Meu Colin

34° Capítulo - Esperança

No dia seguinte no trabalho, estou com um humor tenebroso. Apesar de todas as palavras do Adam, ainda estou aflita. Com minha vaga na banda em cheque. Não consegui dormir... Um copo de café é posto em minha mesa me tirando dos meus pensamentos. Solto um gritinho antes de perceber Matt ao meu lado. Levanto os meu olhos e sorrio. Meu amigo é um verdadeiro príncipe moderno em sua calça jeans, botas pretas e uma blusa bonita debaixo de sua jaqueta de couro preta. Ele me dá um enorme sorriso antes de levar seu café aos lábios.

-Você precisa chegar de fininho? Está atrasado.

Matt- Estava ocupado ajudando uma morena na recepção.

-E você não pode deixar outra pessoa fazer isso?

Matt- Desculpe, tenho dificuldade em ignorar.

-Matt.... Suas táticas são tão originais que chegam a ser devastadoras.

Matt- Eu sei, todas me dizem isso...

Levanto uma sobrancelha antes de beber um pouco de café.

-Provavelmente porque elas tem pena de você.

Matt- O que aconteceu com você? Que mal humor!

Encolho meus ombros.

Matt- Pode parar, eu te conheço muito bem essa cara.

-Eu devia casar com você.

Matt- Devia mesmo, mas você ignorou todo o meu charme. Me diga o que te aflige princesa.

-Ontem Doris apareceu no show e fez uma cena por eu estar na banda. Adam me garantiu que eu não corro risco de perder meu lugar na banda, mas... Eu não estou certa disso.

Matt- O Colin disse alguma coisa?

-Não disse muita coisa, só que se a Doris não estiver feliz ela não era obrigada a ficar.

Matt- Bem, então por que você está se preocupando? O Colin não pediu pra você ir embora.

-Ele talvez, não tenha tido tempo!

Matt- Você conhece ele agora, se ele quisesse, ele já teria dito isso, e é claro, muito educadamente. No que me diz respeito, ele geralmente mostra uma diplomacia excepcional

-Você está certo!

Matt- Você sabe, é melhor falar com ele novamente, se isso está te incomodando, tenho certeza que ele encontrará as palavras para tranquiliza-la.

(.......)

Quando chego no apartamento do Colin na noite seguinte, estou tão tensa e desconfortável. Eu realmente sinto que não estou no meu lugar.
Eu toco a campainha, e um tornado com mechas verdes abre a porta.

Doris- Olá.

-Uh.... Oi.

Ela se afasta para me deixar entrar.

Doris- Os caras estão no porão. Estávamos esperando por você.

-Ah.... Ok!

Sigo pelas escadas até a sala de ensaios. Os meninos já estão preparados, Adam está em sua bateria e passa um cabo para Colin. Ele passa a guitarra pelo ombro e me observa, enquanto Doris vai para o seu baixo. Colin caminha até mim e seus lábios se abrem em um sorriso afetuoso.

Colin- Ei, você está bem?

Aceno sem falar nada. Colin se aproxima e sussurra no meu ouvido.

Colin- Adam me disse que você achou que não tinha mais lugar na banda....

-Eu.... você realmente não precisa mais de mim.

Ele me dá um peteleco na testa, antes de suspirar ruidosamente de frustração.

Colin- Claro que você tem lugar na banda. Você é boba ou o quê?

-Obrigada pelas palavras gentis.

Ele me dá um sorriso largo e passa a mão no meu pescoço.

Colin- Gatinha eu preciso de você, nós precisamos, mesmo que me doa admitir isso..

Eu mostro a minha língua pra ele que me direciona até o meu piano.

Colin- Pratique comigo, é o que você faz de melhor.

(........)

Doris se instala ao meu lado, com os dedos na corda do seu baixo. Ela evita me olhar e eu evito olhar pra ela. O Colin olha pra mim por um bom tempo, enquanto eu me sento em meu piano. Eu relaxo os dedos antes de deixá-los flutuar pelas teclas. Os olhos claros do Colin não me deixam por um segundo. Eu esboço um sorriso, Adam dá o tempo, cortando meus pensamentos e a música começa a soar no porão do Colin. Doris toca muito bem e o baixo dá uma pegada muito bacana para as melodias.

A música me trás a felicidade habitualmente, mas começo a nutrir minhas frustrações e isso transparece no piano. As melodias da banda combinam com o meu humor. Três quartos das palavras são sombrias, falam de sofrimento, percas e amor atormentado. O Colin parece estar ciente da minha mudança de humor. Ele ergue a sobrancelha e olha na minha direção. Intensificando a pressão em suas próprias cordas, tornando as notas poderosas, como se estivesse tentando combinar com a minha maneira de tocar. Sua voz fica mais profunda, mais carregada de emoção, enquanto ele me observa cantando.

Colin- Sua presença pode me matar, de uma só vez, tirar tudo. Pare de entrar na minha cabeça. Pare de pensar que você é importante. Você não é nada.... nada além de um sonho maldito e obscuro. Eu não quero pensar em você, eu não quero te amar.

Sua voz ressoa no final de sua frase e as notas do meu piano combinam harmoniosamente. Nós nos comunicamos através da música, estamos conectados. E eu estou apaixonada.