Aquele dia do delito

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19 de Março

Obito olhava para Sasuke um pouco chocado, tentava entender quando foi que tudo começou a dar errado naquela família. Primeiro ele, agora Sasuke não podia ser o que ele era por um capricho do seu Fugaku, achar que pessoas do mesmo sexo não podiam se relacionar era tão ultrapassado quanto era criminoso aquele preconceito. Naruto abria uma garrafa de vinho, enquanto esperava o clima ficar mais ameno para pedir a Sasuke para pegar o Whisky e servir seus convidados naquela noite. O Uzumaki tentava servir bebidas, arrumar os petiscos e pedir uma pizza ao mesmo tempo, enquanto absorvia aquela conversa da intimidade da família Uchiha, estava realmente difícil se concentrar em algo.

— Honestamente, não esperava menos do meu tio. — Obito se recostou na poltrona e cruzou os braços. — Seu pai foi o pior de todos, Sas, meu pai no começo não era contra, mas algo aconteceu e tenho pra mim que foi o tio Fugaku. 

— Achei que tinha sido o tio Madara que tinha expulsado você de casa. — Sasuke franziu o cenho. 

— Ele nunca me expulsou, muito pelo contrário, ele que me sustentou enquanto não arranjava um emprego na capital. — Obito sorriu. — Meu pai se mostrou contra em frente a família, mas nunca disse uma palavra quando estávamos a sós. 

— Sas, o whisky. — Naruto lembrou, vendo o namorado levantar e ir pegar a garrafa. 

— A família de vocês sempre foi problemática. — Kakashi comentou. 

— Concordo com você… — O Uzumaki riu, levando um tapa do Sasuke. — Você discorda? — Sasuke negou, mudo. — Então não me bate. 

— Estamos sem gelo… — O Uchiha constatou ao abrir o congelador. 

— Vai pedir pra vizinha, tenho certeza que ela vai dar de bom grado. — Naruto riu com a piadinha de duplo sentido, sendo repreendido pelo namorado logo em seguida.

— Eu posso ir. — O Hatake se predispôs para ajudar os anfitriões, já que os dois estavam arrumando tudo para eles poderem beber e comer. Sasuke deu um pote para ele e continuou pegando os copos e taças. 

— É no 503 — falou o loiro. 

Kakashi saiu do apartamento, fechando a porta atrás de si e bateu no apartamento indicado, encarava seus pés enquanto aguardava pacientemente. Até que a porta branca foi aberta e seus olhos subiram calmamente, vendo os sapatos de salto vermelhos, as pernas longas à mostra, as coxas grossas dentro de um vestido preto apertado, deixando o quadril e cintura bem marcados, o decote em V profundo e logo o rosto um tanto familiar. 

— Doutor Hatake. — Sakura uniu as sobrancelhas. — Não se mudou para o meu prédio para me perseguir, não é? 

— Eu… — Por um momento, kakashi esqueceu como era falar, engoliu em seco e viu os olhos verdes brilharem e um sorriso um tanto travesso brotar nos cantos dos lábios da médica. — Sasuke e Naruto pediram para eu… pedir gelo a vizinha, não sabia que ela era você. 

— Claro, Obito é seu melhor amigo, primo do Sas. Entendi tudo… — Deus as costas e foi até a geladeira, que podia ser vista da entrada do apartamento pela arquitetura de espaço aberto. Kakashi não conseguiu tirar os olhos dela, estava estonteante, os cabelos soltos, quase batendo na bunda empinada, a maquiagem leve com um batom vermelho sangue nos lábios. Sakura era realmente uma mulher atraente. Ela pegou duas bandejas de gelo e entregou ao Hatake. — Diga aos dois que estou de saída, então caso precisem de mais, vão ter que ir comprar ou colocar para fazer… pelo menos uma vez na vida. — Revirou os olhos com aquele fato recorrente.

— Obrigado, doutora Haruno. — Kakashi agradeceu, quando percebeu que o silêncio durava tempo demais e seus olhos não queriam parar de olhar para aquela beldade de mulher. Virou-se para voltar ao apartamento ao lado, mas sua atenção foi chamada. 

Contos de cerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora