Capítulo 4 - With his gun, with his head held high He told me not to cry

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Acordo e faço a mesma rotina de sempre, com a diferença de que hoje corro até meus pulmões queimarem e eu não conseguir mais respirar, me sento na calçada para recuperar o fôlego e beber água. Enquanto respiro, me deito no gramado da casa de alguém e observo as pessoas passarem na rua, um cara muito gato passa correndo me olhando, dou risada e reviro os olhos, ótimo tempo para flertar.

Me levanto e sigo para casa, minha mãe está tomando café, ignoro e subo para me arrumar, tomo café e desço para o porão não consigo parar em um lugar hoje. Vejo meu pai atirando e corro para abraça-lo com lágrimas nos olhos:

- Papai, sei que não devia mas fiquei tão preocupada.

- Levanta a cabeça e engole o choro minha Angelina eu estou bem. - Ele coloca a arma na mesinha ao lado. - Precisamos conversar, vamos para o escritório?

Concordo e o sigo, ele passa pela minha mãe, lhe dá um beijo no topo da cabeça, e tranca a porta do escritório:

- Vamos nos organizar, sente-se il mi amore. Meu julgamento ainda será essa semana, eles não querem perder tempo depois de perderem tantas vezes. Vai funcionar assim, vou me declarar inocente como sempre, vou para o julgamento e vou ser condenado a um ano de cadeia, pouco e o suficiente para irritar os promotores e parecer que a justiça foi feita. Eles não tem provas o suficiente contra mim, a arma que eu usei era fantasma, irrastreavel, então não podem fazer muito.

- Mas papá o que vai ser de nós nesse um ano?

- É o seu império querida, será sua responsabilidade. Você ficará no comando e eu informarei ao conselho hoje, quanto a nossa família você sabe o que fazer, cuide da sua mãe e sua irmã.

- Sim papá. Pode confiar em mim, o império Centunni estará em boas mãos.

- Não duvido disso tesoro, você foi criada para isso. - Assinto com a cabeça, e saio do escritório, hora de encontrar o melhor look para tomar o comando do império, pode parecer idiota mas a forma como nos apresentamos demonstra como queremos ser vistos, e eu quero ser respeitada.

Trato dos meus cabelos os deixando lisos e sedosos, chamo alguém para cuidas das minhas unhas, escolho um shorts social, uma camisa preta social e fina e uma jaqueta de couro, subo em meu salto agulha. Me encaro no espelho quando termino de passar meu batom vermelho, perfeita. Perfeita para matar.

Desço as escadas e me dirijo até o escritório, não como desde o café da manhã mas não importa eu como depois que o conselho me aceitar, sou a líder e esse é meu império, mas nossa família, a aprovação desse conselho importa.

- Papá.

- Olá principessa, preparada? Todos começarão a chegar em meia hora.

- Sempre pronta papá. - Olho para a porta e vejo a cabeça do Camilo aparecendo lá, dou risada e nego com a cabeça.

- Perdão chegar mais cedo senhor Centunni, espero não estar atrapalhando. - Ele diz entrando, meu pai  demonstra não se importar e ele se vira para mim. - Uau, perfeita para matar anjinha.

- Não me chame de anjinha Camilo, - sorrio - mas obrigada.

A família começa a chegar e meu pai se levanta, minutos depois ele volta com a minha mãe, algo raro. Ele explica toda a situação para a família que se irrita, até que ele completa:

- ...Angelina ficará no comando - É o suficiente para que todos comecem a questionar ao mesmo tempo, do outro lado da sala vejo Camilo sorrir e piscar para mim.

- Já chega! - Meu pai grita. - Angelina foi criada e treinada para isso durante toda sua vida, ela está pronta.

- Ela é só uma menina não sabe nada da vida! - Tio Victor, querido tio Victor, pontua.

- Ela está pronta, e será temporário, um ano e depois eu volto.

- Se é temporário então me coloca no lugar, Victor está certo, ela é só uma garota Manolo. - Minha mãe, é claro, diz.

- Não Rafaela... - Meu pai tenta dizer sem magoa-la mas ela questiona:

- Por quê não Manolo? Eu conheço os negócios, sou adulta, sua esposa e o que eu não souber o resto do conselho me ajuda.

- Ele não vai te dar a posição mãe, - me levanto e ando pela sala, sempre buscando a dramaticidade da situação - esse império não é seu, você se casou com um Centunni mas você não é uma Centunni.

- Como é que é? - Ela se choca.

- Olha, eu entendo a preocupação de vocês, eu tenho 19 anos, sou mulher, mas esse é o meu império, eu fui criada pra isso, como uma arma pensada e moldada exatamente para matar. Eu sim sou uma Centunni, e eu vou fazer valer minha posição no topo do império mesmo que seja temporária. Vocês podem confiar em mim, e em meu pai, como sempre.

Demora mas todos chegam a um acordo, eu serei a rainha enquanto o rei está entres as grades, mas quando todos saem ficamos apenas nós: eu, papai e minha mãe.

- Que história é essa de eu não ser uma Centunni Manolo?

- Você é uma Centunni, Angelina se expressou mal, o fato é que você não é a herdeira do nosso império é só mais importante que Ange tenha esse contato. Só isso il mi amore. - Ela não gosta da resposta e sai do escritório batendo a porta, papai me olha me repreendendo. - Não pode falar com a sua mãe desse jeito ragazza.

- Eu não menti e você sabe o que me ensinou papai.

- Sim eu sei, é sua segunda emenda. Vou falar com a sua mãe. - Ele beija o topo da minha cabeça e sai, respiro fundo e me sento em sua cadeira analisando o escritório e depois girando enquanto encaro o teto.

- Você girando nessa cadeira me traz tantas memórias da nossa infância. - Camilo diz entrando e se sentando na mesa bem ao meu lado.

- Oi Milo.

-E como você se sente sentada no trono?

- Eu nem posso acreditar que eu finalmente vou estar no topo do império, mesmo que temporário, mas eu finalmente tô aqui Milo. - Digo com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto.

- Sabe que eu sempre vou ser seu braço direito né?! 

- A rainha sempre precisa de um coringa certo?! - Dou risada e ele me empurra rindo também. - Não comi nada desde o café.

- Quer sair para comer?

- Acho que não terá jantar na casa Centunni hoje, claro. - Nesse momento Vicentina passa e para em frente a porta. 

- O que você está fazendo na cadeira do papai Angelina?

- Não é da sua conta pirralha, vou jantar com o Camilo quer vir?

- Posso escolher o lugar?

- Não mas pode ficar e não jantar ou vir e comer um hamburguer com batatas e milkshake.

- E posso ter sobremesa mesmo tomando o milkshake?

- Não.

- Claro que pode, deixa a menina Angelina. - Ele sorri e pisca para ela que fica vermelha de vergonha.

- Depois não sabe por quê ela tem uma quedinha por você. - Ela fica com o rosto todo vermelho e eu dou risada, Camilo me acompanhando. - Vem vamos comer.

E lá vamos nós, começaremos uma nova jornada, quando o carro faz a curva no fim da rua vejo de novo o cara gato de hoje mais cedo, e de novo ele me encara e sorri, de novo sorrio e reviro os olhos.

- Tudo bem Ange?

- Tudo sim Milo. - Ótimo momento para flertar.

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