Capítulo 13 - Tradições Borradas

81 6 5
                                    

Oi, oi! Alguns devem ter notado o atraso do capítulo (eu, particularmente, odeio atrasar com vocês, principalmente porque adoro ler e sei como é hehe) e isso aconteceu por uma razão que a maioria entende: maldita semana de prova. Mas consegui ajeitar aqui e postar, espero que gostem.

Ainda tenho seminário e trabalho pra apresentar e simulado pra semana que vêm, então me desejem sorte! *crying in student*

Sem mais enrolações, vamos para o capítulo...

***

— Oh! É o seu aniversário, certo?

— Uhum.

Era sua primeira sessão de terapia, mas talvez Eren já estivesse querendo se esgueirar para fora do escritório e repensar na decisão. Ele estava há vinte minutos em silêncio, não fazendo questão alguma de iniciar um diálogo coerente com a mulher de cabelos ruivos sentada à sua frente. A doutora não pareceu se incomodar, mantendo os comentários simples e casuais. Isso até olhar para a tela do computador e constatar a data de seu nascimento. Para sua infelicidade.

— Você não gosta de comemorar aniversários?

— Não gosto de comemorar o meu aniversário.

— Por algum motivo em especial?

— Não.

— Tudo bem — ela manteve a expressão inabalável. — Eu espero que saiba que não pretendo ultrapassar o limite que você impor, Eren, mas também espero que saiba que esse tal limite só pode ser definido por você e pela quantidade de ajuda que aceita receber. Pode me contar o quê quiser desde que se sinta confortável. Não precisa me descrever seu último mês, isso é complicado para todos. Talvez sua última semana, se precisar falar. Pequenas coisas costumam vir a calhar.

O jovem quase negou, a ideia de compartilhar seus demônios com uma desconhecida ainda lhe parecia amarga. Mas ele estava ali por uma razão, certo? E queria resolver o problema antes que se acovardasse.

Direto e sem rodeios, ele questionou:

— Como eu posso evitar um ataque de pânico?

— Está me dizendo que teve uma experiência do tipo? — ele assentiu a contragosto, observando-a se encostar na cadeira. — O ataque de pânico em si é um distúrbio agravado da ansiedade, como deve saber, e pode ser causado por variados fatores, sejam traumas ou pressões pessoais. Independente do que for, é importante ter consciência disso para conseguir se cuidar.

— E se eu já souber o que causa isso?

— Não é uma causa específica, entende? Por exemplo: não é como se fosse um determinado lugar que causa essa reação, mas sim tudo que te remete àquilo, tudo que mexe com seu hipocampo. Normalmente as pessoas tendem a negligenciar a própria mente por tempo demais e esse é o problema. É sempre bom começar a entender o que te afeta nos detalhes, então você pode começar a cuidar de si mesmo. 

— Como?

— Vejamos... — murmurou ela, como se procurasse por uma forma fácil de explicar. — Tudo que se acumula dentro de si uma hora pode implodir, e como você não pode sempre fugir dos problemas, o indicado seria você desabafar, seja comigo ou até mesmo com alguém de confiança. Caso você ainda não se sinta preparado para isso, e eu digo em todos os tópicos da vida, dar uma pausa pode ser muito libertador. 

Ele estreitou os olhos.

— Uma pausa? 

— Fazer algo para si mesmo, tentar um momento para apreciar as coisas bobas e essenciais. Não precisa ser algo grande, sabe? E você pode tentar descobrir o que te acalma no dia a dia. Alguns gostam de praticar atividades físicas para distrair a mente, outros preferem a leitura. Tem algo em particular que você goste?

o paraíso dos quebrados | eremikaOnde histórias criam vida. Descubra agora