Capítulo 10 - Aconchego e cheiro de lar

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Jogados na cama de Jimin, na casa afastada que mais parecia um palacete, JungKook observou o ventilador de teto que refrescava o ambiente. Até aquela parte da mansão era bonita e elegante! Seus olhos se atrapalhavam entre os vários tons de creme, branco e dourado, as cortinas vermelho sangue davam um ar obscuro de mistério ao quarto, mas o lobo não sentia nada menos que conforto e paz ali na maciez do colchão alheio.

O cheiro dele se espalhava todo pelo cômodo. Seu instinto animal dizia para que fizesse um ninho ali naquela cama gostosa, pegasse Jimin e não o deixasse sair nunca mais, aconchegado e protegido em seus braços para sempre. Será que ele se importava de emprestar alguns cobertores para um ninho grande?

—Acho que nunca te perguntei quantos anos tem. - Disse ao invés da questão interna, acarinhando os fios sedosos do vampiro que repousava serenamente com a cabeça em seu colo. A casa vazia dava privacidade o suficiente para que JungKook não se sentisse acanhado.

—Tenho 23, oras.

Rolou os olhos e o empurrou de leve, puxando-o de volta no mesmo instante.

—De verdade, idiota.

—Isso importa?

—Hm, na verdade, não. Só estou curioso.

Jimin demorou para responder, abrindo um olho com indiferença fingida, mas logo voltando a fechá-lo.

—Tudo bem. Tenho 223, então.

Não se surpreendeu. Achava até que seria mais.

—Oh. Hm, eu tenho 21.

—Eu sei, lobinho. Um bebê. - O Park riu, levando a mão até sua bochecha para apertá-la de forma carinhosa.

—Não sou um bebê! Idade não corresponde diretamente à maturidade, Jimin!

—Jimin Hyung, por favor. Mostre respeito, bebêzinho, sou mais de cem anos mais velho que você.

—Você é insuportável!

—E você é caidinho por mim...

Se calou, surpreso por ouvir da boca do outro a sua verdade assim com todas as letras, na lata. Suas bochechas coraram.

—Tá tudo bem, Jungoo. Não precisa ficar com vergonha. Eu também sou caidinho por você.

Seu coração, que pensava já estar acostumado com a disritmia que o tocava toda santa vez que dialogava com o vampiro, endoidou de vez com a súbita declaração.

—Que mané caidinho, Jimin-ssi!

—Ah, vamos lá. Já estamos nessa há algum tempo, precisamos mesmo continuar nesse joguinho?

—Não sei do que está falando.

—Precisamos, pelo jeito. Tudo bem, para você eu tenho toda a paciência do mundo, bebê. No seu tempo.

—Para...

—Pode ao menos me dizer quando vamos nos beijar?

Arregalou os olhos, chocado. Jimin, ainda em seu colo, gargalhou.

—Jimin! Pelo amor de Hécate!

—O que? É uma pergunta justa. Sua boca é tão lindinha, bebê.

JungKook rolou os olhos, mas fitou de canto os lábios alheios. Se havia uma boca bonita no mundo... ah, Hécate! Toda vez que perdia seu olhar naquela parte do outro quase tinha um troço de tanta vontade. Será que era tão macia quanto parecia?

—Me diga, Jungoo. Quando vai me deixar te beijar?

—Quando você quiser...

—Resposta perigosa. 

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