Em uma cadeira de balanço uma senhora de 80 anos começou a lembrar-se da sua Juventude quando no rádio a música "Borboletas" da dupla sertaneja Victor e Léo começou a tocar.
Naquele momento, a Senhorinha sentiu-se emocionada e a enfermeira vendo o olhar da senhorinha, perguntou:
— O que houve Adriane?
Adriane em um olhar triste respondeu:
—Quando eu era mais nova fiquei tão escrava da opinião dos outros e nem percebi que o meu jardim eu, ou seja, nem sempre consegui ser eu mesma o tempo inteiro e agora... Nem dá tempo de cuidar dele mais.
A enfermeira Monique, olhou para Adriane atentamente, com expressão de confusão, quando a senhorinha reparou, ela explicou para a doce enfermeira:
—Monique, minha doce menina, nós duas vamos analisar essa música, tá bom? '' Percebo que o tempo já não passa. '' Aqui é a versão madura sua, percebendo que o tempo parece não passar. ''Você diz que não tem graça amar assim. '' Quem diz não ter graça amar dessa forma é a sua antiga versão. '' Foi tudo tão bonito, mas, voou pro infinito parecido com borboletas em um jardim. '' Nessa parte sua atual versão se recorda dos seus sonhos de infância e a sua antiga versão completa dizendo que seus objetivos e sonhos voaram pro infinito como se fossem borboletas. ''Agora você volta me balança o que eu sentia por outro alguém. '' Nessa hora a sua antiga versão diz que agora você recorre a ela e balança o que ela sentia por outro alguém, aí você deve estar pensando: Quem será esse outro alguém? Pois, eu vou te responder: Esse outro alguém é a versão que você gostaria de ter sido, mas, que por alguma razão não conseguiu ser.
'' Dividido entre dois mundos, sei que estou amando, mas, ainda não sei quem. '' Nesse trecho a sua antiga versão diz que está dividida entre o mundo real e o mundo da fantasia e que ela está amando, porém, ela ainda não sabe se ama quem você era ou quem você se tornou. —Monique estava boquiaberta, pois, não imaginava que essa música carregava tamanha profundidade. Seus olhos estavam marejados e ela olhando para a sábia senhora a sua frente, respondeu:
—Nossa Dona Adriane eu tinha tantos sonhos, mas, calei a minha voz para não me indispor com ninguém. —Adriane, sorrindo olhou para a jovem e com docilidade respondeu:
—Acalme-se minha jovem, nós ainda não terminamos de analisar essa bela música e sendo sincera? Logo, a música responderá o lamento que você fez. — Dando uma profunda respirada a doce senhora continuou: '' Não sei dizer o que mudou, mas, nada está igual. '' Nessa parte a sua atual versão não sabe dizer o que mudou, contudo, você reconhece que não está igual ao que era antes. '' Numa noite estranha a gente se estranha e fica mal, você tenta provar que tudo em nós morreu. '' Aí essa parte a sua versão antiga diz que em uma noite que você está mal, se sentindo estranha você a repreende e então vocês ficam mal, e a sua atual versão tenta provar que tudo que você adquiriu e aprendeu com a sua antiga versão morreu, pois, muitas vezes nós temos vergonha da nossa antiga versão. ''Borboletas sempre voltam e o seu jardim sou eu. '' Para finalizar, muitas vezes as dúvidas, sonhos, objetivos e planos voltam, pois, se hoje nós somos o que somos é graças as nossas antigas versões, por isso, elas nunca vão morrer, pois, nós somos o nosso jardim, por isso, devemos nos cuidar e priorizar sempre, pois, a nossa boca fala e revela do que o nosso coração está cheio. —Quando a senhora Adriane terminou a analise, a senhora pegou a mão da doce Monique e com um sorriso, disse:
—Meu bem, você está na flor da idade, não está tarde para começar de novo, já diria roupa nova: '' Ah coração, se apronta pra recomeçar, ah coração esquece esse medo de amar de novo. '' Mas, deixarei essa música para um próximo momento, por agora minha jovem eu te aconselho a não calar a sua voz, vou te convidar a conversar com suas antigas versões e questionar a elas o que vocês devem fazer, pois, se muitas vezes nós olhássemos os nossos erros, bem... Nós não voltaríamos a repeti-los e assim: daríamos espaço para novos acertos.
Monique abraçou dona Adriane e ao voltar para casa começou a refletir a respeito de seus sonhos e prometeu que nunca mais iria calar a sua voz novamente.
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Um mar de emoções
RandomOlá, o meu nome é Mônica Maria Freitas Polo e por aqui eu escrevi poesias, contos, fanfics, enfim... E agora estou experimentando um novo gênero: Crônica. Espero que Gostem