A última coisa que Evelynn esperava naquele dia era se reencontrar com Ahri, depois de tanto tempo em que se afastou dela e de seus amigos. De fato, a garota a sua frente era um pouco diferente da Choi Ah-Ri que conheceu, os cabelos anteriormente negros não eram mais daquela cor, possuindo agora um tom de loiro deslumbrante, além do fato da garota ter tomado gosto pelo uso de lentes de contato, que cobriam os olhos dourados naturais com a cor azulada.
Ela continuava bonita. Talvez mais do que antes.
— Gumiho...? — pronuncia, sentindo que poderia desmaiar a qualquer momento. O coração de cristal em seu peito praticamente pegava fogo de tanto que ardia, ao contrário de seu cérebro, que gelou assim que reconheceu a figura a sua frente. Era uma dualidade de reações que poderia causar o maior de seus colapsos.
— Oi... — a coreana tentou cumprimentar de forma agradável, mas sua tensão era nítida, e Akali percebeu facilmente que as duas ex-amantes estavam muito desconfortáveis na presença uma da outra.
Era de se esperar que fosse assim. Um choque brutal.
— O que... O que significa isso? — a ruiva virou o rosto buscando o da japonesa, totalmente atordoada — Você chamou ela aqui?
— É... Eu... Chamei sim... — engoliu em seco antes de responder, temerosa.
Crac!
Um estalo alto propagou-se na sala, assustando a visitante e a dona da casa. A joia incompleta de Evelynn, que antes estava lisinha e pronta, ganhou um novo trinco. Um pequeno risco com um significado tão grande. Uma joia tão leve carregando sentimentos tão pesados. Era mais do que previsível que não aguentaria um baque daqueles, no entanto, Akali não estava arrependida de chamar Ahri para lá.
— Eve, se acalma! — a Choi pediu dando um passo à frente, mas a Hong recua de imediato.
— Pra quê você veio aqui? — franziu o cenho, deixando transparecer um pouco da sua raiva em seu tom de voz.
— Vocês duas tem muito o que conversar, Eve-chan! — Akali interveio. Estava com medo da mais velha acabar batendo na ex ou coisa parecida. Evelynn não estava na melhor das condições físicas, mas pior ainda era sua saúde mental. Ahri estranhou o honorífico pelo qual Akali tratou Eve, mas não ousou questionar, visto que não estava em posição de fazer tal coisa.
— Eu não tenho nada pra conversar com ela! — quase gritou, sua mente estava entrando em colapso e as duas mais novas perceberam que não seria fácil lidar com a ruiva naquele estado.
— Ah tem sim! — Akali foi quem tomou a atitude, andou até a sino-americana e a puxou pelo braço, conduzindo-a com pressa para o sofá — Você vai sentar aqui e esclarecer de uma vez por todas com a Ahri-san sobre seus sentimentos! Aja como uma adulta, pelo menos!
— Isso é algum tipo de vingança? — disparou Evelynn ainda olhando com fúria para as írises tempestuosas de Akali — De todas, essa foi a pior coisa que você fez comigo! Nenhuma patada minha chega nesse nível!
— Não foi vingança! — berrou Akali, perdendo a paciência — Entenda que faço isso pelo seu bem! Não adianta nada eu consertar seu coração, se a qualquer momento ele vai quebrar de novo porque você guarda esses sentimentos negativos pra si! Ponha na sua cabeça que você nunca será feliz se não encerrar essa história de vez!
A sala ficou silenciosa após o discurso de Akali, Ahri ainda estava parada na porta, um tanto relutante quanto a entrar de vez no local. Não imaginava que sua ex tivesse ficado tão mal, sabia que o término não acabou nem um pouco bem, demorou muito para que ela mesma se conformasse com aquela situação, mas quando notou que gostava muito da companhia de Kai'sa – ou mais do que apenas a "companhia" dela –, começou a se sentir melhor. Pensou que Eve conseguiria o mesmo mais cedo ou mais tarde, mas estava claro até demais que a caçula dos Hong-Siren ficou muito mais abalada. Somente um curandeiro poderia curá-la, de fato.
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Coração de Cristal「 akalynn 」
FanficEm um mundo onde o coração das pessoas pode ser feito de qualquer coisa, desde algodão até o gelo, Akali Jhomen Tethi tem dificuldades para entregar o seu para um outro alguém. Sendo uma mulher romântica desde que se conhece por gente, a vontade de...