eleven

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Depois do meu "boa noite" para a Eda na noite passada e após alguns bons minutos no banheiro, finalmente consegui dormir. Mas assim como em qualquer parte do meu dia, até nos meus sonhos Eda estava presente.

Sonhei que ela me falava que precisava ir embora e isso foi o suficiente para estragar o meu humor, não gostei de sonhar com algo assim e me sinto traído pelo meu subconsciente.

— Bom dia — digo ao avistar Eda na cozinha.

— Dia — é a única resposta que ela me dá. Parece que não sou o único com o humor amargo esta manhã...

— Dormiu bem? — Com a minha pergunta, Eda me olha como se eu tivesse feito o mais absurdo questionamento — O que foi? Porque você está me olhando assim?

— Não se faça de sonso, Serkan — e me dá as costas, mexendo em mais alguns mantimentos — Fiz apenas salada de fruta, se quiser comer, claro. — ela diz, mudando de assunto.

— Obrigado — agradeço, mas seu jeito frio e as memórias do sonho que tive com ela acabam me deixando ainda mais impaciente.

Eda come em silêncio e eu a acompanho, ela evita ter contato visual comigo e eu faço o mesmo por reflexo. Daqui a alguns minutos nós temos que ir ao supermercado, mas depois desse gelo que ela está me dando eu já não sei se ela vai querer minha companhia.

— Você pode me dar o endereço do supermercado — ela diz como quem consegue ler o que estou pensando — Eu vou sozinha.

— Você não vai embora sem mim — minha resposta parece ser mais uma observação sobre o meu sonho do que sobre a menção ao supermercado — Digo, eu vou com você... fazer compras.

Ela assente e sai para se arrumar. Fico mais alguns minutos terminando minha comida e então também subo para trocar de roupa.

O caminho até o supermercado é silenciosamente irritante, Eda nem me olha durante todo o percurso e isso obviamente me incomoda.

— Chegamos — aviso a ela, já colocando meu boné para evitar ser reconhecido.

Saímos do estacionamento e pegamos um dos carros de compra. O carrinho aos poucos vai ficando cheio, mas eu e Eda só trocamos algumas poucas palavras, na maioria das vezes com ela perguntando se eu gosto de algum tipo de comida que ela quer fazer com um novo ingrediente que escolheu.

— Eda, eu acho que nós estamos sendo seguidos — tento alertá-la, pensei estar apenas sendo paranóico, mas já é a terceira seção de alimentos que um grupo de pessoas acaba nos acompanhando.

— Você acha que são fãs ou são paparazzis? — ela pergunta, levantando o olhar.

— Fãs, provavelmente são do tipo que sente vergonha de pedir autógrafo ou foto, mas me sinto nervoso por ser seguido assim.

Eda olha pra mim e eu não sei o que ela encontra na minha expressão, mas no minuto seguinte ela muda sua postura e vira em direção ao grupo que nos segue.

— Ei, vocês — ela os chama — Vocês são stalker ou o que? — ela os confronta, completamente louca. E talvez eu tenha me apaixonado mais por ela aqui mesmo. Espera, apaixonado? De onde saiu isso? — Não é muito delicado da parte de vocês seguirem alguém dessa maneira, eu sei que vocês provavelmente são fãs dele, mas é desconfortável estar nessa situação, entende?

Todos continuam calados, apenas absorvendo o que Eda diz. Eu estou ainda mais em choque do que eles, totalmente encantando pela postura dessa mulher.

— Vamos combinar algo, ok? Eu vou tirar foto de Serkan com vocês, mas vocês precisam não fazer esse negócio de seguir a gente pelos corredores. Vocês estão de acordo?

A Crying DiamondOnde histórias criam vida. Descubra agora