𝘁𝗵𝗲 𝗰𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁

𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲 || 09 • Threat

Narrador

— Você se sente mais mulher? — Linsey perguntou.

Sina já disse que estava desconfortável falando desse assunto mas mesmo assim a amiga não parou.

— Não Linsey, me sinto normal. — ela disse já irritada.

— Credo não precisa ser grossa, eu não fiz nada pra você.

Sina abaixou a cabeça analisando seus tênis.

— Acho que você deveria vestir mais preto, muitas meninas aqui vestem, pode ajudar na nossa reputação. — Linsey disse mostrando o celular para a amiga.

Sina franziu o cenho.

Ela abriu a câmera do celular se analisando, ela arrumou o cabelo no dia com duas trancinhas prendendo a parte da frente, vestia um macacão jeans com uma blusa azul marinho que ela mesmo havia feito, nos pés haviam um par de all star preto básico costumizado com cadarços coloridos.

Ela gostava de como ela se vestia.

Era incrível como Linsey não percebia que Sina não ligava para sua reputação, nem pra nada disso.

— Tem alguma coisa errada com as minhas roupas? — ela perguntou.

— Bem, tecnicamente não mas nós poderiamos nos vestir igual Sabina Hidalgo ou Savannah Clarke.

Sina mordeu a bochecha por dentro da boca.

— Mas eu gosto de me vestir assim. — ela disse.

— Então tudo bem! você transou c...

— Tá bom! eu faço as roupas pra gente. — ela disse por vencida e Linsey aplaudiu.

— Te amo amiga. — ela disse antes de andar pelos corredores.

Pela primeira vez na vida, Sina sentiu que todos olhavam para ela, ela se sentia envergonhada, conforme ela ia andando pelos corredores sentia como fosse mais observada.

Até sentir um puxão em seu braço esquerdo.

Sina estava na frente de Noah podendo vê-lo sem muita clareza graças à falta de luz no armário do zelador.

Ele se aproximou e passou os dedos sobre a boca da alemã, limpa, sem nenhum resquício de gloss ou batom.

Ela fechou os olhos apreciando a presença de Urrea. Não o Urrea que ela estava acostumada, ela estava acostumada com Linsey Urrea, estar com seu irmão era completamente diferente.

Sina ficou na ponta dos pés e selou seus lábios com os de Noah com cuidado.

Ela estava receosa. Estava com medo dele ter espalhado para a escola toda, ele percebeu pelo jeito que os lábios dela tocaram os dele.

— Eu não contei pra ninguém, eu te prometo. — ele disse quando seus lábios se desencostaram e a beijou novamente.

Sina sentiu a língua de Noah invadir a sua boca e o acompanhou.

O ritmo do beijo era acelerado e desesperado, como se eles ansiassem por aquele momento por muito tempo.

Quando o folego finalmente faltou, eles se separaram com as testas encostadas.

— O que estamos fazendo? — ela disse ainda ofegante.

— Eu não faço ideia, mas eu gosto. — ele disse.

— Eu também gosto. — ela disse e ele roçou seu nariz no dela.

Ela estava encantando sobre a ideia que ela havia criado do cara com quem ela perderia a virgindade.

Isso daria errado.

[...]

Sina estava no ônibus no caminho de casa com sua irmã mais nova até que viu alguém muito familiar subir no ônibus.

Ela sentiu seu coração parar.

Josh.

Ele a zoaria na frente da sua irmã, ele faria com que ela se tornasse uma fracassada para a única pessoa que não a via daquela forma.

— Oi pequena, lembra de mim? — ele disse se sentando no banco do lado.

— Amigo bonito do Noah? — ela deduziu e ele riu.

— Isso ai. — ele riu. — Eai Sina? — ele olhou para ela com o olhar provocativo de sempre.

— Eai. — ela disse de volta nervosa e sentiu um vibrar no bolso do seu macacão.

Percebeu que Josh digitava discretamente enquanto conversava com Sofya.

Ela estava ferrada.

Seu celular vibrou umas dez vezes de uma vez mas não teve coragem de olha-lo.

Ela trançou o cabelo da irmã nervosa até o ônibus parar em sua parada, não conseguiu trocar mais palavras com Josh, ela estava apavorada.

Ao descer do ônibus ela notou uma movimentação atrás dela.

Ela havia descido também.

Ela estava mesmo ferrada.

[...]

Josh puxou Sina pelo braço e a trancou em seu quarto, ele nunca havia estado lá antes, mas não ficaria ali por muito tempo.

Ele fechou a porta e a pressionou contra a porta.

— Você vai me escutar. — ele disse sentindo o ódio o consumir. — Sua pobretona, você não vai roubar o Noah, está me entendendo?

Ela riu.

— Você está me zoando? — ela perguntou tentando se desvencilhar dele mas ele a prensou na porta outra vez, dessa vez com mais força. — Me larga! eu nunca roubaria ninguém, muito menos o Noah, o irmão da minha melhor amiga. Seu riquinho mim...

Ele precionou o pescoço dela. na porta fazendo ela engolir com dificuldade.

Ele estava a esganando.

— Me ouça com atenção. — ele disse em seu ouvido. — Você não se encaixa com a gente, você nunca vai ser uma de nós, somos a elite, estamos no topo, você se agarrando com o Noah não vai te fazer subir em nada.

Sina estava enxergando tudo borrado, sua circulação estava claramente prejudicada, pela forma pesada que ela respirava dava para se perceber.

— Se você quiser ser alguém, faça por merecer. — ele sussurrou em seu ouvido. — Bancar a putinha não adianta nada, daqui há uma semana, Noah esquece seu nome, lembre-se disso.

Ele finalmente a largou com os olhos cheios de lágrimas e saiu do quarto, deixando-a sozinha.