No One Like You - Johnny Lawrence 80s [√]

25. O resultado final

Heather P.O.V

Eu e Johnny passamos a semana inteira sem nos vermos. Sete dias, 168 horas, 10080 minutos... pareceu uma eternidade. O que é estranho porque eu passei a minha vida inteira sem ele, e sei que ele também não pensa diferente. Eu nunca fui nada pra ele. Acho que ele nunca notou a minha presença, nem quando acidentalmente me derrubou da escada.

E agora...sinto um aperto no coração por estar longe dele, apesar de nos falarmos todos os dias e sua voz grave ser um ótimo calmante. Preciso me acostumar com a vida sem ele porque independente de Johnny ir bem nas provas hoje ou não, o verão acabou. Ele vai voltar pra sua vida normal, sem mim.

As horas parecem não passar nenhum segundo hoje. Tento fazer algo durante o dia, ler ou começar a organizar meus certificados para Yale, mas não consigo. Johnny deve estar terminando de fazer suas provas. Será que está indo bem? Será que ficou nervoso e esqueceu de tudo? Me surpreendi ao perceber que Johnny é realmente inteligente, ele é capaz de entender o conteúdo mais difícil, mas simplesmente não quer ou não vê como algo importante na escola.

Estou caminhando de um lado para outro dentro de casa recebendo piadas sem graças de Kyle e olhares preocupados de minha mãe, até que o telefone toca. Meu coração dispara e eu corro até a sala, descendo as escadas quase correndo e atendo ofegante:

— Alô?

— Heather Summers, aqui é a senhora Fields do colégio West Valley, como vai querida?

— Estou bem, muito bem. Algum problema? — aperto o telefone como se minha vida dependesse disso.

— Não, estou ligando apenas porque Johnny Lawrence deseja que você venha até aqui.

— Entendi, estou indo. — encaixo o telefone no plug novamente.

Subo as escadas para trocar de roupa. Por que será que ele quer me ver lá? O que aconteceu? Será que já saiu o resultado? Não é possível, não deu tempo. Visto calças jeans, uma blusa bege, ponho um suéter com estampa xadrez rosa e verde e tênis Oxford. Meu cabelo como sempre está indomável, tento os prender em um rabo de cavalo, mas apenas piora. Deixo-os soltos mesmo. Por que estou me arrumando tanto?

Desço as escadas pegando a minha bolsa e saio em direção a garagem, onde está a minha bicicleta. Ponho o capacete roxo e pedalo até a escola em rapidez, com o peito batendo forte. Chego no estacionamento em alguns minutos e prendo a bicicleta na entrada, me certificando que está segura. Então, eu entro.

Caminho às pressas em direção a diretoria, onde geralmente se espera o resultado. Ao vê-lo sentado no banco em frente a sala da diretora meu coração erra muitas batidas. Ele está apoiando os cotovelos nas coxas com a cabeça baixa e pés inquietos. Me aproximo devagar não querendo assustá-lo e penso em algo para dizer, controlando a instabilidade de minha voz.

— Você deve ter um motivo muito bom para me tirar de casa às três da tarde de um domingo.

Johnny levanta a cabeça imediatamente, me fitando com os olhos marejados, mas um sorriso completo escapa de seus lábios com o meu comentário.

— E você veio tão rápido que esqueceu de tirar o seu capacete. — enfatiza em humor.

Eu cesso o meu sorriso e toco em minha cabeça, percebendo que realmente ainda estou com o capacete. Eu praguejo internamente e o retiro sentindo meu rosto arder. Então, sento ao seu lado no banco.

— Como foi? — indago com cuidado, pois sei que ele está instável.

— Tirando o fato que eu fiquei fodidamente nervoso e tenho certeza que errei todas, foi bom. — responde olhando para os tênis.