•Como essa era minha última semana em Hogwarts, decidi aproveitar com meu pai, Newt. Exploramos todo o castelo e ele me contou tudo sobre como era quando ele estudou. E quando fomos a Hogsmead, ele me mostrou seus doces favoritos na Dedos de Mel, que na verdade não eram muito doces, mas eram bons.
E com Fred, não avançamos muito no que temos, agíamos como bons adolescentes tímidos, o que passava longe do que realmente éramos. Corávamos ao mínimo tocar de mãos, e vivíamos de risinhos tímidos e ouvindo brincadeiras de meus amigos e do irmão dele. Tínhamos tido vários encontros na biblioteca também, já que ele queria me ajudar com a última prova do torneio, mas no final ele apenas me distrai fazendo alguma brincadeira, mostrando um feitiço novo que aprendeu, ou como agora onde ele me encarava "sultimente".
— O que foi? — Falo levantando meu olhos do livro de Ciências Ocultas escrito por Papus.
— Não quero que você vá embora. — Ele sussurra como se fosse um segredo.
— Você sabe que me formo esse ano, não importa se eu ficar ou for. — Seguro sua mão, ele faz um biquinho e pensa um pouco.
— E se você viesse passar as férias de verão comigo? Minha mãe sempre gosta de receber nossos amigos. — Ele apoia sua cabeça na mão em que eu nao segurava.
— Ah! É isso que sou para você, Sr. Weasley? Uma "amiga"?
— Sabe, docinho, você parece mais com a minha futura esposa. — Sorrio com seu comentário. — Você aceita ou não?
— Vamos ver, Weasley, vamos ver.Eu não me preocupava muito com a última tarefa, havia me preparado e sei que estava bem para o que der e vier. E aliás, ela seria feita em um labirinto, e nada poderia dar errado em um labirinto, certo?
Para chegar até a taça, enfrentaremos: Explosivins, Bicho-Papões, e Acromântulas que não eram criaturas desconhecidas por mim, o que me tranquilizava mais ainda.
— Vamos patrulhar o lado externo do labirinto — Diz Prof. McGonagall. — Se estiverem em apuros, e quiserem ser socorridos, disparem faíscas vermelhas para o ar e um de nós irá buscá-los, entenderam?
Todos nós afirmamos com a cabeça.
— Podem começar, então! — Diz Dumbledore.
— Boa sorte, Anna. — Cedrico me diz antes de irmos em direções separadas.
Quando o apito de largada soou corri para dentro do labirinto. As cercas vivas lançavam sombras escuras sobre a trilha e, eu não sei era porque eram tão altas e densas ou porque estavam encantadas, mas o barulho dos espectadores que estão do lado de fora silenciou no instante em que entrei no labirinto. Ergo a mão e murmuro:
— Lumus. — Uma esfera de luz surge em minha frente e começa a acompanhar meus passos.
Ando cinquenta metros até chegar a uma bifurcação, tomo então a trilha da esquerda. Sinto uma sensação estranha e olho para trás rapidamente, era como se alguém me observasse.
A cada minuto que eu ficava parada no mesmo local, o labirinto se tornava mais escuro e o céu ficava num tom azul marinho. Ando mais um pouco, chegando a uma segunda bifurcação, decido então usar o feitiço de orientação.
— Me oriente. — Sussurro ao vento. Algumas folhas assopram para a direita, norte. Mas eu sabia que precisava seguir para o noroeste para chegar ao centro do labirinto. Seria melhor tomar a trilha da esquerda e tornar a direita assim que pudesse.
A trilha a frente também está vazia e quando chego a uma curva à direita, encontro novamente um caminho livre. A falta de obstáculos me deixa nervosa, deveria ter encontrado no mínimo um a essa altura, certo?
Esquerda... Direita... Novamente à esquerda... Em duas ocasiões acabei em trilhas sem saída. Executei o Feitiço de Orientação mais uma vez e descobri que me afastei demais para leste.
Retrocedendo, tomo a trilha à direita e vejo uma estranha névoa dourada flutuando mais adiante. Me aproximo cautelosamente, parecia algum tipo de encantamento.
Hesito por um momento, quando um grito rompeu o silêncio.
— Fleur?! — berro.
Silêncio. Olho para todos os lados. O que aconteceu com a garota? Seu grito parecia ter vindo de algum lugar à frente. Inspiro profundamente antes de atravessar a névoa encantada.
O mundo de repente vira de cabeça para baixo. Fico pendurada no chão, com meus cabelos em pé.
Tenho a sensação de que meus pés estavam grudados na grama, que agora se transformará em teto. Abaixo, o céu pontilhado de estrelas se estendia infinitamente. Ouço meu sangue latejar com força em meus ouvidos. Tenho duas opções: Tentar me mexer ou disparar faíscas vermelhas e ser socorrida e desqualificada da tarefa.
