NEVER BE ALONE • NOART

3 - tulips and love

POV NOAH

Acordo no meio da madrugada e me lembro do que aconteceu com Sina. Olho para o lado e não sinto ela em meus braços.

Vejo uma luzinha acesa em um canto do quarto. Era Sina, ela tinha um pincel em suas mãos, pintava algo em um quadro.

Peguei meu celular no bolso e era 02:34, levantei da cama e devagar fui até ela. Quando chego perto, vejo que ela pintava uma túlipa rosa, ainda não tinha acabado, ela estava começando a pintar as pétalas.

— Em todos esses anos, eu não sabia que você tinha talento para pintura... - digo baixo pra ela não assustar.

— Eu não diria "talento", apenas pinto algumas coisas quando estou nervosa, com medo ou algo do tipo. Apenas para me distrair... - ela diz calma.

— E qual é o motivo de estar pintando uma flor as duas da manhã? - abraço ela por trás.

— Não consegui dormir, na verdade consegui, mas não por muito tempo. Tive um leve pesadelo com o filme e acabei acordando, e quando vi que iria ter uma crise, eu peguei as coisas e comecei a pintar essa túlipa, é minha flor favorita... - tenho certeza que ela sorriu.

— Porque não me acordou? Eu disse que você não estaria só, Si. - abraço ela mais forte.

— Esta tudo bem, eu já estou mais calma. Pintar me faz ficar calma.

Depois disso ficamos em silêncio, continuei abraçado com ela por traz enquanto ela terminava sua túlipa. Ela era boa no que fazia, eu não sabia desse talento escondido dela.

Naquele momento, senti um sentimento estranho, não era uma coisa normal, era uma coisa que eu já estava sentindo há algum tempo, mas estava negando isso.
Não falei pra ninguém, nem mesmo para Josh ou minhas irmãs.

Sina era uma pessoa muito especial pra mim, tinha ela como minha melhor amiga, ela sempre me ajudava em tudo, desde sempre fomos melhores amigos.

Senti que talvez eu poderia dizer a ela o que eu estava sentindo, não queria guardar aquilo só pra mim, mas não confiava em ninguém pra falar sobre esse assunto.

— Si?

— Sim? - sussurra.

— Eu queria te falar sobre uma coisa, mas não quero que você brigasse comigo ou algo tipo, só quero te contar pois não tenho coragem de me abrir pra outras pessoas e eu realmente preciso colocar isso pra fora.

— Pode falar, temos o resto da madrugada inteira pra conversamos!

Penso um pouco se eu deveria dizer, tenho medo do que ela ache, tenho medo do que eu falar possa estragar nossa amizade...

— Eu sei que somos amigos, mas não dá mais pra esconder. Eu-eu gosto muito de você, Si. E não é de amizade que eu estou falando... - digo e olho pro chão.

— O que? Isso é sério? - ela pergunta.

— Sim, e tá tudo bem tá? Você não precisa sentir o mesmo. Eu so queria dizer isso a alguém, mas tenho vergonha de dizer isso pra outra pessoa.

Ficamos em silêncio por algum tempo, era em silêncio totalmente desagradável, mas por fim, Sina fala algo.

— Olha Noah, eu nem sei o que dizer... Confesso que não estava esperando por isso.

— Está tudo bem Si, relaxa.

— Você é um garoto incrível, e eu já tive uma queda por você, mas depois do último acontecido, eu não sei se deveria tentar novamente, entende? Tenho medo Noah...

Sina namorava Eliord, um garoto que pra todos era um garoto bom, ele até podia ser, era um bom aluno, não tinha costume de brigar, fazia parte do time de futebol e todos o amavam.

Mas um certo dia Sina foi na casa dele fazer uma surpresa de 10 meses de namoro e acabou encontrando ele com outra garota em sua cama. Ela brigou muito com ele, (logo Sina, que não era de brigar com ninguém) e ele falou muitas coisas pra ela, e principalmente disse que sempre a traiu.

Sina ficou destruída, passou dias chorando. Graças a deus ele saiu da escola e se mudou para Oklahoma. Depois disso, foi um custo pra ela se abrir novamente.

Mas eu estava disposto a fazer ela feliz novamente.

— Eu posso te fazer uma promessa? - pego na mão dela.

— Pode.

— Prometo te conquistar, cada dia um pouco, nem que demore anos, séculos ou até mesmo em outra vida, eu prometo te encontrar e te reconquistar...

— Noah..

— No futuro... se por algum milagre você achar que é capaz de se apaixonar de novo... se apaixone por mim. - encosto os lábios na testa dela. — Você ainda é minha pessoa preferida, Sina. E sempre será.

Quando terminei de falar, somente abracei ela e senti minha blusa molhar, ela estava chorando. Ficamos um tempo abraçados e lembrei que já estava tarde.

— Vem, vamos deitar.

Peguei a mão dela e levei ela até a cama, e novamente ela deitou no meu peito, e dormimos abraçados.

[...]

Acordo primeiro, e decido aprecia-la enquanto ela não acorda.

Sina é uma garota linda, seus cabelos são loiros da cor dos raios solares. Seus olhos verdes, sua bochechas rosadas, seu sorriso perfeito...

Sina odiava seu corpo, não gostava do seu sorriso e tudo ela se achava incapaz e insuficiente.

Mas pra mim, ela era a mulher mais linda do mundo... Sem duvidas alguma. Eu queria dar a ela os meus olhos, para que ela visse o quão perfeita ela era, o quão incrível ela era, e o quanto eu gostava dela...

Sina era uma pessoa doce, gentil, elegante e inteligente. Não era como as outras, ela nunca gostava de "aparecer", era sempre ela no canto dela, falava com quem falava com ela, não brigava com ninguém, quando recebia alguma crítica, ela simplesmente abaixava a cabeça e concordava apenas para não ter que discutir.

Sina guardava muitas coisas pra si próprio, ela contava algumas coisas para Josh, pra mim ou até mesmo pras minhas irmãs, mas o que era preciso mesmo falar ela não falava.

Ela é uma garota forte, eu sei disso, e a admiro muito.

— Bom dia! - ela diz abrindo os olhos.

— Bom dia!! - digo.

— A quanto tempo você está me olhando? - pergunta com um sorriso só rosto.

— Não sei, a algum tempo. O tempo parou pra mim quando comecei a te observar e admirar cada detalhe seu. - falo olhando nos seus olhos. — Você é linda.

As bochechas delas coram, e ela fica sem jeito. Eu amo quando ela fica com vergonha, sempre reparei no quão linda ela fica quando está tímida.

— Obrigada.

— Vou ir me arrumar no quarto do Josh. Até daqui a pouco, boozie. - Dou um beijo em sua testa e me levanto da cama.

— Boozie? - pergunta ela.

— Sim, acabei de inventar. - dou de ombros e saio do quarto fechando a porta.

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