3.4 Narrativa: Onomatopeias

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Admito que quase nunca vejo onomatopeias dos livros, mas considero um recurso interessante por tê-lo visto em duas obras sensacionais: "Desventuras em Série" e "Guia do Mochileiro das Galáxias".


Com base nesses dois livros e por ter tentado exaustivamente usa-lo em meu primeiro livro, na época que estava começando a escrever, sugiro que seja um recurso a ser evitado em obras sérias. Isso pelo simples fato de que você pode usar palavras com melhor impacto.

Ao invés de usar o "zoom" para indicar que algo passou muito rápido, ou "ploft" para sinalizar que algo caiu, utilize as figuras de linguagem, como metáforas.


"Como o rasante de uma águia, algo passou pelo personagem".

"Um som não-ecoante emergiu ao lado do pé do personagem".


Sua imaginação é o limite e tais descrições melhoram a imersão, coisa que uma onomatopeia não consegue e, as vezes, se torna até bem tosco.

Agora, na comédia, esse "tosco" pode agir a seu favor. Douglas Adams, no Guia do Mochileiro, inventou várias onomatopeias e suas flexões verbais para descrever os movimentos e sons produzidos por uma raça alienígena com formato e utilização de um colchão.

Ele usava o "flop", dizendo que o colchão flopulava, flopulou, flopava, etc...


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