N/A: OPA, OPA, CAPÍTULO EXTRA!
Confesso que fiquei meio em dúvida se postava esse extra ou se colocava como um flashback mais pra frente. Acabei concluindo que ficaria grande (e talvez confuso) para um simples flashback.
É bem mais curto comparado aos capítulos comuns, mas vocês podem pegar as dicas soltas aqui (se já não o fizeram antes) e entender um pouco mais sobre certos sentimentos.
Espero que gostem!
***
J
ean Kirschtein fechou a porta atrás de si ao passar, avistando o moreno encostado na parede há poucos metros de distância com a atenção presa no celular. Seu semblante estava fechado, como acontecia em poucas ocasiões — ocasiões essas causadas por uma pessoa específica.
— O que ele quer agora?
Marco ergueu o olhar até ele, franzindo a testa.
— Que diabos você está fazendo aqui?
— É o seu pai, não é? Ele voltou?
O garoto suspirou.
— Chegou hoje a noite, aparentemente... Ele queria, ou finge querer, que eu estivesse em casa, então provoca brigas desnecessárias por conta disso. Sabe o que é irônico? Ele arranjaria um motivo para encher o saco mesmo se eu estivesse lá.
Jean apertou os lábios, evitando xingar o maldito que se considerava progenitor do outro. Ele não conseguia entender ou esconder a revolta, no entanto, sempre que lembrava da existência do homem. Como era possível que alguém não reconhecesse o filho incrível que tinha? Ou o quanto a Sra. Bodt era uma mulher atenciosa e gentil?
Em momentos como aquele, Kirschtein quase sentia-se aliviado pelo próprio pai tê-lo abandonado ainda moleque.
— Você quer ir embora ou...?
— Não estou afim de voltar hoje, acho que pioraria a situação. Minha mãe disse que tudo bem se eu ficar.
Ele assentiu, compreendendo. O jovem pareceu checar a hora e constatou:
— Você deveria voltar, Jean, sei que não é muito bom em matemática — ele forçou um sorriso. —, mas o tempo continua correndo.
O rapaz arqueou uma sobrancelha pelo tom de ironia usado.
— É.
Apesar disso, ele se aproximou e encostou-se na parede ao lado de Marco. Por mais que tentasse disfarçar, sabia que o outro não estava tão bem quanto fingia. Cabeça dura idiota.
— E sua mãe está legal?
— Fisicamente? Você sabe que essa não é a questão. Emocionalmente, eu não sei... — ele vacilou e seus ombros caíram levemente. — Sabe, eu não consigo entender meu pai de jeito nenhum. Por que continuar com alguém que não ama? Pior ainda, que não quer por perto?
Jean mordeu o lábio inferior, tentando organizar os pensamentos em algo que faria sentido.
— Tomei mais shots de vodca do que deveria, mas... Talvez o filho da mãe tenha medo de sair da mesmice? Não sei. De todo modo, não acho que os sentimentos de merda dele seja justificativa boa o suficiente pra magoar você e sua família.
— Eu deveria entender, acho, considerando que temos o mesmo sangue.
— Isso não quer dizer que são parecidos. Vocês não são, felizmente.
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o paraíso dos quebrados | eremika
Fiksi PenggemarA vida de Eren Yeager começou a estilhaçar no momento em que seus pais foram assassinados, deixando-o a mercê de toda a raiva, melancolia e desespero que um adolescente de 17 anos poderia sentir em uma tal situação devastadora. Meses depois, ele e a...