Fechou os olhos para evitar contemplar o espaço infinito abaixo e puxo o pé direito com toda a força que posso do teto de grama. Imediatamente o mundo se endireitou. Caio para frente de joelhos num chão maravilhosamente sólido. Fico por algum tempo mole de susto. Inspiro profundamente e me firmo no chão, então me levanto e avanço correndo, lançando olhares para trás por cima de meu ombro, enquanto fujo da névoa dourada.
Paro na junção de duas trilhas e olho para os lados à procura de algum sinal de Fleur. Tenho certeza de que foi a garota que escutei gritar. Com que será que ela se deparará? Estaria bem?
Não havia faíscas vermelhas no alto. Será que isto significava que conseguira se livrar do problema ou estaria em tal apuro que nem conseguiu apanhar a varinha? Tomo a trilha à direita com uma sensação inquietação que apenas continua a crescer... Mas, ao mesmo tempo, não consigo deixar de pensar em Fleur.
A Taça estava em algum lugar ali perto e, pelo jeito, Fleur não estava mais competindo. Será que estava ferida?
Por uns dez minutos não encontro nada, exceto trilhas sem saída. Duas vezes tomo a mesma trilha errada. Finalmente encontro um novo caminho e começou a andar depressa por ele, a luz a minha frente oscilando, fazendo sua sombra oscilar e se distorcer pelos lados da cerca. Escuto um barulho de grama sendo amassada atrás de mim, quando me viro dou de cara com Krum.
— Oi, está perdido também, Viktor? — Solto um riso falso.
Ele não responde, apenas aponta a varinha para mim em forma de ataque.
— Que é que você está fazendo? — Eu grito. — Que merda você pensa que está fazendo?
E então, Krum me ataca:
— Crucio!
O ar se enche repentinamente com os meus gritos. Uma dor agonizante me atinge, como se estivesse me rasgando de dentro para fora. Caio no chão me debatendo. Era como se cada uma de minhas veias estivesse pegando fogo. Não sei por quanto tempo fiquei daquele jeito. Apenas sei que a dor parou quando Harry chegou e me salvou.
— Estupefaça!— Berra Harry.
O feitiço atinge Krum pelas costas, ele para instantaneamente, cai e fica imóvel, com a cara na grama. Harry corre em minha direção, porém eu continuo deitada na grama arfando, minhas mãos cobriam meu rosto.
— Você está bem? — Pergunta Harry rouco, me agarrando pelo braço.
— Estou — O respondo sem ar. — É... Eu não acredito... Ele se aproximou de mim... Eu o ouvi e me virei, falei com ele, porém ao invés de me responder ele empunhou a varinha.
Me levanto. Noto que ainda estava tremendo. Eu e Harry olhamos para Krum.
— Eu não acredito... Achei que ele era legal — Comento para Harry.
— Eu também. — Ele suspira. — Você ouviu Fleur gritar há algum tempo?
— Ouvi. Você acha que Krum a pegou também?
— Não sei — Diz Harry lentamente.
— Vamos deixá-lo aqui? — Pergunto a ele.
— Não — Diz Harry. — Acho que devíamos disparar faíscas vermelhas. Alguém virá apanhá-lo... Do contrário, ele provavelmente será comido por um Explosívín.
— Concordo. — Murmurei erguendo a varinha e disparando uma chuva de faíscas vermelhas para o ar, que pairavam sobre Krum, marcando o local em que ele se encontrava.
Harry e eu ficamos ali no escuro por um momento, olhando a toda volta. Então eu falo:
— Bem... Suponho que seja melhor a gente ir...
— Quê? Ah... Sim... Certo... — Ele se vira para a direção oposta.
— Não foi isso que eu quis dizer! — Fico um pouco sem graça. — Você acabou de salvar minha vida, Harry, nada mais justo que eu te ajude a encontrar a Taça.
— Você merece encontrar a Taça tanto quanto eu.
— Harry, você ainda tem bons anos de escola pela frente, depois desse ano já acabou pra mim, com a Taça ou não. E a fama não está te ajudando muito aqui dentro, certo?
— Não. — Ele ri.
— Então vamos menino que sobreviveu! — Coloco meu braço pelo ombro do mais novo e saímos juntos.
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THE CHAMPIONS [F.W.]
Hayran KurguAnna Scamander foi adotada por seu tutor, Newt, quando era apenas um bebê. Tratando-a como uma filha, o homem sempre a protegeu dos perigos do mundo a fora, então Anna fica confusa quando ele aceita que ela parta junto com a escola brasileira, Caste...