Em casa e fora

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Harry pousou em seu novo apartamento e tropeçou em Severus. Severus o firmou e o abraçou com força. Tremores passaram entre eles, e ninguém ousou falar até que o tremor parou.

"Isso foi muito malditamente perto."

"Sim." Harry deu a seu amigo elfo um olhar inquisitivo. "Você está bem, Mipsy? As proteções não te machucaram?"

Mipsy abraçou as pernas de Harry. "Mipsy está bem, Mestre Harry, mas eu estou preocupado com o Mestre Severus."

Severus estremeceu e pressionou a cabeça no ombro de Harry, e não importava que ele tivesse que se curvar para fazer isso.

"Nós vamos mantê-lo seguro, Mipsy." Harry levantou o queixo de Severus e segurou seu rosto. "Eu prometo a você, desta vez, você vai crescer em segurança e livre do laço de Dumbledore."

Os olhos de Severus refletiam medo e o desejo desesperado de acreditar. "Como você pretende manter essa promessa?"

"Ainda não sei, mas vou."

Severus sussurrou: "Eu confio em você."

Harry piscou com força e esfregou a bochecha. "Isso... isso significa muito para mim, Severus." Ele sorriu e soltou o menino. "Vai ficar tudo bem. Não vamos enfrentá-lo sozinhos e inconscientes desta vez, então vai ficar tudo bem. Bem, vai ser difícil também, mas ele não vai vencer. Ele não vai nos quebrar. Nunca mais."

Severus ficou de pé e cerrou os punhos. "Certo. Você está certo. Vamos proteger um ao outro." Ele deu a Mipsy um sorriso hesitante. "Todos nós."

Mipsy assentiu com firmeza. "Mipsy não está deixando ninguém machucar seus bons e gentis mestres." Ela bateu palmas uma vez, e uma porção de chá e biscoitos apareceu na nova mesa da cozinha. "E agora, vocês precisam se acalmar, Mestres. Vocês estão ficando muito assustados por muito tempo."

Severus levou Harry até a mesa, um sorriso cansado no rosto. "O acaso seria uma coisa boa."

Harry apertou o ombro do amigo e fez uma promessa silenciosa de que ajudaria Severus a relaxar e ser um adolescente normal neste verão – e ele também. Merlin, não seria uma boa mudança de uma vida inteira de guerra? Eles com certeza mereciam.

"Certo," disse Harry com um sorriso. "Agora, qual destes são seus favoritos?"

Severus deu a ele um tipo de sorriso imperioso e colocou um dos biscoitos de chocolate em seu pires.

"Boa escolha." Harry pegou um dos chocolates também, mas Severus o arrancou antes que ele pudesse mordê-lo. "Ei, deixe um par para mim", disse Harry com uma risada.

Severus passou-lhe um biscoito amanteigado. "Você pode ter isso."

Harry bufou. "É justo. Eu vou roubar alguns chocolates enquanto você não está olhando."

Severus fez um beicinho simulado para ele, e Harry riu. Sim, isso era exatamente o que eles precisavam – tempo para serem garotos longe das pressões de diretores malvados e membros cruéis da família – pelo menos por um tempo.

*

As luzes da rua se acenderam e Severus estremeceu. Era hora de deixar a segurança do apartamento de Harry e encarar seus pais. Merlin o ajude, ele já estaria em apuros por aparatar em casa ao invés de pegar o trem, e nenhum de seus pais se importaria que ele fizesse isso para salvar sua própria pele.

Não mais.

Ele também não ansiava pela noite. Harry o ajudou a suportar cada momento desde o último ataque, mas agora, ele teria que reunir coragem para dormir sozinho. Por mais que ele odiasse a ideia, seu pai o machucaria se ele não chegasse em casa a tempo e, se ele saísse muito mais tarde, sua mãe contataria o diretor sobre seu paradeiro – se ela se lembrasse de que seu filho existia de qualquer maneira. Bem, se ela não o fizesse, seu pai absolutamente a lembraria.

Changing Fate [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora