1 - Lado Verde

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CASSANDRA

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CASSANDRA

Aqui estou eu, onde prometi a minha mãe não pisar mais, mas eu nunca fui boa com promessas e estou me preparando para mais um racha.

_Olha, se você acabar com o meu carro você tá fodida. -Cássio, meu amigo diz em tom ameaçador na janela do carro, me fazendo olhá-lo e gargalhar-.

_Relaxa. -disse apenas, tentando tranquilizar o garoto com a feição preocupada-.

Eu acelerava o Maverick 77 de Cássio fazendo o motor roncar e animar algumas pessoas presentes no racha de hoje. Um ronco de motor mais forte ensurdece o local, um Impala 67 vermelho para ao meu lado, eu tentei ver quem dirigia mas o piloto estava com uma blusa de frio preta e capuz, tornando impossível ver seu rosto.

_Quem é esse? -Pergunto para Cássio que também reparava no carro-.

_Ninguém sabe, parece ser novo na cidade. -Cássio me respondeu-.

No mesmo segundo, uma garota loira com uma mini saia parou na frente dos dois carros segurando uma bandeira.

_Preparados? -gritou a garota animada-, No três, vocês vão!

Eu acelerei ainda mais o carro fazendo o ronco do motor se ecoar por todo o local do racha, fazendo a multidão animada se animar ainda mais. Eu estava curiosa para saber contra quem iria correr mas a pessoa que estava no Impala apenas acelerava na mesma medida que eu também acelerava e nem sequer olhou para o lado para saber contra quem iria correr.

_Um.. -a garota disse com um sorriso no rosto-, dois.. -a multidão gritava com tanta animação que era música para os meus ouvidos-, Três! - a garota fez um sinal com a bandeira e eu pisei fundo no acelerador, em alta velocidade passei na frente do Impala vermelho-.

Eu conhecia aquela estrada como a palma da minha mão, já havia ganhado alguns rachas aqui e hoje espero que não seja diferente, apesar de não fazer ideia de quem está correndo comigo, admito que corre bem, pois me fechou e passou na minha frente quando estávamos prestes a entrar numa curva.

As pessoas gritavam eufóricas por nós, o Impala continuava na minha frente, porém numa curva mais fechada eu consegui ultrapassar e saí em disparado em sua frente, estava quase na linha de chegada e eu já estava eufórica com o pensamento de ganhar mais uma corrida e também de ganhar dez mil dólares, porém o Impala conseguiu me ultrapassar e ganhou a corrida.

Assim que ele passou da linha de chegada a multidão se formou em volta do carro o parabenizando pela vitória da noite. Eu parei o Maverick do outro lado e só quem veio até mim foi Cássio.

_Poxa, pensei que iria ganhar aqueles dez mil. -Eu disse saindo do carro enquanto Cássio conferia a lataria do carro para ver se havia algum arranhão, me fazendo revirar os olhos-.

_Perder faz parte, Sandra. -Cássio disse me chamando pelo apelido de infância, vindo até mim e me abraçando de lado-, Você está bem melhor do que da última vez, e pra comemorar que você não amassou o Maverick como da última vez, eu te pago uma cerveja.

Caminhamos até um local onde vendia bebidas ali e olhei para onde o Impala estava para tentar ver quem correu comigo mas sem sucesso, pois assim que olhei o Impala já estava desaparecendo de minhas vistas.

{...}

Cássio havia me dado uma carona até a minha casa, a algum tempo atrás eu não precisaria da carona dele e muito menos correr com o carro dele, mas a polícia estava de marcação serrada comigo e em um dos rachas no centro da cidade prenderam o meu belíssimo Mustang preto, quase me prenderam também, por sorte a minha mãe me livrou dessa e por eu ser menor de idade não consigo recuperar meu carro tão cedo. Mas isso não me preocupa, em alguns meses faço dezoito e a primeira coisa que vou fazer será recuperar ele.

Entrei em casa assim que vi o carro de Cássio sumir pelas ruas de Freeridge, acendi as luzes e fui direto para a cozinha, abri a geladeira e só tinha água e pizza fria de ontem, eu preciso ir ao mercado urgente. Desistindo de comer eu vou para o meu quarto com o celular na mão, checando as mensagens que minha mãe havia me mandado.

Bom, eu sou Cassandra, tenho dezessete anos, em breve dezoito. Moro sozinha. Vocês devem estar se perguntando como faço para me manter, eu trabalho em uma lanchonete próxima daqui, o salário é ótimo e dá para manter a casa, mas nem se compara ao dinheiro que eu ganho nos rachas. A alguns dias atrás eu consegui dinheiro para oito meses de aluguel pago!

Sempre fui apaixonada por carros desde pequena, meu pai me ensinou tudo que sei e oque ainda não sei eu aprendo com Cássio, que tem uma oficina de carros aqui mesmo em Freeridge. Nós nos conhecemos eu tinha sete anos e ele dez, e desde então nunca mais nos largamos.

A minha história de vida não é fácil apesar da pouca idade. Vou explicar a vocês como funciona o meu bairro e a minha vida. Eu nasci e cresci em Los Angeles, especificamente no bairro Freeridge, onde é dividido por dois lados, o lado preto e o lado verde. Eu cresci no lado verde, o lado da gangue de nome Profetas, não só cresci nesse lado como sou da família que fundou a gangue, ou seja, meu bisavô fundou a gangue, passou a liderança para o meu avô, que quando morreu passou a liderança para o meu pai, que foi assasinado a alguns anos, sendo assim a liderança foi passada para o meu irmão mais velho, Miguel. Apesar de não me considerar uma profeta eu sou, querendo isso ou não. Esse é um dos motivos por eu ter optado em morar sozinha, Miguel me pressionava para entrar na gangue, dava uma de irmão protetor, e sempre dizia que eu só estaria totalmente segura se eu entrasse na gangue de vez, e eu entrei, completei todas as missões e entrei para a gangue aos quatorze anos, fazendo uma tatuagem com o nome da gangue bem pequeno na costela, que hoje em dia é tampado por outra tatuagem. Porém, com o assassinato do meu pai eu quis sair, e não tinha mais jeito, eu e Miguel brigávamos todos os dias por conta disso. Até eu me cansar de tudo aquilo de vez e sair de casa.

A minha mãe ficava perdida no meio de nossas brigas, por não saber quem defender, eu não a culpo, quando ela conheceu o meu pai ele já era um profeta e ela vive a anos nessa merda. Eu consegui um emprego em uma lanchonete e com o primeiro salário aluguei uma casa pequena mas confortável para mim, e mesmo meu irmão e minha mãe não concordando eu saí de casa e fui morar sozinha, eu e Miguel nem nos falamos mais, daquela casa eu só falo com a minha mãe e meu irmão mais novo, Rodrigo.

A alguns meses atrás a polícia me pegou em um racha no centro da cidade, o que resultou na prisão do meu carro e na minha quase prisão se não fosse a minha mãe, desde então ela me fez prometer que eu não iria correr mais, mas eu não consigo abrir mão de uma coisa que me faz bem e me faz lembrar do meu pai.

E como eu disse, eu cresci no lado verde de Freeridge, o que significa que o lado preto são considerados inimigos, são a gangue com o nome de Los Santos, uma gangue inteiramente de latinos, não é como Profetas que aceitam latinos e americanos na gangue, Los Santos só contém latinos. Cresci vendo Profetas declarar guerra contra eles e vice-versa. Porém, há quatro anos atrás foi estabelecido uma trégua, sem mortes e sem guerras. E coincidentemente eu moro no meio dos dois lados, se fosse combinado não daria certo.

Notas Da Aurora:
Espero que gostem, primeiro capítulo sem graça mas foi apenas para contar um pouco da história da Cassandra.

Se estiverem gostando comentem muito! 🥰

Beijão, amo vcs ❤️

Uma Profeta | Oscar DiazOnde histórias criam vida. Descubra agora