Um mar de emoções

Minha Melhor Parte

Eu estava deitada na cama, com o nariz congestionado e não sei se estava ardendo em febre, porém, não estava muito bem.

Eu estava na minha avó paterna, era sexta-feira santa e o almoço não estava pronto, ou eu já havia comido, enfim... Não me lembro ao certo, pois, nesse dia em específico eu estava sentindo que a minha alma havia saído do corpo, ou seja, ela foi parar em outra dimensão, enfim... Virei um zumbi? O ponto é que eu realmente estava mal, falei com o meu coordenador que não estaria presente na igreja, ou já tinha falado? Não lembro ao certo, porém, eu me recordei do meu quarto de infância e quando eu vi... Já não era mais a Mônica de 26 anos, mas sim, a Mônica de 09 ou 08 ou 07 anos, ela estava deitada na sua cama, se levantou e estava vestindo o seu moletom favorito: era azul e tinha uma frase escrita e entre essa frase alguns desenhos, acho que a frase era mais ou menos assim: No inverno, gosto de tomar um chocolate bem quentinho (com um desenho de uma caneca com chocolate quente) abraçada com meu bichinho de pelúcia (desenho de um ursinho), para me aquecer uso meias (estava desenhado um par de meias) e luvas (um par de luvas desenhado) era mais ou menos assim, então, me recordei da Mônica que usava os óculos da Mônica, da turma da Mônica e por um instante me perguntei: '' Isso é real?''

Então, sou interrompida de meus devaneios, por algum motivo que agora não me recordo bem, depois me recordei de estar na casa antiga da minha avó paterna, no quarto da minha madrinha, brincando com uma conhecida de vídeo-game, essas lembranças da infância que eu imaginei que estavam mortas, na verdade, estavam adormecidas e elas apareceram em um momento importante, me trouxeram certa leveza e deixou o meu coração mais quentinho e com isso eu percebi que muitas vezes é essa criança que me salva desse mundo adulto maluco, desse mar de dúvidas que insistem em me afogar, dessa ansiedade, enfim... Esse lado criança que muitas vezes eu tenho vontade de matar, ás vezes me dá vergonha, porém, eu penso que deveria parar de me envergonhar, pois, a minha infância e o meu lado criança são e sempre será a minha melhor parte.