão esperada, Vicentina cresceu a sombra da irmã, e enquanto Rafaela criava a caçula da família para que fosse uma menina culta e fez o máximo para protegê-la da vida que os Centunni criavam e destruíam ao seu redor, Angelina cresceu se sentindo afastada da mãe como se ela fosse uma estranha que a colocava para dormir quando criança e lhe contava histórias fantasiosas que ela nunca pôde acreditar porque sabia a realidade do mundo em que viviam.

Agora Angelina aos 19 e Vicentina aos 14 fazem parte de uma família poderosa, rica e perigosa, não mexe com um Centunni a não ser que queira nadar com os peixes para a eternidade, as irmãs apesar de um relacionamento distante e com inveja, das duas partes, possuem um enorme carinho entre si.

- Vicentina querida, tenha um bom dia na escola.- Mamãe diz antes de me dar um beijo no topo da cabeça. (8 anos de idade)

- Angelina. Atire.- Papai diz direto como a bala 6.0 que sai da minha Glock G18 e atinge em cheio no peito do alvo desenhado em minha frente. (12 anos de idade)

Daddy's LessonOnde histórias criam vida. Descubra agora