capítulo 5

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Priscila narrando...

Estou a preparar a minha mala para uma viagem de emergência que surgiu em um dos meus hotéis em Miami. Pois, a construtora pertence a minha família. Para além desse negócio, eu sou dona de dois hotéis, dois restaurantes e um bar luxuoso na parte nobre de nova Iorque.

Adiante, termino de dobrar a última peça quando ouvi uma batida na porta.

Priscila: entre! - digo colocando a mala que até então estava por cima da cama, no chão.

Florência: desculpa lhe incomodar, senhorita. Vim avisar que o seu pai e o resto da família a esperam no escritório dele. - ela falou de cabeça baixa, com as mãos juntas a frente do corpo.

Suspirei e a chamei para sentar ao meu lado na cama.

Florência: mas...?!

Tentou relutar, mas acabou cedendo após eu lançar um olhar desafiador.

Depois do que aconteceu com a minha filha, eu não voltei a dirigir uma única palavra à ela. Eu realmente fiquei chateada com a ignorância e distração dela. Mas ao me acalmar, vi que precisava me desculpar profundamente com ela. Afinal, todo mundo tem o direito de errar. Apesar de ser difícil, era isso o que eu deveria fazer para a mulher que desde muito jovem cuidou de nós.

Priscila: Florência, eu quero me desculpar pela bofetada que lhe dei. - falo com sinceridade a olhando nos olhos. - me deixei levar pela raiva e a frustração que senti ao ver a minha filha passar por aquilo.

Ela ficou quase engasgada com as minhas palavras. Com certeza ficou surpresa com a minha atitude.

Florência: senhorita, não precisa. Eu entendi o seu lado, e de certa forma mereci. Eu precisava estar de olho no pessoal que entra e sai dessa mansão para destruir a possibilidade de intrusos aqui...

Priscila: realmente erraste, mas... vamos ultrapassar essa fase e fazer diferente? - digo séria como de costume, porém com um tom divertido na voz.

Florência: muito obrigada, senhorita. - ela sorri e me abraça.

A princípio fico sem reação, mas a seguir acabo a abraçando também.  Nos levantamos, e caminhei em direção a porta com a mala já feita. Serão três dias longe de casa, que chato!

Desço as escadas e reparo um silêncio total.

Devem estar todos no escritório, como disse a Florência. - penso.

Deixo a mala na sala de estar e caminho até o escritório. Bato a porta e após ouvir um "entre" do meu pai, eu entro no escritório.

David: já cá estamos todos. Então, sem mais delongas vamos ao assunto.

Ficamos todos concentrados no que vinha a seguir.

David: há vinte e cinco anos, eu tive de viajar com urgência para o México. A empresa lá estava com problemas técnicos.

Andrew: eu ainda nem estava nascido, pai. Pode ir logo no ponto principal?- falou entediado.

David: por favor, me deixa terminar.

Contra a vontade, o Andrew calou-se e o meu pai continuou.

David: resolvi tudo, felizmente. Eu precisava passar uma última noite no hotel de Cancún. Era suposto ficar por uma semana, mas acabei ficando por mais uma. Isso porque eu comecei a ver a secretária executiva do homem que cuida da construtora em Cancún, com outros olhos. - ele confessa envergonhado e todos nós, exceto a minha mãe, o olhamos com desprezo.

Uma Mulher ImplacávelOnde histórias criam vida. Descubra agora