Aquele dia do post it

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— Eu vou matar quem…

— Obito! — Sasuke gritou e saiu de seu lugar na mesa para ir até seu primo.

— Descobrimos quem convidou. — Ino riu alto, mas logo se calou ao ver a expressão de descontentamento da amiga. — Amiga, supera, Kakashi não é tão ruim assim.

— Eu sei que não, eu só… — Parou de falar assim que viu o olhar da Yamanaka sobre si, estranhando o fato dela ter concordado tão rápido. — Quer dizer… 

— Desembucha, você transou com ele? — Interrompeu a Haruno.

— Não! — Sua voz saiu mais esganiçada que o normal, ela pigarreou e repetiu: — Não. Só… — Ino arqueou uma das sobrancelhas. — Eu talvez possa ter desabafado com ele.

— O que?! — Ino exclamou. — Isso é ainda pior!

— Como isso pode ser pior, Yamanaka? — Torceu os lábios encarando a loira.

— Você traiu suas amigas. — A de olhos azuis montou a pose de vítima irritada. 

— Boa noite. — A voz masculina soou, desmontando a pose da loira e chamando atenção das demais.

— Obito… Doutor Hatake. — Sakura cumprimentou dando um pequeno sorriso, e os olhos verdes não deixavam os negros de Kakashi.

— Boa noite, doutores. Essas são nossas amigas, Temari e Hinata. — Ino apresentou as outras mulheres devido ao silêncio constrangedor que tomou o ambiente. 

— Prazer em conhecê-las. — Obito sorriu e logo o outro médico fez o mesmo. 

— Venham, sentem-se aqui! — Sasuke chamou e os dois foram até o outro lado da mesa.

— Vai me contar exatamente o que aconteceu. — Ino sussurrou próximo a Sakura.

A Yamanaka voltou a interrogar a amiga, que mordia o lábio pensando em como explicar aquele momento, como dizer que estava tão estressada que cuspiu palavras para o primeiro que pareceu minimamente amigável? Como dizer que Sasuke tinha sido sequestrado pelo pai e que ela e Naruto ficaram duas semanas no limite de suas faculdades mentais? Ia ser complicado, além de terem prometido que não contariam para ninguém sobre o pai maluco do Uchiha.

— Saky, podemos… — Gaara chamou e balançou a cabeça para o lado da varanda do bar. 

— Já volto, meninas. — Agradeceu mentalmente por ter sido salva pelo ruivo e os dois saíram do bar, ele acendeu um cigarro e deu para ela, acendendo outro para si em seguida. — Obrigada. 

— Parecia estar precisando de uma mãozinha. 

— Obrigada por isso também. — Curvou os lábios. — Vai ser difícil não dizer nada sobre o Sas. — Respirou fundo antes de tragar o cigarro e soltar a fumaça no alto. — São minhas melhores amigas, Gaa.

— Eu sei, Saky, mas prometemos ao Sasuke. — O ruivo a abraçou e logo se afastou para acariciar o rosto da mulher. 

Os olhos do Sabaku pareciam conhecê-la de maneira que nenhum outro nunca foi capaz. Camadas foram perfuradas com muita vontade de desvendar cada uma delas, todo maldito defeito que Sakura odiava ou tentava esconder não pareciam tão ruins assim quando estava com ele. Suas fraquezas, que não gostava de deixar aparentes, inseguranças e medos, mas para ele, para ele era como se fosse naturalmente fácil mostrar tudo que ela era, tudo que tinha dentro dela. Ele ouvia, compreendia e a olhava com carinho, sem julgamentos, até para as piores partes. Era confortável.

Contos de cerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora