⭒CAPÍTULO DEZESSEIS⭒

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As olheiras profundas nos meus olhos são algo preocupante, apareceram para me lembrar que essa noite dormi mal porque estava pensando no meu suposto namoro recente com o meu vizinho, não faz nem vinte quatro horas e já quero terminar o nosso recente relacionamento. Consegui pegar no sono faltando duas horas para o despertador tocar, não tenho vontade de ir pro colégio e é irônico pensar que pela primeira vez não vou passar o dia dos namorados solteira.

Sinto dor nas costas, me revirei na cama algumas vezes na expectativa que o sono chegasse, mas pareci mais uma minhoca ambulante. Esse pensamento idiota me fez soltar um riso e me levanto de imediato deixando a preguiça de lado. O dia não pode ser tão ruim quanto estou pensando e preciso ser positiva para manter as aparências.

─ Ellenor, já está na hora! ─ A minha mãe gritou do andar de baixo.

─ Já estou me arrumando. ─ Respondi com a voz cansada.

Me aprontei com uma roupa confortável já que hoje vamos ter educação física e desci pé por pé as escadas, encontro os meus pais apressados caminhando de um lado pro outro enquanto a Any terminava de tomar o café e com carinho beijo a testa da mesma que retribuiu o gesto com o sorriso marcado por um bigode da espuma do suco de laranja.

─ Tenho que ir resolver algumas coisas com o seu pai sobre a reforma da casa da piscina e depois vou levar a Any pro colégio. ─ A mais velha me avisou fechando a lancheira da pequena.

─ Tudo bem, poode deixar que ajeito a cozinha antes ir pro colégio. ─ Me sentei na cadeira e despejo um pouco de café na minha xícara.

─ Nos vemos no jantar. ─ O meu pai beijou a minha testa e pegou a maleta que estava em cima de uma cadeira vazia.

─ Tchau, Elle! ─ A ruiva acena na minha direção.

─ Tchau minha princesa. ─ Aceno de volta e mando um beijo antes de saírem.

Levo um pedaço da torrada até a minha boca e um vulto alto ao meu lado chama a minha atenção.

─ Acordou muito cedo? ─ O Liam pergunta um pouco sonolento.

─ Agora a pouco e você?

─ Um pouco atrasado e você acha que a Maddie vai me matar se dormir por mais uns quinze minutos? ─ Tombou a cabeça no braço e me olhou com mais atenção.

─ Você ainda me pergunta? ─ Sorrio depois de beber um pouco do café.

─ Tem razão. ─ Passou uma das mãos pelo rosto o que bagunçou um pouco mais a frente do cabelo dele.

─ Você não dormiu bem? ─ Pergunto preocupada e aparentemente tivemos uma insônia em comum.

Como ele consegue ser tão atraente quando acorda? Sempre pareço uma bruxa dos contos de fadas.

─ Mais ou menos. ─ Partiu um pedaço do bolo de laranja. ─ E você está com uma cara ótima considerando que ontem parecia bem arrependida com a sua decisão

─ Não acho que fingir um namoro seja tão ruim como parece até porque ambos os lados vão estar justos. ─ Decido pegar também um pedaço do bolo.

─ Não estou surpreso que já pensou na sua condição. ─ Sorrio com um certo divertimento.

─ E você não? ─ Arqueio a sobrancelha.

─ Talvez, mas pode começar contando primeiro até porque tenho certeza que vai ser uma enorme lista. ─ Não me senti nem um pouco ofendida.

─ Podemos fazer da seguinte forma. ─ Paro de falar e por um momento pensei que seria interrompida, mas o mesmo não pareceu querer arriscar. ─ Primeiro falo uma condição e em seguida você diz a sua

Querida, grande vida. #2 Onde histórias criam vida. Descubra agora