O Destino Quis-Scorbus

"Marionete assustada"

Ele tentava não olhar ao redor daquele recinto, mas falhava. Scorpius, com seu rosto perdido numa expressão de dor e pesar, estava sentado entre várias pessoas importantes do Ministério da Magia, tais pessoas que decidiriam seu futuro. Ele sabia que Albus estava em algum lugar dentro daquela tão assustadora sala de interrogatório, então o caçava com seus olhos atentos sem obter o tão desejado sucesso. Seus pulsos estavam presos na cadeira, como se fosse um dos assassinos mais perigosos do mundo... Scorpius não estava se sentindo muito bem, mas, ao menos, as grades não estavam erguidas ao seu redor.

A sala estava cheia, com mais gente do que Scorpius esperava ver. Ele sabia que a Ministra não estava feliz com o movimento, mas a seção de aurores não quis permanecer fora. Eles queriam vingança pela morte de Harry Potter e Hermione Granger não se imaginava mandando-os embora. Se a seção de aurores se virasse contra ela naquele interrogatório, não seria algo bonito de se ver.

Scorpius soltou um suspiro profundo, pois não fazia ideia de como achar Albus. E se ele não estivesse na plateia? Albus precisava estar. Scorpius sentia que devia sua vida a ele depois de ter sido a audácia de fazer o que fez. Albus era alguém legal, alguém inteligente e gentil... Ele era tantas coisas que Scorpius fez questão de notar. Ele era todas as casas em uma bela mistura, uma mistura de coragem, esforço, criatividade, justiça, inteligência, astucia, ambição... Albus Potter era alguém fantástico. A confiança que depositara em si para depois ser traído da pior forma possível, era inadmissível.

Scorpius observa Hermione Granger se colocar atrás da mesa de interrogatório e, quase que automaticamente, as conversas paralelas cessam. Scorpius respira fundo, aguardando sua morte. Parte de sua pessoa, agradecia por não ter achado Albus na plateia gigante... Se tivesse encontrado seu olhar decepcionado, tinha certeza que não conseguiria falar nada.

A Ministra pigarreio em alto som, os olhos atentos focados numa folha de papel em suas mão. Ela estava perfeitamente ilegível.

--É verdade que o senhor planejou a morte de Harry Potter?--A voz soa grossa, forte. Uma voz de um verdadeiro líder. Scorpius se sentiu intimidado.

O garoto meneia a cabeça lenta e arduamente. A mulher atrás da mesa de interrogatório mantinha seu olhar sério e calculável. Scorpius se sentia uma formiguinha entre vários tamanduaís famintos... Não era uma sensação legal.

--Admite ter observado toda a cena enquanto segurava Ginevra Potter?

De novo, Scorpius meneia a cabeça. Sentia suas mãos suarem e seu corpo tremer, incapaz de falar com suas cordas vocais emaranhadas. Nunca se sentira tão à beira de algo quanto naquele momento. Sentia que qualquer errinho que cometesse, seria o equivalente a morrer.

--Mas também admite estar escondendo algo crucial para sentença?

--S... Sim.--Scorpius, que antes sentia suas cordas vocais emaranhadas, finalmente se encontra apto a responder.--Admito.

--É de conhecimento geral que o senhor nos ajudou a vencer essa guerra. Não precisamos mais usar o termo "estamos vencendo". O senhor, tal como nos disse e se provou real, destruiu a única chance que os denominados Comensais da Morte, tinham de reviver Você Sabe Quem. Me diga, o que fez você fazer isso logo depois de seu plano para matar Harry Potter obter sucesso?

Scorpius respira fundo, total e perdidamente assustado. Estando sob efeito de feitiços detectores de mentiras, ele não poderia cometer erros ao falar. Treinara muito na noite anterior, quase não dormira.

--Eu estava assustado, me sentia uma marionete facilmente manipulável nas mãos de meu avô...

"Quando voltaram a utilizar a Mansão Malfoy como local de reuniões secretas, eu tinha por volta dos meus 12 anos. Minha mãe estava doente naquela época e não aprovava a casa ser utilizada daquela forma, mas meu pai não fez para mudar essa realidade. Mesmo em Hogwarts eu recebia cartas de meu avô me mandando ser útil a eles, mas eu nunca realmente dei bola para o que ele dizia nas cartas... Acho que ele gostaria que eu tivesse assustado um número exato de Nascidos Trouxas ou convencido alunos mais velhos a se unirem a eles ao se formarem. Eu não fiz isso...