Capítulo 6 - Cabeça-Dura

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Já esperava mais de quinze minutos sentado no banco da praça movimentada, cheia de adolescentes zanzando e até um artista distribuindo quadros com retratos realísticos. JungKook nunca vira aquele lugar tão cheio e se perguntava o porquê de estar tão lotado justo hoje? Por que, infernos, aquele vampiro idiota não chegava? Tinha cara de palhaço por acaso?!

O sol já ia a pino, o tom rosa meio laranja pintando o céu como uma tela, quando ele apareceu caminhando apressado. Seu lobo faltou abanar o rabo entre pulos de alegria, como um maldito cachorro. Grunhiu, mas fingiu que não sentiu certa satisfação ao vê-lo sorrir com alivio ao vê-lo ainda ali esperando.

Jimin se sentou, sorrateiro e silencioso como uma pantera, e tocou com as pontas dos dedos seu braço, testando uma aproximação. O toque era menos quente do que o normal de um humano, mas não era gelado como sempre pensou. Era... aconchegante. Não conseguiu afastá-lo. O perfume docílimo coçava mais por costume do perigo do que por incomodo. Na verdade, o cheiro bom até acalmava, deixava tudo melhor. Era o perfume de seu imprinting. Era louco por deixar um vampiro chegar tão perto assim? O imprinting fazia sua autopreservação ir para o ralo!

—Desculpe a demora, mas será que podemos ir para um lugar mais reservado? Aí eu te respondo todas as perguntas que quiser me fazer, acho que ficaremos mais à vontade.

—Por quê? - Inquiriu, embora estivesse incomodado da mesma maneira. -Como vou saber se você não quer privacidade para me morder a vontade?

Jimin riu, malandro.

—Acredite, lobinho, quando eu te morder, você é quem vai querer privacidade de tão bom que vai achar.

O Jeon estreitou os olhos. Quando, não se. Quando. Ora essa! Até parece! Desde quando aquele vampirinho tinha liberdades consigo?!

—Se manca, sanguessuga. - Disparou, controlando a euforia do lobo dentro do peito. -Pra onde quer ir? Não pode ir pra minha casa, minha família está lá.

—Ah, imaginei que não contaria mesmo para seus familiares, lobinho. Mas, eu contei aos meus. Podemos ir até a sede do meu clã e...

—Não vou ir pra boca do leão, sinto muito. E por que contou aos seus familiares? Pensei que íamos conversar antes de sair espalhando isso!

Aquele acolhimento que residia no olhar do vampiro desde que o lobo aceitara a proposta da conversa esfriou, dando lugar a um vazio quase tão frio quanto o vento que começava a soprar a noite.

—Se tivesse me deixado continuar, veria que os membros do meu clã não estão na minha casa essa noite. - Jimin murmurou, levantando-se, como se no momento quisesse impor alguma distância. JungKook sentiu que tinha feito besteira. -Você é meu imprinting também, JungKook, mesmo que não queira. Não vou deixar ninguém te ferir, não precisa se preocupar.

—Park...

—Venha, só... só vamos andar por aí.

Suspirando, o Jeon não pode fazer nada além de seguir o já não tão animado vampiro.

—Você não me respondeu o porquê de ter contado sobre o imprinting.

Jimin suspirou. O Jeon quis se bater.

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