Sem Conduta

Capítulo 05

O sol tinha acabado de nascer,quando descia as escadas para o primeiro andar.

Caminhei até a porta e a abri,atravessei a mesma e a tranquei,em seguida passei a chave por baixo da porta. 

Loan era um babaca,mas ontem ele foi simpático.

                                             †

Assim que atravessei os portões da mansão,vi todos os homens de papai circulando no quintal.

—O que está acontecendo?

Mal tive tempo de pensar quando Alex apareceu em minha frente com o semblante preocupado e aliviado.

—Ela está aqui,avisem ao senhor Grego.

Alex gritou para um dos homens que rapidamente o obedeçeu e entrou em casa,supostamente atrás de meu pai.

—O que aconteceu?

Perguntei para Alex,que agora,me encarava sem expressão nenhuma na face.

—Aconteceu que você desapareceu e seu pai ficou desesperado atrás de você.

Droga. Sabia que estava esquecendo de algo.

Passei por Alex e entrei em casa desesperada atrás de papai. Assim que me aproximei das escadas para ir até seu escritório,o mesmo apareceu no topo da escada.

—Papai.

Sorri e subi as escadas me aconchegando em seus braços.

—Medusa minha filha,não faça isso mais. 

—Me desculpa papai.

Desviei o olhar sem graça e o mesmo delicadamente colocou sua mão em meu queixo me fazendo olhar para ele novamente.

—Sabe que desde que entrou na minha vida,que meu mundo ganhou sentido. Não me deixe preocupado assim novamente.

Meus olhos se encheram de lágrimas e quando uma escorregou pelo meus olhos,papai a enxugou e sorriu.

—Papai pode ter certeza que assim como você o meu mundo só ganhou sentindo quando você entrou em meu caminho.

Papai sorriu e uma lágrima desceu lentamente pela sua bochecha.

—Eu te amo minha filha.

—Eu também papai.

Sorri aconchegando mais em seus braços.

Aquela tranquilidade,aquela paz que estava no ambiente se foi. Quando barulhos altos de tiros soaram lá fora. Meu coração acelerou,e a mesma senção que tive naquela noite se apossou em meu peito. 

Não,não,não,não,não. De novo não. 
Eu não posso perder mais alguém,não poço perder a única pessoa que me resta.

Gritos eram ouvidos,papai me balançava,mas tudo parecia está em câmera lenta. O aperto no peito estava me sufocando,os sons de tiros se aproximando estavam me fazendo crê que o pior estava por vir. Mas eu não conseguia me mexer,eu queria mas eu não conseguia.

Quando a porta da frente se abriu em um estrondo meu coração acelerou mais,e quando o som do gatilho foi dado,só senti um impacto empurrando meu corpo para trás.

Papai tinha me empurrando,e levado um tiro em meu lugar.

—Não,não. Pai,não.

Um grito dolorido saiu de minha garganta,de novo não. Não poço deixar mais alguém morrer em meus braços.

—Filha..

—Pai não se esforce,eu vou pedir ajuda.

Disse desesperada vendo sangue começar a sair de sua boca.

—Fi..filha eu te amo,e so..sou grato por ter lhe encontrando naquele dia.. naquela noite fria.

—Papai,você prometeu que jamais me deixaria.

—E não lhe dei..deixarei,estarei sempre aqui no seu coração com você.

Papai sorriu pela última vez,antes de se engasgar com o sangue e seus olhos perderem a vida ali,diante dos meus braços.

—NÃOOOO

Gritei o mais alto que pude socando o chão em seguida. Não,ele era a única pessoa que me restava,ele era à única pessoa que eu tinha. Agora novamente,estarei sozinha,novamente estou sozinha.

—Senhorita Medusa. 

Levantei a cabeça vendo um dos guardas se aproximando com cautela,mas com a feição preocupada olhando para o corpo de meu pai.

—Traga um carro e peça a alguém para vir me ajudar.

Disse rápido e ele concordou descendo as escadas as pressas. Logo após apareceu dois guardas,eles pegaram papai e desceram as escadas o levando em direção ao carro.

Sei que seria inútil o levar para o hospital,mas eu precisa tentar,eu não podia o perder. 

Assim que chegamos no hospital meu pai foi rapidamente atendido.

As horas iam passando e aquela espera toda estava me agonizando,enfermeiras passavam para lá e para cá,mas nenhuma delas me davam alguma notícia se quer. 

Quando um médico apareceu,já eram o fim da tarde,me levantei imediatamente e fui até o médico que me olhou sem esperança.

—Eu sinto muito.

Apenas três palavras,e aquelas três palavras doeram mais que uma faca gravada em meu coração.

—Não,não.

As lágrimas começaram a descer novamente pelo meu rosto,os soluços,cortavam minha garganta fazendo um som alto ecoar pelo corredor.

Minhas pernas fraquejaram,e quando pensei que ia ir direto ao chão,senti braços rodearem minha cintura.

—Senhorita,senhorita,se acalma.

Senti minhas vistas se escureceram,meu corpo ficou leve. E a última coisa que ouvi foi alguém gritando pelas enfermeiras antes de apagar por completo.

                                            †

Acordei com um barulhinho chato e estridente,abri os olhos mas logo fechei pela claridade.

Abri os olhos novamente com a mão na frente deles,fazendo uma sombra. Olhei ao redor e vi que estava em um quarto de hospital,instantaneamente,lembrei de todo o ocorrido e o monitor cardíaco começou a apitar.

No mesmo instante entraram uma enfermeira e o médico que me deu a trágica notícia.

—Senhorita se acalme por favor.

O Médico disse colocando a sua mão por cima da minha.

Meus olhos se encheram de lágrimas,eu perdi a única pessoa que eu tinha nesse fracassado mundo. 

O que o mundo tem contra mim? Por que eu perdi alguém que amava novamente,nós meus braços? Por que,por que,por que??? Eu só queria saber o por que.

—Se acalme,imagino que pelo seu estado aquele senhor era bastante importante para você. Mas você precisa se acalmar,certamente ele não gostaria de te vê nesse estado.

Olho pro médico pronta para o mandar pro espaço,mas quando o olhei,me perdi no azul cristalino que eram seus olhos.

—Você não entende,ele era a única pessoa que eu tinha. E agora,eu estou sozinha novamente.

Disse baixo com a voz arranhada e o médico sorriu negando.

—Talvez eu lhe entenda melhor do que você mesma.

Continue...🌺