Capítulo 2° - Reencontro
Me lembro bem, depois de falar sobre ser uma caçadora de onis, comecei a ser zoada e as brincadeiras que faziam comigo não tinham nenhuma graça.
Tentei falar com Rengoku depois, mas aquela miniatura, não era meu amigo, se era, ele não lembrava da sua vida.
Ignorava as brincadeiras de mau gosto das pessoas, com meu belo sorriso, pensei que se batesse em alguma criança, rapidamente iriam se assustar ao ponto de pararem de me azucrinar.
Semanas passaram e as crianças faziam piadas “A menina que ver demônios” que foram evoluídas para “bruxa dos demônio”, não era nem um pouco engaçado.
Assim aconteceu, perdi a paciência e bati em uma criança que puxava meu cabelo todos os dias, não bati com tanta força, porém ela caiu sozinha e quebrou a perna pelo mau jeito, depois disso as crianças do colégio começaram a me xingar de "amaldiçoada" e não chegavam nem perto de mim.
Depois que entrei no ensino médio, as pessoas eram bem maduras, mas ainda riam de mim pelas costas e não encontrei um grupo de amigos, mas na metade do terceiro ano do médio entrou uma nova garota e acabamos virando amigas, Nellen.
Sobre o bullying, preferi não contar nada, me silenciei por completo para meu pai e preferi ignorar e apenas sorrir quando estava em casa.
Mas agora tenho dezenove anos, o colegial acabou faz um tempo e após alguns anos entrei na faculdade, mas ainda sim, me sinto vazia, sinto que uma parte do meu “eu” foi embora, as brincadeiras chatas de algum modo me afetaram e me fizeram questionar.
Depois de tantos anos, já não sei... E se eu estiver realmente doida e tudo isso que já vivi for uma ilusão infantil que criei? Apenas um sonho.
Toquei nos meus braços, algumas noites acordo em pânico, parecendo que meu braço foi partido, como naquele dia, ou memórias do passado.
Ainda parece real. A dor. As pessoas que amei morrendo uma a uma, como pode ser uma ilusão? Se ainda sinto tudo isso em meu ser.
Encarei a Nellen, tínhamos vindo em um barzinho perto da faculdade, comemorar nossa chegada na universidade.
- Ainda acho que você deveria fazer Literatura.– Afirmou ela. – Você parece criar belas histórias.
- Eu quero fazer psicologia assim como você – Afirmei virando um copão.
Assim vou saber se estou ficando doida.
Não demorou muito tempo pra Nellen receber uma ligação e sair, parece que seu irmão está no hospital com uma infecção alimentar, tadinho, sugerir ir com a mesma, mas ela falou que não precisava.
Assim logo que a própria saiu, minutos depois paguei a minha parte naquele barzinho humilde, virando outro grande copo de chopp, sentindo calor, com certeza se tomar mais algo vou sair caindo, não sou tão forte pra bebidas.
Posteriormente sai do local um pouco tonta caminhando até a faculdade, era apenas dois quarteirões, não estava tão tarde da noite, mesmo assim tinha poucas pessoas na rua.
Enquanto caminhava alguém se esbarrou em mim, com o impacto acabei caindo de bunda no chão.
- Você não estava me vendo? – Perguntei, isso parece ter sido proposital.
Percebi quando a mão foi esticada em minha direção para me ajudar, antes de segurar encarei o ser.
Arregalei meus olhos, levantei sem sua ajuda. Bebi demais, só pode.
Encarei aqueles cabelos pretos.
- Perdão, querida, está bem? – Falou uma voz rouca tentando tocar no meu cabelo e bati em sua mão pra não me tocar.
Muzan? O que esse pedaço de lixo tá fazendo aqui?
Ele me olhou confuso e...sorriu.
Apenas me virei e sai andando com passos longos, colocando a touca do meu moletom, quando me afastei, meti carreira para os quartos da universidade, acabei tropeçando e quase cai de cara, como foi quaseee apenas cai no chão ralando o joelho.
Respirei fundo, aquele rosto, não estou louca, aquele cara, algumas lembranças vieram a minha mente, não pode ser um sonho, o álcool no meu organismo parecia que estava fazendo mais efeito, as coisas pareciam girar.
Levantei rapidamente do chão e caminhei mais rápido, já que estava pertíssimo da entrada.
No momento que iria entrar na parte de quartos da faculdade, pelo meus pensamentos desnorteados, acabei esbarrando em mais alguém que continuou a andar no caminho, parei para me desculpar e virei em sua direção.
- Desculpa – Falei e quando iria virar para continuar meu caminho.
- Não foi nada – Me respondeu de costas e travei no canto.
Essa voz!
Como posso esquecer, se ela foi a última voz que ouvi quando morri... não estou louca...
- Iguro-san? – Murmurei.
Encarei a pessoa que estava com uma blusa preta, calça jeans e jaqueta.
A pessoa se virou, tive visão dele, a diferença era que sua boca não estava tampada, é a visão completa do seu rosto.
- Hm? – Falou.
Abaixei o gorro do meu casaco, pra ele me ver melhor.
Parece que dessa vez ninguém o feriu fisicamente, que alívio.
- Iguro-san, é você? – Questionei sentindo as lágrimas rolarem.
Observei que algumas lágrimas também desciam do seu rosto, apenas corri em sua direção e o abracei.
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Renasci em um mundo paralelo - ObaMitsu
Fanfiction[Concluído] Meu nome é Mitsuri, acabei morrendo na minha última batalha nos braços de alguém que amava, depois de uma breve escuridão, acordei, porém como um bebê, pra minha surpresa ou felicidade, nasci com a mesma aparência do meu passado, havia a...