27° CAPÍTULO

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Narrador:

Nazira acordou mais cedo que de costume, se arrumou, avisou ao esposo que iria resolver um problema, mas que logo estaria de volta, que hoje abriria a editora mais tarde. Arthur não a questionou, imaginou que tivesse a ver com Teresa, já que na noite anterior, a esposa saiu às pressas, pra ajudar a irmã.

Ela pegou o seu carro, e dirigiu em direção ao apartamento de Thiago. Quando chegou lá, se sentou com os seus avós a mesa, e enquanto tomavam café, os mesmos lhe contaram como Thiago havia chegado na noite anterior.
Nazira colocou café em uma xícara, e subiu para o quarto do tio, ela estava decidida em pôr um ponto final nessa história. Abriu a porta e Thiago ainda dormia, ela puxou a cadeira da escrivaninha e sentou em frente a cama esperando que o tio acordasse. Não demorou muito pra isso acontecer.
Thiago sentiu um cheiro doce dentro do seu quarto, um cheiro bem conhecido por ele.

Th: Teresa... _fala despertando aos poucos._

Na: Não tio, sou eu!

Th: Nazira!? O que tu tá fazendo aqui? _levanta assustado._

Na: Precisamos conversar... Uma conversa definitiva. Mas antes, toma essa xícara de café amargo. _ele toma o café fazendo caras e bocas, mas toma todo._

Th: Eu não sei onde eu estava com a cabeça, quando fiz aquilo com a sua irmã.

Na: Mas eu sei... Com a cabeça cheia de ilusões. Tio, a Teresa sente sim, algo por você, você foi, é, e sempre será, muito importante pra ela. O beijo mexeu demais com ela. Mas hoje, ela ama o Léo, é com ele, que ela quer construir uma família, que ela quer envelhecer. Eu não queria tá te falando essas coisas, mas eu te amo tio, não quero que se magoe, nem que magoe a minha irmã. _segura nas mãos do tio._

Th: Eu sei minha querida... Eu senti que o beijo mexeu com ela, mas também sei, que foi errado o que fiz. Eu nunca consegui amar nenhuma outra mulher, como eu amo a sua irmã. Mas eu já tomei uma decisão... Eu vou voltar pro Rio Grande com os teus avós, e de lá, eu volto pra Itália, definitivamente.

Na: Não faça isso tio! Não faça! A Teresa não te quer longe, pelo contrário... Ela sempre fala de você com tanto carinho, ela te adora, você é tão especial pra ela... Pra mim também, rsrs. _fala fazendo o tio sorrir._ Tua maior marca é esse sorriso espontâneo, essa alegria imensa... Se você for embora, quem vai fazer a alegria das festas em família? Logo agora que a minha mãe tá abrindo espaço novamente pro meu pai.

Th: Eu te adoro tanto minha sobrinha. _a abraça._ Mas eu preciso me afastar de sua irmã, pro meu bem e do dela. Eu fico até a festa de virada de ano, e no dia seguinte, embarco.

Na: Eu espero muito, que até lá, algo aconteça, e te faça mudar de idéia.

Th: Creio que isso não aconteça... _Nazira deu outro abraço bem forte no tio, com lágrimas nos olhos, ela o adorava, não queria que ele se afastasse assim._

Depois de mais alguns minutos conversando, eles desceram, e Nazira se despediu dos avós, foi em direção ao apartamento do pai. Chegando lá, encontrou com Paula no elevador.

Pa: Bom dia Nazira!

Na: Bom dia Paula... Obrigada pelo que fez por meu tio ontem.

Pa: Não precisa agradecer. O Thiago é uma ótima pessoa, só está confuso.

Na: Eu sei que ele te contou... Queria te pedir...

Pa: Não se preocupa Nazira, eu jamais contaria a alguém. Espero que tudo se resolva.

Na: Eu também... Muito obrigada!

Pa: Por nada... Manda um beijo pro seu pai. _fala saindo do elevador._

Na: Certo! _sorri, pois sabia do interesse de Paula pelo seu pai._

Nazira saiu do elevador, pegou suas chaves da bolsa e abriu a porta, deu de cara com o pai vindo da cozinha.

W: Mas que surpresa deliciosa, logo de manhã. _abraça e beija a filha._

Na: Bom dia papai. Vim ver vocês, acordei com saudade.

W: Nós também estávamos morrendo de saudades de você filha. Cadê os meus netinhos? Não os trouxe porquê?

Na: Ficaram dormindo pai. O Artur ficou com eles. Cadê as meninas?

W: Estão lá em cima, a Teresa tá meio estranha, não acordou ainda, acho que deve ter brigado com o Léo, quando cheguei de madrugada, da casa do seu tio Tarcísinho, ela já estava dormindo, praticamente dopada. E a Esmeralda deve tá no banho.

Na: Tá bom pai. Vou lá ver elas. _beija o pai e sobe as escadas._

Nazira foi primeiro no quarto de Esmeralda, que estava saindo do banho.

Na: Adoro o cheiro dos teus produtos de cabelo.

Es: Bom dia minha Naná. _beija e abraça a irmã._

Na: Bom dia minha vida. Como ela passou a noite?

Es: Só acordou uma vez de madrugada, chamando pelo Léo, foi ao banheiro e voltou a dormir, acho que deve tá até agora.

Na: Coitada da nossa irmã... Ela tá sentindo tantas coisas ao mesmo tempo, que não tá sabendo lidar. Eu tô vindo da casa do Thiago, fui lá conversar com ele.

Es: E aí?

Na: Fiquei com dó dele, pequena. Ele disse que vai embora pra Itália, pra ficar longe da Tetê.

Es: Caramba... Coitado do tio. _fala em tom triste._

Na: Eu vou lá, tentar acordar ela.

Es: Tá bom! Eu vou me vestir, e depois vou lá.

Nazira vai em direção ao quarto da outra irmã.

T: Então ele vai mesmo embora pra Itália? _pergunta sentada na cama, de costas para a porta._

Na: Achei que estivesse dormindo. _fala fechando a porta atrás de sim._

T: Eu não queria que chegasse a esse ponto Nazira, não queria! Não quero que ele vá embora. _fala com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas._

Na: Eu sei disso minha irmã. Eu sei disso... Ele tá querendo fazer isso, pensando no seu bem, e no dele também.

T: Ele não vai me fazer bem indo embora... Pelo contrário... Eu não posso ficar longe dele...

Na: Eu também não, ele é nosso tio. Eu o adoro demais.

T: Eu o amo, Naná...

Na: Teresa?! ...

Nazira ficou perplexa, sem palavras ou qualquer reação, diante do que acabará de ouvir da irmã.

As Filhas De EliWernerOnde histórias criam vida. Descubra agora