Hermione Granger-Weasley tinha todos os motivos para se encontrar quebrada. Seu marino estava em coma no St. Mungus, seu melhor amigo estava morto, seus filhos não saiam mais do quarto e ela tinha o Mundo da Magia inteiro em suas mãos. Era de se esperar que ela já tivesse enlouquecido.
Mas aquilo... Ai meu Merlin, aquilo era muito mais do que enlouquecedor.
--Scorpius Malfoy, você diz...--Sua voz soa fraca.
Estavam na sala de estar dos Potters, com a figura loira e assustada enterrado no sofá. Albus se encontrava de pé ao lado dos Aurores e da Ministra, inquieto. Se tudo desse errado, ele estava aí para apaziguar a situação. Eram, ao todo, sete aurores ao redor da figura encabulada de Hermione Granger.
--Então... Albus me disse que você possui informações úteis. Ele me explicou sobre como o encontrou, então você não precisa temer... Poderia nos contar a respeito?
Scorpius engole em seco, nervoso. Albus, em um impulso, dá dois passos em sua direção, mas muda de ideia no meio do caminho. Não havia motivo para ele se aproximar, não naquele momento.
Com toda a paciência e cuidado do mundo, Scorpius se pôs a explicar em todos os detalhes a respeito do que sabia. Contou sobre os planejamentos com o Vira-Tempo, sobre os Comensais que sabia os nomes, sobre os planos que havia escutado, e contou, sobretudo, sobre o lugar em que a sede se encontrava. Ao final da narração, Hermione estava com um meio sorriso na face, o que era muito considerando sua situação atual.
--Senhor Malfoy,--A mulher parece tremer ao proferir o sobrenome.--Iremos levar em consideração todo o seu depoimento. Por enquanto, enquanto esperamos um resultado, Albus se ofereceu para mantê-lo aqui, sob nossa vigia. Tenho certeza que tudo que nos disse será útil.
E sem mais nem menos, como se Scorpius não fosse um perigo a ser considerado, a mulher deixou a casa ao lado dos sete aurores assustadores. Uma das aurores lançou em sua direção um olhar calculador antes de fechar a porta e Scorpius não pôde evitar seu corpo de estremecer.
Scorpius soltou o ar que nem percebera estar segurando segundos mais tarde, então, sem mais nem menos, Albus pulou ao seu lado do sofá. Scorpius prendeu o ar de novo, tamanho foi o susto.
--Não foi tão difícil, foi?
Scorpius queria dizer que fora a coisa mais difícil que fizera na vida, mas nada parecia tentado a sair de sua boca. Ele não havia contado à Ministra a respeito do que ele fizera, e preferia mil vezes que ela descobrisse através de bocas como a do seu avô. Não queria nem pensar no futuro que o aguardava.
--Não...--Scorpius mente, a garganta seca.
--Bem, parece que agora você passará um bom tempo aqui. Por que nós nunca conversamos na escola?
Scorpius olhou para Albus com uma de suas sobrancelhas perfeitamente arqueadas, Albus não soube o motivo, mas sorriu.
--Existe uma série de fatores envolvendo nossas famílias.
Albus deu de ombros.
--E daí? Você não é a sua família.
--É... mas... Sei lá, não pareci...
--Nós temos a mesma idade e somos da mesma turma.
Scorpius pensou em corrigi-lo, mas não parecia um bom momento para trocar o "somos" por "erámos". Hogwarts não estava funcionando desde a morte de Harry Potter e a declaração de Guerra. Depois da morte de Dumbledore no longo da Segunda Guerra, a escola deixou de ser considerava o lugar mais seguro a ser estar.
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O Destino Quis-Scorbus
FanficDestino, tudo se referia ao destino. O destino quis que uma Terceira Guerra tivesse início, o destino quis que Scorpius Malfoy evitasse um desfecho terrível e o destino quis que as coisas mudassem de uma maneira drástica. O destino simplesmente quis...