Verdades e convites

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  -P-pai?-Meu queixo cai. Olho do senhor Brason para Theo.-Eu sou muito lerda.. É óbvio a semelhança entre vocês.Os mesmos narizes.O mesmo formato do rosto.

Senhor Brason gargalha.

-Eu gosto dela.- Diz o mesmo, saindo do local.

Theo respira e se senta no sofá. Passa as mãos pela orelha.

-Ele é meu pai.-Theo afirma, no mais baixo som de voz.

Me sento a sua frente.

-Se não se importa. Você tem medo dele?- Meu chefe suspira e sorri.

-Não. Mas nossa relação é estranha.- Ele me olha. Fico em silêncio e ele continua.

-Tudo aconteceu a alguns anos atrás. Três,para ser mais preciso. Minha mãe era uma pessoa incrível. Carinhosa, gentil, alegre. Tudo de bom que uma pessoa poderia ser. Ela era a flor que sobreviveria o inverno.- Vejo seus olhos marejados. Theo balança a cabeça e prossegue.- Éramos felizes. Meu pai, Lira, Jack, James e Meg. De repente, ela ficou muito doente. Não parava de desmaiar, de tossir. Meu pai levou ela nós melhores médicos. Incluindo minha avó, mãe da minha mãe. Eles tentaram de tudo. Mas um dia, ligaram e disseram que ela havia...- Sinto uma lágrima em meus olhos. Passo a mão rapidamente, antes que Theo perceba. - Todos fomos ao hospital. Mas já a haviam levando. Depois disso, a Marta, nossa madrasta, sempre vinha em casa. Apoiar nosso pai, a nós. Ela era a melhor amiga da nossa mãe. Alguns meses depois, eles assumiram o namoro, logo depois o casamento. Ela começou a ficar estranha. Manda e nós obrigava a tudo. Então, fui fazer intercâmbio na Itália. Quando voltei, nosso pai estava na cadeira e meus irmão estavam distantes.

Respiramos profundamente.

-Obrigada.- Digo, depois de minutos no silêncio. Theo ergue a sobrancelha.

-Pelo que?-

-Por me contar a verdade e me mostrar um pedacinho da sua mãe. Ontem. - Reconhecimento  vem em seus olhos. Seus lábios se curvam em um pequeno sorriso.

-Eu confio em você, Anastásia. - Não aguento e lhe dou um abraço. Primeiro sinto seus braços tensos, depois eles se relaxam. Sinto um braço sendo passado por minhas costas. E uma respiração em meu pescoço.-Obrigado.- Sinto algo molhado cair em minha pele. Ele me abraça mais forte. O abraço também.

-Aaaaaa, ELES ESTÃO NAMORANDO.- No susto ,viramos e nós deparamos com os pestinhas e Mirt nós encarando. Com sorrisos no rosto.

Me afasto de Theo e levanto. Ele segue meu exemplo.

- N-não. Não é nada disso.- Olho para o relógio na parede.- Por que vocês saíram mais cedo da escola?Não são 15:30 ainda.

Olho para Mirt.Ela sorri e responde.

-Hoje iremos a um lugar, já que amanhã é final de semana. Resolvi levá-los à praia. - As crianças sobem as escadas no pula-pula.

-Isso é incrível. Mas, eu vou ter que ir junto? Por ...- Fico envergonhada de perguntar, mas eu sou a babá.

-NÃO!-Mirt grita. Arregalo os olhos.-N-na verdade, eu tenho um presentinho para vocês dois. Só vocês.-Então, ela tira da bolsa dois ingressos. Teatro.

                    Romeu e Julieta

        O conto de uma forma moderna!

   Às 19:00 PM. Entranda com acompanhante, fotos e drinks.

  Não esqueça da sua Julieta, e nem do seu Romeu.

  Meu quixo cai. Theo lê sobre meu ombro. Ele lança um olhar para sua avó, que está transbordando de felicidade.

-Não.- Meu chefe diz, frio.

Mirt começa a chorar.

-D-depois de tudo que eu fiz para conseguir esses ingressos. Você é um mal agradecido.- Ela sobe vai para a cozinha. Me movo para segui-la, mas uma mão segura meu pulso. Theo suspira.

-Ela está fazendo teatro. Sempre faz.- Olho para os ingressos e para Theo, Theo ingresso.

-Aqui.- Lhe dou. Ele para de se mover.- Vá com sua namorada, acho que era isso que sua avó queria.- Dou de ombros.- Não é sobre isso a peça? Por favor, sua avó irá ficar feliz vendo seu neto se divertindo um pouco.- Lhe dou os ingressos e subo para ajudar os pestinhas, que por sinal estão amontoados na  escada.

Cruzo os braços.

-Vocês não deveriam ir comer alguma coisa?- Ergo as sobrancelhas e sorrio.

-Sim.- Meg corre e me abraça.

-Como foram o dia de vocês?- Lira diz.

-Perfeito.-

Jack e James também concordam.

Olho para Meg, que olha para o primeiro andar. Ela desce do meu colo e desce as escadas.

Lira me puxa para seu quarto.

-Precisa de ajuda?- Ela concorda. Então tira seu aparelho auditivo e o coloca para carregar.

-Preciso escolher algumas roupas. - Ela fala. Concordo e vou até o seu guarda-roupas. Que por sinal, é menor que o de todos os outros.

   -Que quarto lindo, Lira!- Sinalizo

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-Que quarto lindo, Lira!- Sinalizo. Ela sorri e pega algumas roupas.

-Tenho essas opções.-Ela diz, enquanto pega uma mala. Vejo que em seu quarto há uma foto de uma mulher. Lira vê que eu a encaro e chega perto de mim.

  - É a minha mãe.- Vejo em seus olhos um brilho diferente, que logo passa.

Ela se volta para as roupas e me chama para ajudá-la. Faço umas piadas à ela e depois vamos ao quarto dos gêmeos. Até agora nenhum sinal de Meg. Arrumamos as coisas dos dois e eu vou ao quarto de Meg. A mesma já estava pegando suas roupas e enviando de qualquer jeito na mala.

-Isso aqui. A, já tava esquecendo meu brinquedo.- A pequena diz, pegando seu elefantinho azul.

-BU- Dou um susto nela.

Ela cai de bunda no chão, com a mão no coração, a respiração rápida.

-ANA, quer me matar do coração?- Ela se levanta e me puxa.- Vem, me ajuda aqui.- Passamos minutos escolhendo suas roupas e por céus, ela tem tantas. Sinto uma aproximação atrás de mim.

-Hum.- Theo.Era o dono da aproximação. -Podemos conversar?

Assinto.

-Você gostaria de ir ao teatro comigo?- Ele manda. Paraliso.

-A-achei que você iria com sua namorada.- Tento me expressar.

-Não, se você não quiser eu a chamo. Minha avó especificou que o convite é somente para você e para mim.- Vejo o tom gélido em sua voz.

-Acho melhor...-

-Que bom que aceitou querida. Fico tão feliz.- Vejo Mirt subindo as escadas e me abraçando.- Irá ser perfeito.

O meu novo emprego.Onde histórias criam vida. Descubra agora