33° Capítulo - Medo

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Estou tensa, como todas as vezes que vou subir no palco. Hoje ainda mais porque estou sentindo lentamente que estou perdendo lugar na banda. Doris deve se juntar a nós em breve. Quando? Não faço ideia, mas não deve demorar. Tenho um aperto no coração enquanto entro no palco.

O Colin me lança um olhar de rabo de olho, medindo meu grau de ansiedade no palco. Ele me dá um sorriso de encorajamento. Seu sorriso me conforta, sinto que tenho uma chance. No grupo ou na vida dele, não sei ao certo.
Não tenho mais certeza do meu lugar, mas assim que eu tiver uma oportunidade de procurá-lo novamente. Eu me sento atrás do meu piano, a multidão grita o nome de Colin, como de costume. As fãs amontoam contra o palco e o devoram com os olhos. Como sempre o Colin brilha no centro das atenções. O seu ar selvagens reaparece e absorve o oxigênio do ambiente.

Quando a sua voz ruge no microfone a sala gira. A vibe fica diferente mais pesada, quente, elétrica. Colin não é o tipo de homem que pode prometer uma vida simples e feliz, mas eu queria uma vida de aventuras, incertezas, lutas emocionais e foi exatamente o que consegui desde conheci o Colin.

Boa Fernanda!

Meu olhar navega na multidão e eu me permito me perder por ela, contemplando o público, feliz por estar vivendo esse momento. Eu tenho que ficar satisfeita com isso. Poucas pessoas tiveram a chance de aproveitar um momento assim. A decepção teria sido menor se nada disso estivesse acontecendo? Assim que me pedirem para sair, meu coração vai quebrar. Vou perder o Colin e a banda.
Meu olhar encontra um par de olhos raivosos, uma figura bem familiar com suas mechas verdes. Doris passa pelo público indo em direção ao backstage. Eu tento me acalmar, nesse momento meu dedo escorrega no meu teclado emitindo uma nota muito aguda, a ansiedade começa a me devorar. Não me atrevo a olhar para o Colin, já tenho palpitações só de pensar nele bravo, com muita raiva do meu erro fatal. Me concentro para não errar nenhuma nota novamente, Adam bate forte em seus tambores camuflando meu erro. Quando finalmente levanto o meu rosto, vejo Colin me perfurando com o seu olhar de aço naqueles olhos azuis.

No final do show, me sinto uma idiota e completamente inútil. Eu me arrasto até o backstage e me sento desanimada em uma caixa. Passando a mão no rosto. Estou furiosa comigo mesma, esse pode ser meu último show com eles e eu estraguei tudo. Adam e Colin se juntam a mim. Não me atrevo a olhar pra eles e fico olhando para o chão.

-Sinto muito estragar tudo.

Como resposta ganho o silêncio. Ouço um suspiro então duas botas de motoqueiro entram no meu campo de visão. Sua mão acaricia o meu rosto e depois segura o meu queixo erguendo a minha cabeça, olho seus joelhos, coxas, peito, antes de me perder em seus olhos azuis. Um sorriso está desenhado em seus lábios, fazendo o meu coração parar.

 Um sorriso está desenhado em seus lábios, fazendo o meu coração parar

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Colin sorriu pra mim? Tenho certeza que estou sonhando. Ok, se ele me beijar é um sonho, se ele me insultar não é um sonho.

Colin- Ei, está tudo bem, Fernanda. Não faça de mim um cara idiota, ok, você estourou meus tímpanos por um quarto de segundo, mas acontece até com os melhores.

Meu ColinOnde histórias criam vida. Descubra agora