"Em casa de leões..."

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Albus estava acostumado a muitas coisas, inclusive a ver Rony Weasley inseguro a respeito da amizade de Harry Potter, até a ver ele irritado com a faca da cozinha e a as lâmpadas e interruptores trouxas de sua casa, mas ele não estava acostumado a vê-lo triste. Albus estava pouco familiarizado com a expressão destruída de tio Rony, que muitas vezes era o tio brincalhão junto a tio Jorge... Era, bem, um pouco assustador.

Muito assustador.

Gina se encontrava ao lado de Rony, assim como Hermione. James e Lily estavam um de cada lado da mãe, massageando suas costas e cabelos enquanto a mulher chorava. O homem ruivo não chorava, mas não havia luz alguma em seu ser. O moreno sabia que ele já havia chorado uma quantidade realmente grande de lágrimas momentos antes.

Albus, que no momento se sentia completamente insensível, pensava em Scorpius. Havia deixado o garoto sozinho na casa, e momentos antes parecera uma boa ideia, pois não poderia simplesmente movê-lo de um lugar para outro quando os comensais dariam tudo pela sua cabeça (sem contar que tio Rony não ficaria nada feliz com a notícia de que eles abrigavam um Malfoy em tais circunstâncias). O problema é que o garoto se encontrava completamente paranoico.

E se soubessem que Scorpius estava sob a segurança da casa dos Potters? Albus não havia sido muito cuidadoso ao movê-lo do cemitério até a casa. E se os comensais estivessem esperando o momento certo para removerem a segurança da casa dos Potters para os matarem? Ele, James, Lily e Gina não estariam lá e, se tornassem a tentar isso agora, acabariam encontrando Scorpius lá dentro e o matariam.

Albus estava se sentindo nauseado.

Com uma respiração pesada, Albus andou até Rony. Era melhor tirar aquilo na cabeça e aproveitar que seu tio estava de volta ao mundo dos acordados. O homem o analisou por uns segundos, tentou sorrir, mas falhou. E, com os lábios trémulos, desviou o olhar.

--Tio...--Albus profere, fazendo o recital de lágrimas de Gina diminuir. Ela parecia aguardar o que ele tinha a dizer com expectativa. Infelizmente, Albus não poderia dar o que ela desejava.--Eu... Eu sinto... Tio Rony, eu só queria que soubesse... Que ele tá bem, acho.

Foi o suficiente para o homem voltar a chorar. Albus, que só queria ajudar, não soube por que se sentiu um monstro, quando não havia feito nada para tanto.


Scorpius estava sentado no tapete quando Albus cruzou a entrada da casa. O velho cachorro, Toby, como Lily insistira em chamá-lo aos 4 anos, estava deitado ao lado de Scorpius. Jemes nem Lily olharam em sua direção ao cruzar a entrada da casa, apenas correram em direção ao andar superior. Albus, esse se sentiu aliviado ao ter a certeza de que Scorpius estava vivo.

--Seu tio está bem?--É a primeira coisa que ele profere ao Albus chegar perto de sua figura. O problema, que deixa Albus completamente triste, é que o garoto não olha em sua direção.

--Ele está uma bagunça... Não posso culpá-lo. Meu pai era como um irmão muito próximo para ele, que sempre estava por perto quando ele precisava... Não há um momento que eu me lembre de tê-los visto longe um do outro. Mamãe ficou por lá... Ela parece melhor, apesar de não parar de chorar, perto dele--Albus é sincero ao se colocar sentado ao lado de Malfoy.--Você está bem?

Isso parece trazer o Malfoy de volta a realidade, uma realidade que a minutos atrás parecia bem longínqua. Seus olhos acinzentados não deixaram de focar nos olhos incrivelmente verdes de Potter por um tempo interminável. Um sorriso doce, do tipo que te deixa de pernas bambas, cruzou o rosto triste.

--Óbvio que estou bem... E você?--O loiro mente, na sua costumeira resposta de sempre.

Albus não soube por que corou, mas o sorriso que Malfoy dera havia o deixado sem ar. Ele deu um meio sorriso e seus ombros se elevaram.

O Destino Quis-ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora