A Crying Diamond

fourteen

Eda me acompanha até a gravadora, sua postura se torna algo totalmente profissional, tomando posto do que eu propus que ela fosse: minha assistente temporária. 

E como eu imaginei que seria, todos da gravadora se apaixonaram por ela. Ela sabia lidar bem com ambientes que exigiam uma cobrança absurda, então estar ali com aquela quantidade de empresários engravatados não foi um problema para ela. 

Minha mãe era a incógnita do momento, ela não falou mais nada sobre a presença de Eda ao meu lado. Eu apenas consegui perceber que ela estava sempre observando cada detalhe de como eu e Eda nos comportávamos um com o outro. 

Essa atitude é ainda pior porque seu silêncio pode significar que ela pode estar tramando ferrar com a Eda e isso me irrita. 

— Você acha que eu fiz mal mentindo o meu nome? — Eda pergunta em uma das pausas.

— Não, afinal é o seu nome artístico, Hande. — Foi assim que ela se apresentou a todos da empresa, me fazendo lembrar de quando ela também usou esse nome para se apresentar para mim.

— Eu gostei da maneira que você usou o nome Hande para me creditar na música, então aderi isso, foi quase automático.

— Eles gostaram de conhecer você e estão animados para quando você voltar aqui com mais composições — toco meu dedinho na palma da sua mão, um simples toque para que ela sinta o quanto eu também estou orgulhoso e animado — Agora você vai precisar colocar o seu caderno pra trabalhar.

— Eu já tenho algumas composições novas prontas. — Ela diz um pouco tímida.

— Por que você ainda não me mostrou?

— Não sei, são letras novas, mais pessoais do que qualquer outra coisa que já fiz. 

— Então ouvir essas músicas seria equivalente a ouvir cada pensamento seu?

A curiosidade me bate, às vezes eu queria saber mais sobre como ela está se sentindo com toda essa mudança repentina. Eu sei que ela está bem e que gosta de mim, mas o quão profundo isso poderia ser... 

— Definitivamente sim — ela fica um pouco vermelha ao confessar. 

— Interessante.

Somos chamados para outra reunião e dessa vez eles marcaram uma data exata para Eda voltar já com novas composições para serem analisadas. O propósito inicial era ela me acompanhar como assistente, só depois eu tentaria conversar com eles avisando que ela era a compositora a qual eu tinha falado, mas ela foi tão cativante e certeira nas suas opiniões sobre o gênero das músicas que deveriam estar no meu novo álbum, que eles perceberam que ali estava uma pessoa também apaixonada por música. 

Quando finalmente começamos a passagem de som eu me sinto um pouco nervoso por tê-la finalmente perto me ouvindo cantar e eu mal posso esperar para isso acontecer no dia do meu show. 

— Você quer cantar comigo? Uma música só, por favor, garanto que você vai se divertir! — pergunto a ela entre uma pausa e outra.

— Qual? Eu ainda não sei todas as suas músicas, desculpe.

— Mas pode ser de outro artista, eu não me importo. 

— Mmm... — ela pensa por alguns segundos.

— Você gosta de Jesse y Joy? Eu tenho pensado muito em Dulce Melodia.