A Crying Diamond

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Pela primeira vez em meses eu finalmente estou com alguns dias de folga. Não me leve a mal, eu amo o meu trabalho, amo encontrar meus fãs nos shows ao redor do mundo, mas eu também gosto de ter tempo só pra mim.

Os últimos meses têm sido uma loucura, não tenho tido tempo para fazer coisas simples como andar nas ruas e comprar um café. Tudo começou de repente, em um dia eu estava cantando uma de minhas músicas em um pub da cidade, e no outro alguém tinha postado um vídeo meu em uma rede social e várias gravadoras tentavam firmar contrato comigo.

Foi assustador. Na verdade ainda é bastante assustador, mas estou tentando aprender a lidar com essa nova rotina. Shows lotados, cidades e países diferentes em pouco espaço de tempo, fãs me perseguindo onde quer que eu esteja... sim, muito assustador.

Agora estou em uma cidade pequena, escolhi ficar aqui na minha pausa porque senti saudade de me sentir uma pessoa normal, saudade de me sentir apenas Serkan... então deixei o astro Serkan Bolat no último palco que subi.

— Serkan!

— Ai meu Deus, é ele! Serkan!!!

— Eu disse que nós o encontraríamos! Serkan nós somos seus fãs!

Oh merda! Eles me encontraram. Ouço suas vozes gritantes de longe e acelero os meus passos, fingindo não ser aquele que elas querem. Subo meu capuz e entro em uma rua diferente, infelizmente estou muito longe de onde eu deixei o meu carro alugado. Inferno, eu deveria ter tomado mais cuidado... alguém deve ter vazado minhas informações no aeroporto.

— Serkan! — eles continuam gritando e eu escondo meu rosto no capuz e corro para outro lugar.

Céus, eu tenho arrepios quando eles gritam nas ruas. Já conversei com a minha terapeuta sobre isso, ela diz que eu preciso tomar cuidado para não desenvolver pânico nessas situações, mas eu já sinto meu coração apertar. Eu preciso fugir delas, eu não posso perder o controle do meu corpo.

Não consigo mais ouvir seus gritos e por sorte vejo a placa de um bar em um dos becos que encontro, sem pensar duas vezes eu entro no lugar como se ali estivesse a minha salvação.

Agora eu preciso de uma cerveja para me acalmar.

Ok, talvez duas.

Caminho até o balcão e finalmente posso notar as pessoas à minha volta, a grande maioria formada por homens mais velhos e algumas moças com poucas roupas andam por todo o saguão com bebidas nas mãos.

Isso não é um bordel, é?

— Boa noite, senhor. Eu vou precisar de uma cerveja — eu peço, assim que o barman me nota sentado no banco em frente ao balcão.

— Alguma preferência por marca? — ele pergunta.

— Não, qualquer uma está ótimo.

Observo mais o local e então o pouco das luzes, que já eram poucas, são apagadas. Mas logo uma única luz forte fica em direção ao fundo do bar, e então eu percebo que é um palco pequeno e provavelmente terá um show. Senhor, se isso for um show de striptease e alguém me flagrar aqui eu estou muito fodido.

— Sua cerveja, senhor — o barman me entrega a lata da minha cerveja, mas não parece me reconhecer. Acho que estou com sorte.

Tomo um gole da minha bebida e penso se os fãs perseguidores já desistiram de me encontrar, minha assessora provavelmente enlouqueceria se soubesse que aparentemente eu estou em um bordel e fugindo de um punhado de fãs. E daí que eu estou desenvolvendo crises de pânico? O que importa é o dinheiro que ela está recebendo às minhas custas. Uma verdadeira situação de merda...