SOULMATES NEVER DIE | Pricefield

O acidente parte III

 Pego o celular e digito:

cervo, tem uma ocorrência na serralheria, vou até lá. dps nos falamos bjs!

Coloco meu celular no bolso enquanto e entro na Mercedes Bens da mãe de Rachel. Eles sempre tiveram bastante dinheiro, Rach sempre teve tudo o que queria na vida. Nunca passara uma necessidade ou privação. Ela era a princesinha de Arcadia Bay, literalmente. Todos adoravam ela, sempre foi carismática e tem um sorriso que faz qualquer um se derreter, além de saber conversar sobre absolutamente tudo o que você propor. Pra ela, não falta assunto, sabe falar de animais, livros, lugares, jogos, política, esportes, estudo...tudo! Não consigo parar de me sentir culpada caso algo grave ocorra com ela, imagina essa cidade merda sem ela? Ela é o que me mantém aqui. Diferente da Max, ela nunca me abandonou, ela NÃO pode me deixar...

Meus pensamentos são interrompidos pela voz do pai da Rachel avisando que chegamos. Como o tempo passou tão rápido? Fiquei sonhando acordada com a Rach e acabei nem me ligando que já chegamos.

Saio do carro e encontro a policia quase toda de Arcadia Bay reunida (decidiram trabalhar hoje, pra variar. Deixaram os donuts de lado pela primeira vez na carreira deles). 

Escuto a dona Rose perguntando sobre Rachel para uma policial de cabelos enrolados loiros, batom vermelho, bem elegante e bonita pra uma policial daqui. Ela fala:

- Prazer, me chamo detetive Alana George. Fui transferida pra cá da capital pra investigar o sumiço dos 4 jovens que coincidentemente estavam aqui na Serralheria ontem a noite, em uma festinha "clandestina".

Meu estomago embrulhou na hora. Sumiço...Rachel está desaparecida. Céus, vou vomitar

- A senhora seria responsável por...? 

- Rachel. Rachel Amber. Meu nome é Rose Amber. Sou a mãe de Rachel, digo, madrasta. Mas possuo a guarda dela junto com o pai James Amber.

- Certo - diz Alana - Os jovens desaparecidos são Rachel Amber, Yolanda Smith, Sandra Lee e Hector Lungfire. A senhora conhece algum desses nomes?

- Oh, céus! Yolanda e Sandra são colegas de Rachel. Nunca fui muito com a cara delas mas Rachel sempre comentava que iria sair com ela, já esse Hector se não me engano acho que era namorado de uma das duas...e-eu não lembro.

- Ok. Suas informações já foram bastante úteis até aqui. Bom saber que os jovens possuem já uma relação. Podem ter fugido ou alguém os abordou. Preciso investigar com minha equipe. Peço para que por favor mantenham a calma e esperem que entraremos em contato com vocês futuramente. - disse a detetive - Shawn, por favor anote os dados da família Amber, preciso conversar em particular com Chloe Price.

Caralho, como ela já sabe meu nome? E quer falar comigo? O que eu fiz? Começo a tremer.

- Senhorita Chloe - diz calmamente Alana - poderia me acompanhar por gentileza para aquele banco?

- S-sim - gaguejo. 

MERDA. ~pensei~ ela vai me achar uma assassina, sei lá porra.

- Então, senhorita Chloe Price. Os funcionários daqui disseram ter te visto entrar com Rachel, vocês se conhecem? Você sabe de algo? Preciso de fato saber TODAS as informações possíveis para poder encontrar Rachel e seus amigos o mais rápido possível.

- Certo. Rachel é minha melhor amiga a anos. Sempre saímos e fazemos quase tudo juntas. Ela me disse que teria uma festa aqui, no começo relutei mas ela insistiu. Viemos para cá e...

Expliquei a situação toda. Toda mesmo. Até que fui embora sozinha e que ela iria ficar mais com umas amigas, sei lá.

- Entendi. Chloe, vou te passar meu contato, caso Rachel entre em contato com você por favor me avise imediatamente. Ok?

- Claro. Mas vocês sabem de alguma coisa? - pergunto

- No momento, tudo é estreitamente confidencial. Assim que puder eu lhe informo pois imagino que você deva estar mega nervosa. Conte comigo, irei descobrir o que aconteceu.

- Obrigada senhora George. 

- Senhorita! - diz em um tom meio melancólico enquanto se levanta do banco e se dirige ate um policial

Eu estava muito preocupada e me sentindo culpada. E se eu tivesse insistido na Rach voltar comigo? Se eu tivesse ficado eu poderia ter ajudado ela no que quer que fosse que tivesse acontecido. É culpa minha. Deixei minha melhor amiga nessa espelunca. Falei tanto da Max mas no final, eu a abandonei quando ela precisou. Esse dia não pode ficar pior.

Malditas palavras

- CHLOE PRICE! 

Essa voz...uma voz de cigarro, uma voz de pessoa babaca, de um merda acomodado. Eu conhecia essa voz de chupa rola no sigilo. Ah puta que o p-

- VENHA CÁ AGORA, SENHORITA! - gritou

David. Ai eu vou me matar. Esse filho da puta tinha que meter o nariz. Ninguém quer ele aqui! Por que não ficou enfiando donuts de chocolate com M&M no cu dele?

- Fala, David - digo em tom de indiferença

- Fale direito comigo, mocinha. Sua mãe não te deu educação? - grita

- Fala baixo então, que estou do seu lado.

- Fiquei sabendo que você esteve aqui ontem, não tinha dito a sua mãe que iria ao cinema? 

- Acabou que erramos o caminho e paramos aqui na festa, sabe? Acontece - debocho

- Ah claro claro. Sempre tirando o seu da reta né? Não possui um pingo de responsabilidade, acha que a vida é um morango e todos devem te servir. Você dessa vez está super encrencada. Espera só ate sua mãe saber.

- Uau, um mês de castigo? Booh hoo - finjo choro com as mãos

- Não, Chloe. Cansei de você. É internato mesmo. Você precisa ter responsabilidade e ter juízo! Chega de ser desse jeito. Já passou dos limites, por SUA culpa sua amiga está desapareci-

- MINHA CULPA? -interrompo em lagrimas- minha culpa é o caralho. Eu fiz tudo o que pude, eu não queria vir, David. Acredite ou não. Você acha que estou feliz? Que se foda, me manda pro internato e eu faço o diretor implorar pra eu sair. A escolha é sua. Me deixa em paz, não ve que to triste, porra?

Todos em volta nos olham, David está mega constrangido e tenta contornar a situação fingindo pedir desculpas e falar calmamente, mas, saio de lá chorando e pego o primeiro ônibus pra casa que vejo.

No caminho, vejo uma mensagem do corvo perguntando o que aconteceu. Explico tudo. Só queria ouvir sua voz.

De repente, o celular começa a tocar