•4 - Underwater•

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Comecei meu sábado de manhã na biblioteca folheando livros de criaturas mágicas. Tentei procurar Newt antes de vir ao local, porém não o encontrei. Imagino que ele esteja no corujal mandando uma carta a minha mãe, ou no campo conversando com Hagrid, o guarda caças.
O som que ouvi sair do ovo no dia da primeira tarefa era familiar, mas eu ainda não conseguia me lembrar que criatura produzia tais sons.
Passei as páginas e hipogrifos e pegasus até chegar a criaturas marinhas, começando por sereianos.
Lendo o básico sobre os seres, chego em sua cultura, vendo que eles conseguiram desenvolver sua própria linguagem, o Serêiaco. Descrito como um som áspero e estridente fora da água, mas dentro dela pode soar como inglês ou qualquer outra língua.
Certo, para entender o que o ovo dizia eu teria que mergulhar com ele. Não era algo muito complicado.
Me levanto rapidamente após com um remexer de mãos devolver os livros ao seus lugares. Tenho que voltar ao dormitório para pegar o ovo, já que deixei lá em caso de não descobrir como desvendar hoje, pensando agora, não foi uma boa ideia.
— Está com pressa, docinho? — Fred me para no meio do corredor.
— Sim, eu tenho que pegar uma coisa que esqueci no meu dormitório. — Tento passar por ele, mas ele segura meu antebraço.
— Posso te perguntar uma coisa antes? — Ele segura minhas duas mãos.
— Acabou de perguntar. — Falo tímida por conta do contato repentino.
— Há! Boa, mas eu queria saber se você gostaria de ir ao baile comigo? — Seu sorriso é esperançoso e de certa forma doce, ele espera calmamente por minhas próximas palavras.
— Oh, Fred, me desculpe, mas eu planejei ir com um amigo meu e... — Fred não espera eu terminar, ele apenas solta minhas mãos gentilmente e fala:
— Certo, eu entendo. — Ele não me deixa ver sua feição decepcionada antes de passar por mim sem dizer mais nenhuma palavra.
Eu gostaria de ir ao baile com Fred mas não queria me apegar a ninguém em Hogwarts. Cedrico era uma das poucas amizades que fui forçada a fazer por causa de nós dois sermos monitores chefes, e apesar de gostar dele, eu sabia que seria temporário.
Ao caminho do dormitório continuei pensando sobre isso e também me odiando sobre ser assim, se meus amigos soubessem que penso assim, eles me bateriam.
Após pegar o ovo de ouro, vou em direção ao banheiro dos monitores para ver se minha ideia realmente estava certa.

Eu esperava a grande piscina se encher enquanto abria diferentes torneiras.
Uma das torneiras jorrava bolhas azuis e rosas do tamanho de bolas de futebol; outra derramava uma água gelada com espuma branca tão densa que eu jurava que poderia pelo menos sustentar o peso de Marcos.
Quando entrei, me realizei de quão funda era, meus pés mal tocavam o piso. Nadei um pouco pela água quente antes de pegar o ovo que deixei na borda.
Encho meus pulmões de ar antes de mergulhar e abrir o ovo vendo seu interior brilhar dentro d'água.
Uma música melodiosa saia do ovo. Ouço atentamente antes que meu ar acabe.
"Procure onde nossas vozes parecem estar,
Não podemos cantar na superfície
E, enquanto nos procura, pense bem:
Levamos o que lhe fará muita falta,
Uma hora inteira você deverá buscar,
Para recuperar o que lhe tiramos,
Mas passada a hora — adeus à esperança de achar.
Tarde de mais, foi-se, ele jamais voltará"
Volto para a superfície da água buscando ar e fechando o ovo antes que as vozes excruciantes surgissem. O único lugar possível de se existir Sereianos em Hogwarts era no Lago Negro.
— A prova sera no Lago Negro. — Falo sozinha, ou era o que eu pensava.
— Ora, isso é óbvio! — Uma fantasma um pouco mais jovem do que eu surge na outra ponta da banheira. Não me preocupo em cobrir minha nudez, ela já deveria estar lá há algum tempo.
— Vou precisar de roupas de banho. — Penso alto novamente, cutucando minha bochecha com minha língua.

THE CHAMPIONS [F.W.]Onde histórias criam vida. Descubra agora