Aquele dia da mesa de bilhar

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03 de Março 

— Mas o que porra deu em você, Gaara? — Sakura perguntou, enquanto os dois estavam fumando na varanda do bar. O ruivo encostado no guarda corpo e ela não parava de andar de um lado para o outro. Depois de toda a confusão, Kankuro foi embora e todos os amigos deles tentaram apaziguar a situação, mas tudo que Sakura fez foi chamar Gaara para conversar.

— Eu disse que ele era problema. 

— E eu sou uma mulher adulta! — Sakura parou e virou o encarando, ela suspirou e apertou os olhos com o polegar e indicador tentando se acalmar. — Não preciso de proteção, você não é meu namorado, Gaara.

— Sakura, não foi essa a minha intenção. — Ele sacudiu a cabeça em negativo algumas vezes, estava preocupado que ela entendesse errado.

— Você socou o seu irmão! 

— Ele mereceu. — Os dois olharam para o lado e viram Temari de braços cruzados e uma expressão triste. Ela se aproximou e pediu um cigarro para o irmão, que prontamente a alcançou. — Saky, o Gaara tem razão, ele é problema. Foi idiotice minha achar que ele tinha mudado. Desculpe por ele ter tratado você daquela forma. — O Sabaku riscou a pedra do isqueiro e colocou em frente ao cigarro da irmã para acendê-lo.

— Tema, não se desculpe por algo que não foi você que fez. — Ela voltou a olhar para o ruivo. — Por mais que ele tenha sido um babaca, não precisava de uma agressão física. 

— O Gaara só queria proteger você, Saky. — A loira tentava explicar.

— Eu sei me defender, mas agradeço a preocupação, só não precisava chegar a tanto. — Ela tragou a fumaça e estalou a língua no céu da boca. — Porra, Gaara… — Sakura viu que o ruivo estava calado e de cabeça baixa, não entendia muito bem o comportamento dele naquele momento já que ele nunca foi de ficar quieto, então apenas respirou fundo tentando trazer um pouco de paz para a sua cabeça.

— Ele assediou a ex-namorada dele, Saky. — A médica virou a cabeça devagar pra olhar a amiga.

— Temari! — Gaara a repreendeu.

— Ele o que? — A Haruno estava perplexa com o que tinha acabado de ouvir. 

— Temari, você não tinha o direito de falar sobre isso. — Ele crispou os lábios olhando para a irmã.

— Ela precisava saber, você não é um idiota que nem ele. — Os dois discutiam enquanto Sakura tentava absorver as informações. — Você a protegeu com razão! 

— Gente, calma. — Sakura pediu e os dois se calaram. — Isso é muito sério! — Ela ficou em silêncio, tentando ver a situação de um novo ângulo com a nova informação e voltou a olhar para  o ruivo. — Desculpa, Gaa… 

— Você não tinha como saber, 'tá tudo bem. — O ruivo a interrompeu e acendeu outro cigarro. — Eu nunca cheguei a bater nele… Nem quando… — Ele engoliu em seco deixando a frase morrer. 

— Você não precisa falar sobre isso… — Sakura deu alguns passos e o abraçou com carinho. 

— Vou deixar vocês… — A loira apagou o cigarro e curvou os lábios olhando pro irmão, entrou no bar com o coração tranquilo, pois sabia que os dois se entenderiam.

— Eu fiquei em choque… — Ele começou a justificar o motivo de não ter feito nada antes, não queria que a Haruno entendesse errado. — Era meu irmão. 

— Não precisa se explicar… — Sakura se afastou e acariciou o rosto do ruivo. — Quando estiver pronto e quiser, eu escuto você, sabe disso. — Ele afirmou com a cabeça e curvou os lábios com uma expressão serena e também de agradecimento pela compreensão.

Contos de cerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora