capítulo 3

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Depois de sairmos para a missão, começamos a conversar pelo caminho. Supostamente pessoas estavam desaparecendo em uma fazenda abandonada. Chegamos ao pequeno vilarejo onde tudo parecia bem. Crianças brincavam nas ruas, haviam vendedores anunciando seus produtos e o cheiro de comida invadia o lugar. Como ainda não havia anoitecido passamos um tempo conversando com os moradores da cidade. Alguns alegaram que tiveram parentes ou amigos que foram até a fazenda e nunca mais voltaram. Realmente parecia que havia um oni escondido na fazenda. Nós comemos bolinhos de arroz num restaurante e quando o sol se vai, caminhamos em direção a fazenda.

As suas plantações pareciam verdes demais para um lugar abandonado, embora o celeiro e as cercas estivessem todos desgastados e exalavam o cheiro de sangue e animais mortos. Ao passar nas hortaliças me abaixo e olho as plantas com mais atenção. Parecia que algumas tinham sido retiradas com pressa, como se tivessem sido roubadas. Passo a mão pelas plantas e elas soltam um estranho pólen, que tinha um forte cheiro de enxofre.

Não achando nada mais estranho decidimos entrar no celeiro. Yukio faz uma reverência mostrando para mim o caminho até o local.

- Primeiro as damas.

- Vai se ferrar Yukio!

Assim que entramos era perceptível o cheiro de morte. Ossos de animais e esqueletos humanos estavam espalhados pelo local. Havia um corpo tremendo. Provavelmente ainda estava vivo. Corremos até ele, que era um homem, aparentemente na casa dos 60 anos. Mas quando chegamos nos deparamos com suas veias saltando num tom preto, como se algo estivesse extremamente errado. Com ele estava uma bolsa com hortaliças, que exalavam o mesmo cheiro das plantas na horta. Ele parecia dar seus últimos suspiros, mas, ao se deparar conosco, seus olhos se arregalam.

- C-crianças - ele diz ofegando - vão embora! N-não toquem nas p-plantas!

- Por que não? - pergunto já desconfiando do motivo e com a consciência pesada por ter tocado nelas.

- V-veneno...!

O homem então começa a convulsionar enquanto espuma saía de sua boca, junto com sangue, que também saía de seu nariz.

Antes que possamos fazer alguma coisa, o homem morre. Nós nos levantamos e olhamos ao redor. Não estávamos sozinhos. A porta então se fecha e ouvimos passos atrás de nós.

Assim que viramos nos damos de cara com uma oni alta. Seus cabelos eram verdes, um chifre saía de sua testa e seus olhos amarelos eram como olhos de gato. Seus braços tinham marcas e ela carregava uma máscara quebrada na cintura. (Imagem na mídia)

Quando ela apareceu o cheiro de enxofre ficou mais forte. Encaro meu irmão e ele faz o mesmo. Nós avançamos, os dois de uma vez, enquanto eu preparo um ataque Yukio prepara a defesa.

- Sutā no Kokyuu, ichi no kata, Ohitsujiza!

( Respiração da estrela, primeira forma, Áries!)

Desfiro o golpe na direção do pescoço da oni, mas acabei golpeando o ar. Percebo que a oni foi parar no lado oposto de onde eu a ataquei.

- Hahaha - ela riu - eu tenho total controle nesse lugar. Aqui... - Ela diz e então desaparece - ...a realidade é o que eu quiser!

Quando ela diz isso, sinto uma respiração ao meu lado. Quando olho ela tinha sussurrado a frase em meu ouvido. Por reflexo dou um salto para trás. Era um tanto raro achar onis fortes o suficiente para fazer um kekijutsu, embora o dela tenha uma falha perceptível. Provavelmente ela controla apenas a área dentro do celeiro, por isso fechou a porta. É como se estivéssemos presos numa grande gaiola, junto com uma fera descontrolada.

Ela então me olha e dá um sorriso. Um sorriso extremamente maléfico e debochado para alguém que se prendeu com dois exterminadores de oni.

- Não que vá fazer muita diferença, afinal, o veneno que você respirou fará efeito em breve! Então eu irei me alimentar de vocês dois. Vocês parecem ser mais fortes do que os últimos caçadores que vieram até aqui, o mestre ficará feliz com isso!

ι ¢αη ѕєє тнє ѕтαяѕ°•*Onde histórias criam vida. Descubra agora