"Harry Potter armara um plano e a ele deu o nome de destino"

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Albus nunca se sentiu tão péssimo, tão dividido... Tão usado. Por que parecia tão difícil entender o que estava sentindo? Por que seu coração tinha que estar tão despedaçado? Era como uma tortura. Como se alguém pegasse seu coração na mão e o amassasse. Era como ver o sangue escorrendo e suas veias lutando. Era uma sensação péssima.

Ele estava sentado naquele cemitério, na frente daquela lápide. Ele olhava para o pai com os olhos brilhando pelas lágrimas que insistia em conter. Ele queria chorar e ele podia chorar. Mas ele não queria chorar.

--Pai—Sua voz contida, invade o silêncio da tarde.--Eu queria ter vindo aqui depois do Natal, mas houve uma bagunça... Não quero ter que falar sobre isso. Espero que o senhor esteja bem... Seja lá onde você estiver.

Ele não consegue conter a primeira lágrima, mas a segunda sim. Ele não deveria se dar ao luxo de chorar.

"Eu odeio chorar, é tão idiota!"

A neve gelada queimava sua pele por baixo da roupa, embora ele estivesse com quatro camadas. Inverno era uma estação boa para estar em casa, não fora dela. De qualquer forma, ele não aguentava mais adiar a visita ao pai, uma nevezinha boba não o impediria.

"Eu conheci um garoto, um garoto incrível! Eu estava tão contente por tê-lo, que nem pensei na possibilidade de haver uma traição. Moral da história, fui apunhalado desde o início pelas costas... Ele se aproveitou de mim e afundou a faca até o fim!"

Ele não se importava com as lágrimas que queriam cair. Albus Potter não se importava com nada, nada que não fosse seus pensamentos conturbados.

"O pior de tudo é que eu estou com meus sentimentos tão, mas tão, confusos! Eu não sei lidar com a sensação em meu coração, nem com a saudade sem sentido que eu sinto dele. Eu sinto como se isso fosse... Merlin... Eu pesquisei a fundo, mas não posso estar apaixonado por aquele cara!"

Albus toca a lápide e joga seus braços ao redor dela, como se assim estivesse abraçando o pai. As lágrimas não descem, não ainda, não era o momento para mostrar fraqueza. Mas ele sentia tanta falta de Harry Potter... Sentia tanta falta dos sorrisos tranquilizadores, das risadas, das brincadeiras, de vê-lo voltar para casa depois de um dia cansativo... De ver o sorriso de sua mãe ao voltar de um jogo por ele estar a esperando com um buquê de flores. Ele sentia tanta falta das noites de tempestade, quando ele o deixava subir ao seu lado na cama.

Albus sentia saudade de tudo, mas principalmente das coisas mais simples.

"Ele o matou papai, eu sei que ele o matou!"

E assim, ele não pôde mais evitar as lágrimas.

"Eu queria que não fosse tão difícil, mas o que eu posso fazer? Eu sei que ele sofreu, passou por muita coisa... Coisas terríveis... Mas, se não fosse ele, você ainda estaria vivo... Estaria vivo e poderia me abraçar num momento como este!"

Albus odiava, odiava com todas as suas forças chorar. Mas era tão difícil permanecer impassível quando tudo insistia em ser tão terrível!

"Pai... Como eu tiro esse sentimento de mim? Como eu faço para Scorpius ir embora da minha vida? Por favor..."

As aulas em Hogwarts iriam voltar e, dessa vez, Albus saberia que Scorpius estaria verdadeiramente lá. Scorpius estaria no mesmo dormitório, nas mesmas aulas, na mesma mesa... E Albus não queria que ele estivesse.

Por que era tão difícil?


Ele sabia que não havia chance... O que um simples pedaço de pergaminho diria além de palavras treinadas e bem pensadas? Não seria espontâneo, uma verdade no calor do momento. Mas como chegar perto dele quando o ódio parecia tão forte? Scorpius precisava obter um resultado referente a Albus Potter. Não era por culpa que queria obter o seu perdão, mas por outra necessidade que seu cérebro não conseguia processar, não verdadeiramente.

O Destino Quis-ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora