No centro de uma grande sala se encontravam sete pessoas.
O patriarca da família era o único que falava. Hiashi Hyūga tinha o rosto levemente enrugado pela idade, mas ainda passava a mesma seriedade de seus tempos mais jovens.
A voz de sua esposa Mina após o final de sua fala lhe chamou atenção.
- Meu esposo, sei que foi uma decisão de nossa Majestade, mas, o Lorde Uzumaki é conhecido por sua frieza e crueldade, não poderia ser um Lorde menos rigoroso? - ela falava de forma polida, tentando passar calma, mas mesmo assim, uma leve retorcida em seus lábios demonstrava sua preocupação velada.
A outras duas senhoras e as três jovens no recinto se mantinham com a cabeça levemente abaixadas em sinal de respeito.
Porém, todas tinham a mesma preocupação, qual tinha sido a filha azarada do Lorde Hyūga a ser escolhida para se tornar esposa do tão temido Lorde Uzumaki, o implacável General Kyuubi.
- Esposa, deixe de besteira! - exclamou o patriarca que odiava ser questionado - Acha que podemos ir contra a vontade de nosso Imperador?
- Não, meu esposo. - respondeu pesarosa - Afinal, qual de nossas meninas foi escolhida.
Um suspiro escapou do tão inexpressivo Hiashi.
- A segunda mais velha de nossa família. É quem tem idade para se casar com o General Uzumaki.
Um audível engasgo foi ouvido partido da Concubina Kimi. Esta olhou para a jovem semelhante a si. Os cabelos loiros e olhos não tão claros quanto o restante.
- Meu senhor, eu lhe imploro, não faça isso com nossa Shion! - ela lhe implorou persuasiva, com lágrimas nos olhos, conseguindo a atenção de todos. - Ela é uma filha tão preciosa ao senhor, podemos conseguir a ela um outro casamento benéfico.
- O Imperador foi claro! - bateu com força a mão na mesa. - Eu devo entregar minha segunda filha mais velha para Lorde Uzumaki!
A loira mais velha não estava disposta a desistir ainda, resolveu jogar uma carta incerta que possuía na manga.
- Bom, meu senhor, Hinata e Shion nasceram com apenas algumas horas de diferença.
- Senhora Kimi, onde quer chegar com isso? - a terceira senhora que se encontrava na sala finalmente se pronunciou. Temendo pela vida de sua filha, Hana venceu sua insegurança de falar.
- Ora, Senhora Hana, é simples. - todos estavam olhando fixos pra ela, mesmo as jovens já tinham levantado suas cabeças. - Hinata não está registrada na árvore genealógica da família Hyūga, já que ela foi um fruto de uma noite de farra de nosso senhor com uma empregada. - apesar da calma em sua fala, Kimi tinha o olhar afiado para a Hana, a lembrando que ali ela era só a empregada que tinha tido sorte de engravidar do patriarca.
- Fale logo, Kimi! - a matriarca Minada não gostava do rumo da conversa.
- Bom, - continuou a loira com um sorriso de vitória nos lábios. - podemos registrar Hinata como nascida primeiro, tenho certeza que os empregados confirmariam meu senhor.
- Minha Hinata nasceu depois, todos nós sabemos disso! - desesperada Hana já se encontrava com vestígios de lágrimas se acumulando em seus olhos.
Hinata já sentia suas mãos começando a tremer, tamanho era o desespero só de pensar, que desafortunada seria se fosse mandada ao cruel Kyuubi.
- Pois eu tenho certeza que Hinata iria se sentir privilegiada por fazer isto por seu pai, não é querida?
E vendo a incerteza nos olhos da jovem de cabelos azulados a loira mais jovem atreveu a se pronunciar e utilizou da fraqueza de sua meia irmã.
- Minha mãe, sei que minha querida irmã faria isso por nosso pai, e também pela senhora Hana. - Vendo o tremor nos lábios da outra jovem e do espanto de sua irmã caçula soubera que tinha tocado no ponto certo.
- Minha filha! - exclamou feliz Kimi - Com certeza, Hinata amaria que sua mãe tivesse uma vida melhor aqui dentro, não é mesmo?
Antes que mais alguém falasse algo, movida pelo desespero, Mina que se sentia tão afeiçoado da pequena Hinata, que era uma irmã tão atenciosa para sua Hanabi, pegou na mão de seu marido.
