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Abro os meus olhos lentamente tentando fazer com que ele se acostume com as luzes daquele quarto

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Abro os meus olhos lentamente tentando fazer com que ele se acostume com as luzes daquele quarto.

— Que bom que acordou. - A voz se fez presente fazendo com que eu sentasse sobre a cama e encarasse o homem vestindo uma calça.

— Por favor...

— Não adianta... está feito e acabou, agora você precisa lidar com isso. - Murmurou me encarando. — Tem uma janta especial pra você lá embaixo, então seja boazinha e desça para comer.

— Não estou com fome. - Murmuro.

— Okay, mas uma hora você vai ter que comer. - abre a porta do quarto e sai calmamente.

Olho para todo quarto, tudo era bem grande e chique, era nítido como aquele homem tinha dinheiro.

O meu celular estava ao meu lado na pequena mesa de cabeceira, sendo assim, estico minhas mãos pegando e apertando o botão para que ele ligasse. Não demorou muito para que várias mensagens de Noah e Hina chegassem.. Eram áudios, mensagens de textos, ligações...foi difícil escolher quem eu queria ouvir primeiro.

Enquanto pensava sinto minha barriga roncar, ela nitidamente demostrava sua fome, o meu maior problema era que eu não queria descer, não queria olhar para a cara daquele homem mas eu não tinha outras opções certo? Ou tinha ?

Não querendo dar por vencida finjo não ter escutado o barulho e volto a olhar as mensagens, o primeiro nome apareceu fazendo com que eu apertasse o botão de chamada.

— Merda! Até que enfim, aonde você se meteu? - A voz de Noah ecoou sobre a passagem de som.

— Onde foi que eu me meti? - Digo ironicamente dando um pequeno riso. — Estou em uma casa luxuosa, prometida para casar com a merda de um cara que é dono do local em que roubamos.

— Do que você está falando baby?

— Estou falando Noah Urrea... que eu estou FODIDA. - Grito a última parte.

— E agora? O que a gente vai fazer? Você namora comigo e...

— Namoro com você? O que a minha melhor amiga estava fazendo na sua casa quando te liguei e você cagou pra mim?

— Eu não caguei pra você. Só não entendi o que estava acontecendo. - Com certeza ele estava fazendo aquela cara que me dava vontade de encher ele de porrada. — Hina está em crise com Josh e ela queria desabafar.

— Eu sou a melhor amiga dela e ela queria desabafar justo com você..

— Sou amigo de Josh, poderia dar conselhos para ela e...

— E eu sou a boba da corte. Acha que eu sou idiota né? - Levanto da cama. — Quer saber, foda-se, estou vivendo uma vida de rainha nesse local, casar com esse homem vai ser incrível. - Digo com raiva. — E pra finalizar, quero que você e a Hina Yoshihara vão se foder. - Desligo tacando o celular na cama.

O nervosismo tomou conta do meu corpo deixando com que eu ficasse andando de um lado para o outro naquele quarto. Minhas unhas foram destroçadas por eu estar roendo repetidamente, e quanto mais eu fazia mas minha abstinência ficava ainda mais forte.

Eu não era uma viciada, tudo começou com um simples " experimenta, você vai gostar." e realmente, eu gostei! Gostei muito... o que era pra ser apenas em finais de semana, começou a ser rotineira, era semana atrás de semana e no meu ponto de vista era incrível pois me deixava fora da realidade, era incrível esquecer o fato de que fui abandonada pela minha própria mãe, de que agora eu vivia em um inferno e de que minha vida era uma merda.

Quando estava quase arrancando meus cabelos, umas três batidas na porta foram dadas e em seguida passos atrás de mim foram escutados.

— Trouxe pra você, sei que deve estar com fome...

— Vai se foder... - Digo sem pensar duas vezes.

— Não deve estar sendo fácil pra você certo? - Sinto que ele quer se aproximar mas não tem essa coragem. — Está sentindo falta da droga?

— Você tem aí? - Viro para olhá-lo e vejo seu olhar de preocupação.

— Não e mesmo que eu estivesse, não irei te dar...

— Por favor! - Imploro.

— Quero te deixar limpa, eu não vou te deixar no fundo do poço... Sinto muito.

— Espera... Olha.... se você me dar só um pouquinho. - Agarro em seu braço... – Só um pouquinho, por favor. - Finjo derramar umas lágrimas para conseguir.

— Não! Merda, Não! - Me empurra e fecha a porta logo em seguida.

No mesmo instante chuto a porta e quero a metade do quarto com raiva e ódio. Esse era meu temperamento, era difícil lidar comigo e eu sabia disso.

A única que eu não havia quebrado era o prato de comida que continha um cheiro maravilhoso, me ajoelhei sobre a cama e me pus a comer, sinceramente, lembrei-me um animal, o jeito que eu devorava aquele alimento era surreal.

Sentada sobre o chão comecei a refletir em como minha vida virou de cabeça para baixo e que agora eu não tinha mais nenhuma escolha sobre ela, na verdade, eu nunca tive...

Levantei meu olhar para janela e encarei o céu, não tinha dúvidas de que Margareth estava extremamente brava comigo.

Uma vida de cabeça para abaixo. - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora