𝘁𝗵𝗲 𝗰𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲 | 𝗻𝗼𝗮𝗿𝘁

𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲 || 36 • Birthday

Narrador

Noah estava na banheira com Sina enquanto bebiam champanhe, se preparando para o grande jantar do aniversário dos gêmeos.

— Sabia que você é a mulher mais linda que eu já conheci? — ele beijou o seu pescoço.

— Queria me ver do mesmo jeito que você me vê. — ela tirou os óculos.

Noah pegou os óculos da suas mãos e pôs de volta em seu rosto.

— Eu amo todas as suas versões. — ele disse. — Mas não precisa ser outra pessoa para me agradar.

Sina sentiu um arrepio.

— Você não precisa ser líder de torcida, nem sair para festas comigo todo final de semana, só precisa ser você, é o suficiente, tanto pra você quanto pra mim, e se fosse insuficiente pra mim, seria problema meu. — ele disse dando um beijinho na cabeça da namorada.

— Eu quero fazer isso.

— Não quer não, você quer costurar e ler, é isso que você gosta, amor, não precisa fingir ser alguém que você não é.

— SE EU NÃO SAIR COM VOCÊ TODO FINAL DE SEMANA, QUEM VAI? ALGUMA PIRIGUETE?

— Ei. ninguém, amor, eu fico com os nossos amigos, as suas amigas, não preciso de mulher alguma, a não ser você, pra me divertir.

— Elas não me consideram amigas delas, elas saem sem mim o tempo todo, elas são suas amigas, não minhas.

Era verdade, mas para incluir Sina no grupo era necessário tempo.

— NINGUÉM GOSTA DE MIM. — ela gritou. — Eu queria ser eu, só isso.

— Eu não só gosto de você, como eu te amo, para de falar besteira. Você pode ser você que todo mundo vai continuar te amando da mesma forma.

Ela riu alto.

— Se eu agisse como a pobretona do subúrbio você me amaria?

Ela estava bêbada demais para ter aquela conversa.

— Por que você acha que Linsey me deu aulas de etiqueta desde os sete anos? pras pessoas me aceitarem Noah.

— Você se aceitando é o suficiente, quem não gostar é problema deles.

— Eu me odeio. — ela disse e sorriu triste. — De verdade.

Noah a olhou por longos segundos tentando decifrar o que mais ela escondia.

— Você me ama? — ele perguntou sentindo os olhos marejarem.

— Amo e muito, acho que você é a pessoa que eu mais amo na vida. — ela chorou. — Mas você nunca vai me amar do mesmo jeito, você ser você é o suficiente pra estar na minha vida, nem o meu melhor é o suficiente pra eu estar na sua. Acho que toda essa confusão da Linsey e nós teve um motivo, talvez nós não nos encaixamos, Noah. Nos amarmos não é o suficiente.

— Claro que é, o resto não importa, o que importa é a gente.

— Não é você que sofre, por isso você não liga.

— Se eu pudesse, eu criaria um mundo onde dinheiro não existisse para que nós pudéssemos viver o nosso final feliz logo. — ele limpou as lágrimas e saiu da banheira.

Noah, vestido em seu smoking, uma hora depois, bateu na porta do banheiro e Sina saiu de lá cambaleando em seu salto agulha.

— Quer vomitar? — ele perguntou. — Eu posso te ajudar.

— Eu tô bem! — ela disse brava antes de sair pela porta do quarto.

Noah sentiu vontade de chorar e decorreu ao seu meio de escape.

Ele pegou um comprimido e esmagou-o com o seu celular.

[...]

Noah e Sina não se bicaram durante o jantar, Linsey sorriu.

— Filho, você está pálido. Está tudo bem? — Wendy perguntou.

— Tá. — ele meteu um cupcake goela abaixo para não ter que responder mais nada.

Sina estava mais dormindo do que acordada, ela permanecia olhando para um ponto fixo na parede desde que chegou na sala de jantar do cruzeiro.

— O que deu neles hoje? — Marco perguntou.

— Verdade, o que deu em vocês hein? — Linsey perguntou.

— Não é da sua conta, otária. — ele disse e se levantou da mesa.

— Pra onde você vai? Nem batemos as fotos ainda.

— Perdi a fome. — ela nem havia comido, Sina se levantou da mesa também.

Sina entrou no quarto e viu Noah jogado na cama, de barriga para baixo.

Ela se deitou sobre ele e o abraçou.

— Desculpa por ser tão dificil. — ela disse. — Eu estou estragando a gente.

Noah permaneceu quieto.

— Amor fala comigo. — ela pediu.

— Comigo. — ele disse e pegou o celular, digitando algo ali. — Eu tô drogado, é capaz de eu falar porra então eu vou dormir.

Sina saiu de cima dele e ele adentrou o banheiro, deixando a garota chorosa sozinha.

E ali ele teve a certeza, que aquele havia sidono pior aniversário da sua vida.