- Meu senhor, por favor! - e como um sinal de que deveria ter sido mais clara com seu pedido, Mina teve que ouvir a decisão de seu marido.
- Será Hinata então. - Com a cabeça não mais tão erguida, e com um certo pesar, a decisão havia sido feita.
E novamente, para a sua a surpresa de todos, só se ouviu quatro palavras ressoando naquela sala.
- Eu aceito meu pai! - mesmo com a voz não tão firme quanto esperava, Hinata se pronunciou, respirou fundo e disse suas próximas palavras devagar por medo de gaguejar. Queria parecer o mais firme e calma que pudesse. - Mas eu peço que me prometa algo, senhor meu pai!
Mina antes que Hana pudesse impedir sua filha de continuar falando, foi até a jovem, pegou em suas mãos, e se virou de volta para seu marido.
- Tenho certeza que o senhor seu pai não vai se importar de realizar seu pedido, não é meu marido?! - o olhar penetrante mandado em sua direção fez com que o homem concordasse com a cabeça.
- Peço que o senhor meu pai prometa que minha mãe será bem tratada e terá um pouco mais de conforto. - e ao olhar para sua amada mãe Hana e a tão atenciosa mãe Mina, completou - E que o senhor me prometa que a protegerá!
- Está prometido minha filha.
Um pouco mais calma, Hinata acenou em concordância. Mesmo com o coração triste por seu destino, pelo menos se pudesse dar a sua mãe uma vida mais digna já estava de bom tamanho.
Rezando que seu esforço não fosse em vão, e seu pai deixasse de relevar todas as humilhações que Senhora Kimi e Shion faziam sua mãe passar por mero capricho.
Por sua mãe, passaria pelo infortúnio do casamento que não queria, com alguém que ela duvidava que pudesse a amar.*------*
Em outro lugar, em um escritório em outra residência, um loiro visivelmente incomodado se segurava pra não rasgar a carta que lhe havia sido entregue.
- Konohamaru! - chamou seu fiel braço direito, aquele que crescera junto e considerava como um irmão.
- Sim General? - respondeu com um sorriso torto, temendo o que quer que tivesse naquela carta que fez com que o humor de seu irmão ficasse tão ruim.
O mais velho, vendo os ombros levemente encolhidos do menino, tentou transparecer um pouco mais de calma.
- Você pode me dizer, se isso aqui é algum tipo de brincadeira? - com as sobrancelhas arqueadas, espero que o menino risse e lhe contasse que era uma pegadinha. Ficaria tão aliviado que nem esbravejaria com ele dessa vez.
- Irmão, juro que dessa vez não é uma brincadeira minha, olhe. - e com q intenção de lhe provar seu ponto e apontar a caligrafia diferente da sua, acabou lendo por cima o conteúdo. - Casamento? Ele quer lhe mandar uma esposa? Alguém que não conhecemos?
Percebendo o leve desespero que brotava no menino - já não tão menino assim, pois faltavam só três anos para sua maioridade - a certeza de que não era uma brincadeira se instaurou. E mais do que antes, o incômodo se fez presente em seu ser.
Uma ordem vinda direta de sua Majestade Real, o Imperador. Não poderia ignorar, e isso o tiraria o sono, já sabia.
Mas vendo o estado de Konohamaru, percebeu que no momento teria que segurar seu próprio desespero, Naruto colocou sua mão no ombro do menino, afim de chamar sua atenção.
- Ei pirralho, respira. - esperou o menino respirar fundo e voltar a pensar de forma racional. - Eu sei que você tá assustado. Mas lembra, eu não vou deixar nada te acontecer tá? Sei que a última experiência não foi tranquila, mas seu irmão aqui não vai deixar acontecer de novo. - vendo o menino mais tranquilo, bagunçou seus cabelos.
E com um sorriso pequeno, mas genuíno, que poucos tinham acesso, o loiro acrescentou confiante.
- Pode ter certeza meu irmãozinho, não sei quem é esta moça que vem, mas ela não irá durar!
E por mais aliviado que essas palavras deixassem Konohamaru, ele torceu para que não viesse uma moça boa, pois se viesse, ela com certeza sofreria.
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Minha Amada Esposa
RomansaPor ordem do Imperador, Naruto e Hinata tem seu destino entrelaçado por meio do matrimônio. Ele possuidor do título de General Kyuubi, conhecido por ser frio nos campos de batalha, não estava disposto a aceitar o casamento. Ela possuidora somente do...