Meias verdes

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Capítulo 23° - Meias verdes

Saí do hospital junto de Obanai, não faz muito tempo que vim aqui e de repente parei novamente nesse lugar, depois de pegarmos um táxi fui atendida assim que chegamos, funguei de novo olhando minha pobre mãozinha.

Ela estava toda inchada, meu braço estava meio dormente e ainda levei uma injeção com um antídoto de veneno, porque a cobra era venenosa.

Estávamos indo na farmácia mais próxima, estava muito envergonhada por tudo que aconteceu, o médico mandou comprar um anti-inflamatório para minha mão e para a dor, caso tenha dor ou febre, mas não vi com um centavo no bolso, Iguro-san pagou o hospital e vai comprar o remédio agora, por isso fico com vergonha.

Ele estava muito calado desde que tomei a injeção, apenas andava olhando meus pés e minha mão que parecia que iria explodir. Isso não é nada comparado ao que passei, mas faz tanto tempo que esqueci o que é dor física...

- Iguro-san. – Chamei bem baixinho, o mesmo virou a cabeça me encarando com os braços cruzados – Desculpa...

Ele não respondeu, apenas continuou a andar então tentei acompanhar os passos dele, não gostava daquele silêncio, sei que Obanai não é de falar muito, na verdade é meu papel falar bastante, mas o silêncio de agora é congelante e diferente.

O moreno ainda segurava meus dois livros com uma mão? tínhamos saído da faculdade para caminhar e tudo aconteceu de repente por minha culpa.

- Chegar na faculdade, te pago pelo hospital e o remédio, muito obrigada por me ajudar – Falei.

- Não precisa devolver nada. – Negou o mesmo diminuindo os passos.

- Está com raiva de mim? – Perguntei.

- Não, não estou – Negou. Porém parece. – Apenas estou tentando entender como você pegou uma cobra como se fosse nada.

Parei um pouco, pensando no que poderia falar.

“Eu pensei que era a Kaburamaru, a serpente da sua vida passada”

Não, ele nem acredita nisso de vidas, vou parecer mais louca, melhor continuar sem relembrar nada, é o melhor para se fazer, devo parar de fazer burrice, fui uma idiota mesmo pegando o animalzinho que estava quieto na dele, a culpa foi minha.

Ele tinha parado também, com dois dedos levantou meu queixo para encarar meus olhos, fitei seus olhos que pareciam... Não sabia o que aquele olhar transmitia... Raiva? Preocupação? Confuso?

- Eu apenas.... Apenas... Não pensei direito. – Falei batendo com um pé no chão.

Minha mão estava começando novamente a dar latejadas, porque a cobrinha teve que me morder!?

Tentei abaixar minha cabeça de novo e ele ergueu, acho que ele quer conversar olhando nos meus olhos

- Poderia ter sido pior, criaturinha. – Disse o mesmo então assenti. – Se você quer tocar ou ver um animal desse nível, melhor ir em um zoológico, como tu pega em uma cobra? COBRA do mato? Caraca.

- Está falando como se isso não fosse normal, tem várias pessoas que fazem isso. – Disse, Obanai me fitou.

- Normal? Normal pra quem trabalha ou estuda esses bichos. – Disse o mesmo – Nem eu sou assim e olhe que tenho uma serpente.

- VOCÊ TEM UMA COBRA – Berrei feliz, o seu rosto suavizou e ele deu uma risada fraca.

- Você não tem jeito mesmo. – Disse o mesmo – Tenho sim, uma cobra albina, está na casa dos meus pais, já que na faculdade não é permitido animais.

Renasci em um mundo paralelo - ObaMitsuOnde histórias criam vida. Descubra agora